OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

MEU BEBÊ É DEFICIENTE. E AGORA?


Toda pessoa sonha com um filho sadio, bonito, bem educado e com um futuro brilhante a sua espera. No entanto, esse sonho fica mais forte e mais presente no momento em que há uma gravidez na família. Não são apenas sonhos femininos. Há também os sonhos masculinos (do pai), dos avós e tios próximos.  Mas vamos nos ater aos sonhos do casal.

Os sonhos pessoais do pai e da mãe se misturam e se integram em projetos para o futuro do bebê. Torcer pelo mesmo time do pai,  ser doutor (a) como deseja a mãe, ser inteligente e tirar boas notas na escola, ser uma pessoa bem sucedida na vida, são exemplos de alguns desses sonhos.E eles crescem e adquirem mais força a cada mês durante a gestação. Sonhos que são sempre recheados de muita ansiedade.

 Enfim, chega o momento do parto e o bebê nasce. Pouco depois, chega a noticia de que o bebê é portador de uma deficiência física, sensorial ou intelectual. E o mundo desaba.  Evidentemente, uma notícia dessas é sempre um choque. 



E a partir desse momento, o casal passa por fases.

1ª fase- NEGAÇÃO DO FATO

A reação inicial é de incredulidade. Uma reação comum, previsível. Afinal, ninguém está preparado e a "ficha" não cai de imediato. É preciso ver para crer. diante da irremediável certeza, outras reações são igualmente comuns e esperadas: choro abundante, revolta, rejeição e visão pessimista do futuro. 

2ª fase: LUTO

É como se os pais recebessem a notícia do óbito do bebê.   Não do bebê real, mas do bebê idealizado e tão esperado. Isto porque os sonhos e os planos tecidos durante os meses de gestação ruíram. O bebê que imaginavam já não existe mais porque a realidade é outra e bem diferente. Esse luto tem a duração alguns dias.

3ª fase: CULPA. 
Nesta fase, os pais acreditam que fizeram algo de errado e estão sendo punidos por isso. Com ou sem motivos é assim que sentem ao buscar uma explicação, em si mesmos, para o fato real. Outras explicações como a de erros genéticos, falta de oxigenação cerebral, demora no parto, hereditariedade não fazem sentido para eles.

4ª fase: ACOMODAÇÃO ou CONFORMAÇÃO
Com o bebê em casa, o instinto maternal aparece. A princípio, é uma reação meio sem vontade. Mas, em virtude das necessidades de alimentação, higiene e de outros cuidados, as mães  passam a descobrir os "encantos" do pequeno ser e começam a reagir. Já com os pais a acomodação não é tão rápida. É uma fase que não tem um tempo definido para terminar. Pode ser breve, longa ou perdurar a vida toda.

5ª fase: INQUIETAÇÃO
As explicações que não faziam sentido na terceira fase, agora passam a fazer. Indicativos desta fase é a busca médica. Não se contentam com a opinião de um só médico, mas fazem questão de várias opiniões. Buscam também o auxilio de vários terapeutas. Leem muito sobre o assunto seja na internet ou em livros específicos. Querem um esclarecimento mais preciso  sobre o que aconteceu com o filho.

6ª fase: ACEITAÇÃO
Agora, já conscientes do "porque" aconteceu a deficiência do filho, estão aptos a aceitarem a deficiência do filho. A aceitação não é uma tarefa fácil. A aceitação supõe um trabalho de reforma  íntima pessoal, consciente e incondicional não só com relação a pessoa do filho,  mas a sua deficiência e a todas as consequências que advém dela. 

Nem sempre os pais chegam na fase da aceitação. Uma grande quantidade chega a inquietação e retorna para a fase da conformação. São aqueles que cuidam, levam aos médicos e terapeutas, batalham contra certos preconceitos, mas não conseguem aceitar plenamente a deficiência. Amar um filho deficiente e aceitar a deficiência do filho são coisas distintas. 

Pai e mãe podem estar em fases diferentes, como por exemplo, a mãe pode estar na fase da inquietação e buscar ajuda profissional enquanto o pai ainda está na fase da negação chorando e lamentando a morte do filho idealizado. O contrário também é verdadeiro. Quando isto acontece, os casais se desentendem, brigam e o casamento termina. Na maioria dos casos, o homem procura construir uma outra família enquanto que as mulheres ficam com os filhos deficientes.

domingo, 13 de julho de 2014

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA

O nome deste transtorno refere-se a uma antiga lenda da mitologia grega: a do belo e orgulhoso NARCISO.


