OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

FREUD E A HOMOSSEXUALIDADE


Sigmund Freud foi um psiquiatra e neurologista austríaco que descobriu que além do corpo havia algo a mais que determinava a nossa vida: o psiquismo. Estudou-o e descobriu o inconsciente e deu a ele um caráter científico. Com essas descobertas desenvolveu a teoria da mente e do comportamento humano, que muitos seguem até hoje. Por isso, foi considerado o “Pai da Psicanálise”. Para Freud, tudo o que fazemos estava ligado a uma questão sexual, uma força que ele chamou de “libido”. E o que ele disse sobre a homossexualidade?

Freud achava que discutir sobre as causas da homossexualidade era semelhante a se questionar as causas da heterossexualidade. Dizia que o interesse exclusivo de um homem por uma mulher era uma questão que precisava de esclarecimento que não havia nada que comprovasse que esse interesse estivesse baseado apenas numa atração com base química.

Freud argumentava que as críticas à homossexualidade baseada na premissa de que não tem finalidade reprodutiva, não levava em conta os inúmeros casos em que os próprios heteros praticam e que não possuem finalidade reprodutiva, como por exemplo, uso dos métodos anticonceptivos, o sexo após a menopausa, o sexo fora do período fértil, o sexo com parceiros inférteis, o sexo oral ou o anal, a masturbação etc. Para ele, o sexo é um instinto. Incorreto e incoerente seria afirmar que os instintos teriam um objetivo. No caso, o instinto sexual seria a obtenção do prazer e não a reprodução.

Outro ponto que gera discussão é um trecho da teoria freudiana que trata do “Complexo de Édipo”. Para ilustrar e se fazer entender nesse acontecimento, Freud se valeu deste mito grego:

Laio era um homem feito e rei de uma localidade, que se apaixona por Jocasta, nos primeiros anos da adolescência. Casam-se e pouco depois, nasce Édipo. A localidade onde vivem está em guerra e para preservar a vida do filho ainda bebê, Laio o manda para longe. O tempo passa e a criança cresce sem conhecer o pai e a mãe biológicos. Édipo é agora um rapaz forte e belo, que viaja pela Grécia. Numa das estradas, encontra outro viajante. Eles entram em discussão por questões políticas, brigam e Édipo acaba matando-o. Ao chegar na cidade, Édipo conhece Jocasta, já mulher feita, mas ainda jovem e bonita. Apesar de ser bem mais velha que Édipo, ele se apaixona por ela e ambos firmam um romance. Numa conversa entre eles, Édipo descobre que o viajante que matou era seu pai biológico”.

Segundo essa teoria, todas as crianças (dos 4 aos 6 anos) passam por esta fase, e se ligam ao progenitor do sexo oposto. Não para ter com ele uma relação sexual, mas para comparar e se descobrir como pessoa. E para isso, passa a copiar os trejeitos e comportamentos do progenitor do seu sexo. É assim que, segundo essa teoria, as meninas aprendem os comportamentos femininos e os meninos, os comportamentos masculinos. Aprendidos esses comportamentos se afastam novamente dos progenitores.

O mito de Édipo e a realidade tem sentidos diferentes. Mas, como para Freud a libido tinha uma conotação sexual, as pessoas traduziram suas obras, a interpretavam e continuam interpretando do jeito que querem ou entendem. Em muitas traduções aparece a palavra “apaixonar” em vez de “encantar”.

Assim, com pais ausentes e mães super-presentes, as pessoas passaram a achar que o homossexualismo poderia surgir daí. Mas, nos dias de hoje, quantos pais (viúvos ou separados) não assumem a educação de suas filhas? E quantas mães (em igual situação) não assumem sozinhas a educação de seus filhos? Se fosse uma regra, as filhas seriam lésbicas e o filhos, seriam gays? E isto acontece? Não, porque a figura feminina ou masculina, pode ser substituída por outra pessoa (avó, tia, irmã mais velha, uma amiga ou madrasta e vice-versa).

Por outro lado, alguns grupos contrários ao homossexualismo citam o Complexo de Édipo como se fosse algo pecaminoso, como uma doença ou coisa parecida.

Freud escreveu e publicou inúmeros livros numa época em que a cultura mundial era conservadora e tacanha. Mas nunca afirmou que o homossexualismo era pecado ou doença. Ao contrário, sempre defendeu a homossexualidade como algo natural e que eles não deveriam ser tratados como doentes.


Um outro ponto que os grupo combatentes ao homossexualismo se apegam é quanto ao “sexualismo desviante”, também parte da teoria freudiana. Segundo Freud, este é um problema ligado ao como o imaginário cultural do ocidente lida com a sexualidade, definindo o que para determinada cultura é normal ou doentio. Como a imaginário ocidental segue os preceitos judaico-cristão, tudo o que foge dos padrões desse preceito é “doentio”.

Muito se tem discutido, analisado e avaliado cada ponto dessa teoria. Menos um: o das ideias de Freud sobre a homossexualidade. Estamos no século XXI, e vemos tudo evoluir. Mas o imaginário ocidental continua o mesmo. Como nos livrarmos dele para mudarmos para outro mais evoluído. Mais positivo e mais real?

Em 1920, Freud assume uma posição muito clara em relação ao homossexualismo e declara que não é função da Psicanalise acabar com a homossexualidade. O máximo que pode fazer é tentar explicar seus mecanismos. Para Freud, os mecanismos psíquicos nos direcionam para a escolha de um objeto amoroso por caminhos formados por disposições pulsionais e que isto funciona para todo mundo e em todos os sentidos.

Freud, em seus últimos livros revoluciona sua própria teoria e nos traz um novo conceito: o da psicossexualidade. Ele afirma que a pulsão sexual não tem um objetivo fixo como no instinto sexual dos animais. Ao contrário é anárquico, diversificado, e singular e plural ao mesmo tempo, e tem o poder de se manifestar de inúmeras formas e por inúmeras vias. Freud desvincula a sexualidade dos órgãos genitais afirmando que a sexualidade vai além desses órgãos.

Com essa afirmação Freud dá a sexualidade uma amplidão maior. Principalmente, quando afirma que o prazer é sua função principal e que a reprodução é uma função secundária. E na medida em que ele afirma que as pulsões integram nosso psiquismo, o conceito do que é normal ou anormal deixa de existir. O termo “amor” ligado aos impulsos sexuais afetuosos e amistosos é quem determinam a escolha do objeto sexual.

Para Freud, a homossexualidade não pode causar estranheza ou vergonha. Não é vício, nem condição degradante, nem pode ser catalogada como doença. A homossexualidade, segundo Freud, nada mais é do que uma variação da função sexual.


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