OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

terça-feira, 31 de maio de 2016

OS ADOLESCENTES NA ESCOLA


Os seres humanos passam por várias etapas de desenvolvimento e de inúmeras redefinições da imagem corporal. A adolescência é apenas uma delas. Já passaram por algumas e outras virão.

Cabe aos adultos compreender que os adolescentes estão numa fase de redescoberta de si mesmo, de redefinições físicas, mentais, emocionais e espirituais, o que constituem uma etapa primordial para os jovens. E essa compreensão e entendimento deve permear a árdua tarefa de educá-los. Rigidez e permissividade excessivas não dão certo.

Muitos pais se chateiam porque os adolescentes por que  fazem questionamentos sobre os valores e crenças familiares aprendidos. Nesta fase, os adolescentes buscam uma identificação, algo que o torne único entre seus pares de mesma idade. E para isso, é preciso romper alguns vínculos, buscar autonomia e sentir-se seguro quanto seu modo de se perceber. E nessa busca, os conflitos são inevitáveis. Mas, não é só os valores e crenças familiares ou dos genitores que contestadas, mas os da sociedade também, já que ela segue padrões universais e coletivos.

Por isso, devem se agrupar e conviver com seus iguais. E a escola é o lugar perfeito para esse encontro por ser um local de acolhimento. Na escola, eles sentem-se mais à vontade para vivenciar e conviver com novas experiências e relacionarem-se com seus pares. Na escola, não aprendem só os conteúdos pedagógicos, mas principalmente, aprendem como enfrentar a vida que ainda está por vir.

Como aprendem sobre a vida? Comparando-se aos outros. Não é uma comparação sobre quem é mais bonito ou mais inteligente, mas comparam os valores, atitudes, sentimentos e a maneira como se relacionam com os outros. Após um tempo de comparações, tiram suas próprias conclusões e estas serão as bases que nortearão sua vida futura. São essas conclusões que dão início aos seus projetos de vida e a um código de ética próprio.

Muitos adultos chamam essa fase de “aborrecência”. Mas é porque, durante a infância e na puberdade os trataram como criancinhas. Agora já crescidos detestam serem considerados assim e desconfiam de quem os trata dessa forma. Muitos ficam ensimesmados ou adotam um grupo com o qual passam a maior parte do tempo e distantes da família. E quando chegam, as reclamações, as advertências, exigências dos pais, e muitas vezes, os castigos e agressões acontecem. Simplesmente, por falta de compreensão desta fase. Quem nunca ouviu um adolescente afirmar que “ninguém os entende”? 

Muitas vezes, ao falarem com os adolescentes sobre um determinado assunto, os genitores fazem muitos rodeios ou não deixam claro o que querem, ou por não saberem como dizer ou porque se sentem envergonhados de falar sobre aquele assunto. E esta é outra coisa que detestam. Eles gostam de objetividade, clareza e honestidade. E na escola, eles encontram isso. Professores e colegas falam abertamente sobre qualquer assunto e uns respondem as dúvidas dos outros.

Normalmente, os pais se acham “donos dos filhos” ou querem que apenas a sua opinião seja respeitada. E, como todo mundo, os adolescentes gostam de ser respeitados, compreendidos e amados pelas pessoas do seu em torno. E eles têm uma porção de ideias próprias que podem ajudar na solução de muitos problemas. 


Um adolescente não é um sujeito passivo ou submisso e que nada tem de bom a oferecer. Ao contrário, sua juventude os torna muito ativos, questionadores e destemidos para que possam construir novos conhecimentos e muitos potenciais a desenvolver. E, muitas vezes, os genitores nem se lembram disso, ou se lembram acabam por tolhê-los na tentativa de submetê-los a seus próprios pensamentos e desejos. E na escola isso não acontece, pois é instigado a expor suas opiniões desenvolvendo a segurança de falar em público, ao mesmo tempo que aprende a respeitar a opinião dos contrários. Ouvir o que o jovem tem a dizer é a chave da questão. 

Foucault falava do “poder do afeto”. Era um conceito que defendia a respeito das relações humanas. Agir com afetividade numa relação entre pessoas de todas as idades é tudo de bom. E é tudo o que os adolescentes precisam e querem. 

Pais, quantas vezes vocês ouviram o que seus filhos tinham a dizer um sobre determinado assunto? Ou vocês são daqueles que mal ele abre a boca e você logo o interrompe dizendo: “Cale a boca! Você não sabe nada”! 


Afetividade não é ser meloso, beijoqueiro ou elogiar a todo momento. Mas, agir com compreensão, atenção e sabedoria. E tudo isto significa “respeito”. E se você, pai, é do tipo que o interrompe, poderia se surpreender muito com os argumentos dele.