Narciso era um jovem muito bonito, tinha muitas ninfas apaixonadas por ele, mas desprezava a todas. Um dia, ao olhar seu próprio reflexo num pequeno espelho d’água, apaixonou-se pela imagem que viu. E ficou ali admirando-se. Sem comer e beber para não deixar a imagem refletida, definhou e morreu.

Conhecendo-se esta lenda pode-se compreender mais facilmente este transtorno que, por sinal é bastante invasivo, que pode começar na adolescência ou na juventude (o que ninguém dá importância por ser considerado como uma característica própria da idade), mas que se fixa na idade adulta como transtorno. Sua incidência é maior entre os homens e calcula-se que atinja de 2 a 16 da população diagnosticada clinicamente, o que corresponde a 1% da população geral.


As causas deste transtorno ainda não foram definidas, nas, o diagnóstico baseia-se em 9 características básicas.

A primeira característica é a necessidade de admiração. Aos sujeitos com transtorno de personalidade narcisista ama a si próprio em demasia e ao mesmo tempo, há uma falta de empatia na relação com os outros. Valorizam sua importância e suas realizações (sejam pessoais, estudantis e/ou profissionais). E, na maioria das vezes, esse exagero pode ser entendido como presunção ou arrogância.


A segunda característica é que fantasiam que são predestinados a todo tipo de sucesso, poder, de inteligência, de beleza e de amor e acreditam que estão acima do bem e do mal porque são pessoas perfeitas e dotadas de grandes qualidades. E por acreditarem nisso, são exigentes. Querem sempre o melhor e acham que os demais devem satisfazer esses desejos ou suprir suas necessidades.

A terceira característica é que com relação a sua autoestima. Com uma autoestima bastante ampliada acreditam que são admirados e invejados pelos demais. Acreditam que essas qualidades são ilimitadas e que os outros os consideram da mesma maneira. E quando isso não acontece do jeito que esperam, são implacáveis. Desvalorizam os demais com uma frieza e uma falta sensibilidade que impressiona. Jamais reconhecem que outra pessoa pode ser mais capaz ou mais talentosa que eles.


A quarta característica é a exigência da admiração excessiva. Mas, se a autoestima é exacerbada, ela também é frágil. Por isso, estão sempre preocupados em como os outros os vêm. Por isso, usam de artimanhas para receber elogios.

A quinta característica é a necessidade de intitulação. Gostam de ser bajulados, adulados, de receber tratamentos especiais e de ouvirem suas qualidades ressaltadas pelos outros. E ficam embaraçados e muito bravos se isto não acontece.


A sexta característica é a sua relação com as críticas. Não as aceitam em espécie alguma. Mas, constantemente criticam e enumeram as falhas dos outros. Esperam que as pessoas estejam sempre prontas e dispostas a servi-los. E se aproveitam, muitas vezes, para explorar a boa vontade dos outros, principalmente, se estiverem sobre sua chefia. Com bastante frequência, usurpam privilégios e recursos extras julgando-se especial.

A sétima característica é a falta de empatia. Não conseguem colocar-se no lugar dos outros e de perceberem que as outras pessoas possuem sentimentos, desejos e necessidades iguais ou mais emergenciais que as deles. Eles, e somente eles, são o centro de seus pensamentos e do seu bem-estar. Os sentimentos, desejos e necessidades dos outros são supérfluas, sinais de fraqueza e vulnerabilidade. E se aproveitam para se sobreporem ou desdenhar sobre eles. Guardam rancor também. Por isso, os relacionamentos sociais, profissionais e conjugais ficam prejudicados (8ª característica).


Da nona característica fazem parte a presunção e a arrogância. Apresentam atitudes imponentes e exigentes, muitas vezes camufladas de gentilezas e elogios. São implacáveis insolentes quando o rancor e a fúria se instala. Menosprezam os outros, mas bastante ardilosos para conseguirem o que querem (elogios, privilégios, admiração, etc.)


O tratamento deste transtorno é psiquiátrico. Estas 9 características definem o transtorno de personalidade narcisista de outros transtornos com características semelhantes. E se tornam mais graves quando outros transtornos agem em comorbidade (associados).