OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

sábado, 16 de janeiro de 2016

PRECONCEITO SOCIAL



Chamamos de preconceito social aquelas atitudes e juízos desfavoráveis que estão presentes no cotidiano e que estão relacionados com as classes sociais e o padrão de vida das pessoas.


Segundo Karl Marx (filósofo alemão), o mundo capitalista está dividido em dois grupos principais: a burguesia e o proletariado. Nas sociedades, um dos grupos é o “dominante”, enquanto o outro é o “dominado”. E segundo Marx, essa divisão sempre gera uma disputa entre as classes.


O status social é motivo da disputa, pois é ele quem define a posição dos indivíduos na estrutura social. E essa posição é quem origina o preconceito. 

O preconceito social é um tipo de pensamento, diga-se em nome da verdade, sem qualquer fundamento razoável. No entanto, gera juízos desfavoráveis e generalizados sobre as pessoas, suas atitudes, sobre os traços de personalidade ou da moral da classe com quem há a disputa.

O primeiro pensamento é o de que as pessoas ricas são “superiores”. Seja porque tenham um poder aquisitivo maior ou por possuírem muitos bens materiais. Mas também pode ser o contrário: o de que os pobres são “inferiores” por não possuírem nenhum, nem outro. Sabe-se, no entanto que, nenhum ser humano é “superior ou inferior” a outro. 


O segundo pensamento é o de que as pessoas pobres não conseguem melhorar seu status e conquistar bens porque são mais “preguiçosas” e “pouco trabalhadoras”. O que não é bem assim. Muitas pessoas trabalham incansavelmente e obtém alguns bens com muito esforço, todo mundo sabe disso. Por outro lado, há que considere os ricos como pessoas que fazem qualquer coisa (incluindo as desonestas) para manterem seu status e suas riquezas. O que não é verdade para uma grande maioria. No entanto, nessa disputa de classe o negócio é generalizar, botar todo mundo no mesmo barco.

Em todas as classes há pessoas boas, honestas, perseverantes e esforçadas da mesma forma como há os preguiçosos, os acomodados, os desonestos, corruptos e corruptores. Depende de cada um e não da classe a que pertence. Há ainda que admire pessoas da classe social oposta. Há gente muito rica que se surpreendem e admiram a forma com os pobres conseguem sobreviver com tão pouco, assim como há pobres que se admiram e se espelham no esforço e na perseverança dos mais abastados, tendo-os como exemplos a serem seguidos. 



E em meio a toda essa disputa dos extremos, como fica a classe média (ou intermediária) que se situa entre ricos e pobres? Será que está livre da disputa? 

Nada disso. E nesta disputa de classes onde o status é o ponto chave, sobra preconceito para ela também. Muitas pessoas da classe pobre os acham submissos ou bajuladores dos ricos, enquanto que estes, os acham pessoas dignas e esforçadas que querem melhora seu status. E como se vê, o nível socioeconômico pode gerar bons e maus julgamentos, tudo depende o quanto a pessoa ou grupo que pensa e julga de maneira desfavorável está ressentida por não pertencer á classe que é alvo dos seus comentários.

Invariavelmente, todo preconceito gera a intolerância. Os ataques orais ou físicos são justificados como forma de defesa ou porque culpam seu infortúnio baseados nas parcas oportunidades de instrução, do baixo nível de renda, no desemprego, na ausência de bens, na falta de acesso a uma qualidade de vida melhor.

E a intolerância traz consigo outros problemas sociais decorrentes do aumento da criminalidade e violência pela inveja do que os outros possuem ou do orgulho exacerbado por ser e ter mais e melhor que o outro. Surgem os oportunistas que corrompem e os que aceitam ser corrompidos. Surgem os corruptores e os corrompidos. 


Todos os preconceituosos sociais são como “rolos compressores”. Sobrevivem passando por cima dos demais sem a menor preocupação para conseguirem uma boa posição social ou para conseguirem riqueza e poder sem o menor esforço.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

ETNOCENTRISMO

O etnocentrismo é um dos mais complexos dentre os preconceitos. Primeiro, porque não existem culturas perfeitas. Em cada uma existem coisas boas e coisas ruins. Segundo, porque elementos intelectuais, racionais, emotivos e afetivos estão intrinsecamente ligados à cultura. Esses elementos configuram-se como integrantes do espírito humano, levando o sujeito a pensar, sentir e agir de acordo com a cultura a que pertence. Terceiro, porque cada indivíduo tem esses padrões fortemente arraigados em si, ou seja, está acostumado com os padrões, os segue com a convicção de que são benéficos para si e para seus compatriotas e sente-se seguro e feliz ao cumpri-los. Por isso, o etnocentrismo está presente em todas as culturas, em todas as épocas e pode ser observado a qualquer momento.

É um preconceito complexo porque também pode ser confundido com outros dois: o racismo e o preconceito social. Outras vezes, passa despercebido porque se confunde com “patriotismo”. E não há nada de mau em ser patriota. O ruim é quando esse patriotismo se torna exagerado e se compara uma cultura com outra, elevando mais uma, enquanto se deprecia a outra.

Para que se possa compreender bem o significado do etnocentrismo é preciso entender o significado desse vocábulo: “etnos” é um termo de origem grega que significa nação, etnia, cultura ou sociedade; e “centrismo” significa centro. Assim, quando se toma uma cultura (nação, etnia, sociedade) como centro de importância e desvalorizamos pejorativamente, de modo desrespeitoso e intolerante todas as outras ou uma em particular, o preconceito está instalado e pode ser praticado por uma única pessoa ou por um grupo delas.

Na Índia, a vaca é um animal sagrado. Daí a reverência.
Esse preconceito surge por falta de conhecimento dos padrões e hábitos culturais da(s) sociedade(s) que está (ou estão) sendo comparada(s) e julgadas. Mas ainda, são as justificativas resultantes dessa comparação que definem se é preconceito ou não. É preconceito quando as justificativas estão baseadas no fator biológico como critério de superioridade. Por exemplo: como quando Hitler dizia que a raça ariana era superior a todas as outras raças. A saber, Hitler era etnocêntrico e racista, por isso, ele acreditava ser importante que todas as raças fossem extirpadas para que a raça ariana pudesse sobreviver. E começou o extermínio pelos judeus.

O patriotismo exagerado sempre leva a uma conduta extremada: desvalorização na comparação, desrespeito no julgamento, atitudes intolerantes diante das diferenças culturais, atitudes absurdas e, muitas vezes, deprimentes, imorais, radicais e xenofóbicas.
Mas o etnocentrismo também pode aparecer dentro de uma mesma nação, cultura ou sociedade quando esta é formada por várias culturas diferentes. Como a nossa, por exemplo, que é formada por europeus, africanos e indígenas. Quando se desprestigia a cultura africana ou a indígena estamos praticando o etnocentrismo. O mesmo acontece quando valorizamos a cultura do sul ou do sudeste brasileiro rebaixando a cultura nordestina ou a nortista.


Somos todos filhos da pátria brasileira. Um país de grande riqueza cultural e de belas e singulares tradições regionais. Um país singular do qual nos orgulhamos. Somos um povo miscigenado onde os preconceitos não deviam ter razões para acontecer e não deveria haver lugar para as discriminações. Mas que, infelizmente, ainda existem por parte de alguns poucos.


domingo, 3 de janeiro de 2016

HOMOFOBIA

Homofobia é o termo dado ao preconceito contra os homossexuais, lésbicas, bissexuais e transexuais. Caracteriza-se por uma aversão irresistível, incontrolável, repugnância, medo ou ódio contra essas pessoas.

Geralmente, os homofóbicos são pessoas que ainda não definiram completamente sua identidade sexual que por medo, dúvidas e revolta transferem estes sentimentos contra aqueles que já se decidiram e assumiram sua sexualidade.

As causas da homofobia são várias. No entanto, as que mais pesam na balança de nossas consciências são: as culturais e as religiosas. Assim, em países cuja religião exerce uma força maior sobre a cultura, a tendência homofóbica é maior chegando, muitas vezes, aos radicalismos. Em pleno século XXI, há países que ainda aplicam a pena de morte para quem se assume como homossexual. Mas ainda assim, há grupos de pessoas que os tentam defender ou os encaram com maior naturalidade.


Em outros casos, a homofobia parte do próprio homossexual. Seja porque ainda está na fase de negação de sua identidade sexual ou porque ainda não conseguiu “sair do armário” totalmente pressionados pela cultura ou pela religião. Muitos deles, contraem casamentos heteros, constituem famílias com filhos e não se assumem como homossexuais. O medo de que sejam descobertos torna suas vidas num verdadeiro “inferno”.

A homofobia não é um preconceito regional, mas ocorre no mundo inteiro. Nessa intolerância ou aversão, negam a humanidade, a dignidade e o direito do outro de viver de acordo com sua identidade sexual. 


A homofobia é CRIME no mundo inteiro. Desde 1991, a discriminação e as atitudes preconceituosas contra os homossexuais é considerada como violação dos direitos humanos pela ANISTIA INTERNACIONAL e pela ONU (Organização das Nações Unidas) que extingue a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID 10) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).

No Brasil, a nossa Constituição prevê no artigo 3º, item IV indica que um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil é "promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação." 

Embora este artigo não cite especificamente a homofobia como uma quebra da lei constitucional, ela está inclusa para qualquer “bom entendedor”. Mas, todo aquele que achar que não está incluso neste artigo porque não está escrito, é bom saber que a homofobia é sim uma forma de discriminação, e aí a lei é clara e está escrito. Então, poderá ser punido com o rigor da lei.


São atitudes discriminatórias: bullying, difamação, injúrias verbais, gestuais ou mímicas, gestos obscenos óbvios e outras formas mais sutis e disfarçadas como a descortesia, de cordialidade, antipatia no convívio social, insinuações, ironias e sarcasmos contra a honra e a dignidade da pessoa homossexual. 


Grupos homofóbicos do mundo inteiro agem contra os homossexuais usando certos códigos como assovios, cantos e bater palmas num determinado ritmo (em alto e bom som ou na surdina), isoladamente ou na presença de terceiros visando criar uma situação de humilhação, intimidação ou de diminuição a pessoa. Todas estas formas são consideradas discriminatórias e, por aqui, também ferem o artigo constitucional citado acima. Já para atitudes mais agressivas e que causam morte, a polícia e justiça se encarregarão de investigar e punir de acordo com a lei.


Em 2011, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou e em 2013, regulamentou o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, garantindo os mesmos direitos e deveres legais de um casal hetero, a mudança do sobrenome e a participação na herança do cônjuge. A cerimônia poderá ser realizada em qualquer cartório civil do território nacional. Se por ventura, o cartório se negar a realizar a cerimônia, sofrerá as sanções da lei. 

Outro Projeto de Lei da Câmara Federal Nº 122/06 (PLC 122) pretende alterar a atual lei 7.716. Essa alteração visa criminalizar toda e qualquer atitude discriminatória ou preconceituosa baseada na orientação sexual ou na identidade de gênero da pessoa discriminada. Se esta lei for aprovada e alterada, outras atitudes discriminatórias e preconceituosas (de etnia, cor da pele, religião e origem de nascimento) serão igualmente beneficiadas.