Toda comunicação é uma troca. Pais e filhos adolescentes trocam experiências quando conversam franca e abertamente. Ambos têm bons argumentos a serem aproveitados ou, pelos menos, servem para a reflexão de ambas as partes. 


O mesmo acontece na escola. Se você, professor, tem alunos que criam problemas, converse francamente com ele(s) e tenha bons argumentos. Sabe-se que bons argumentos mudam os comportamentos indesejáveis, além de serem importantíssimos para a construção do processo de aprendizagem, desenvolvendo o sensorial e a cognição (percepção, memória, interpretação, pensamento, crítica e criação) tão necessárias para aprender.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

O DESAFIO DA ESCOLA


A escola surgiu para ajudar a família nos assuntos que a família não podia atender, ou seja, no desenvolvimento racional. Com o tempo, a escola passou a contar com a igreja e com outras instituições sociais para o desenvolvimento social e espiritual de crianças e de adolescentes. Com essas contribuições a escola passou a focar mais no racional e no cognitivo, principalmente, no que se referia aos adolescentes. E a escola cumpria o seu dever e o fazia muito bem.


Mas, com o passar do tempo, as coisas foram se modificando. Novas ideias surgiram e novos obstáculos também. As famílias foram se transformando pelas novas exigências sociais. As instituições religiosas passaram a cuidar mais da espiritualidade e impor mais suas regras. As instituições sociais rarearam e passaram a não servir a todos. E deixaram de ajudar a escola.


Embora essas mudanças não tivessem acontecido de repente, a escola foi incorporando para si os encargos que as demais instituições deixaram de fazer. Evidentemente, a escola se ressentiu pelo acúmulo de tarefas. Mesmo aos trancos e barrancos, a escola nunca deixou de cumprir sua função principal: o desenvolvimento racional e cognitivo.

Nas décadas finais do século XX surgiram novas mudanças tanto tecnológicas quanto sociais que atingiram o mundo todo. E a escola como ficou?


A escola passou a trabalhar num novo contexto. Diante das novas exigências, a escola enfrenta um grande desafio: o “educar integralmente” crianças e adolescentes.  Entende-se por educação integral dos adolescentes “acompanhar os alunos no seu desenvolvimento pessoal, social, espiritual e vocacional”. O que não é uma tarefa fácil.

Somam-se a essa tarefa, uma série de outros fatores que envolvem os adolescentes simultaneamente ás tarefas e exigências escolares e que não podem ser desprezados, tais como o consumo de álcool e drogas; a comunicação e informação globalizadas e acessíveis à maioria de crianças e adolescentes; a presença da televisão e da Internet nas casas das famílias; e o mundo da diversão e do mercado que a envolve.

Por outro lado, a sociedade espera cada vez mais da atuação da escola. A sociedade a vê como a única instituição capaz de cumprir esse desafio, através do ensino e da complementação ou suprimento o que a família e as outras instituições não conseguiram fazer.


Embora a Educação Infantil e a Educação Fundamental (1º ao 5ºanos) esteja se mostrando progressivamente mais eficientes, com uma educação mais integral porque o aluno passou a ser visto como um ser total que tem potencialidades e habilidades a serem desenvolvidas por meio de um programa escolar estimulante que as te tornado mais aptas intelectual, humana e socialmente em cada etapa. Tudo isto graças as teorias da psicologia, da neurociência e da própria pedagogia. Mais recentemente, têm surgido publicações sobre o desenvolvimento espiritual e religioso que ajudam os educadores a lidar com esses assuntos. Mas, infelizmente, esses programas ainda não alcançaram do 6º ao 9ºanos da Educação Fundamental, nem o Ensino Médio, que ainda está preso aos conteúdos acadêmicos.


A humanização desse tipo arcaico de ensino ainda fica a cargo deste ou daquele professor mais aberto ao diálogo ou de uma ou duas disciplinas que menos reprovam. E isto acontece justamente numa época em que os adolescentes passam por uma fase importante, conflitante e decisiva de suas vidas, como  as transformações físicas e hormonais da adolescência, a aceitação do grupo, o início da sexualidade ativa, a confirmação da personalidade, a escolha de uma profissão, entre outros problemas em que o emocional está abalado. Há muita incerteza sobre tudo e, principalmente, sem um conjunto de regras que os comande porque a família esqueceu-se de ensiná-las ou as confundiu com valores.


Os adolescentes é um ser humano rico, cheio de potencialidades a serem desenvolvidas e de habilidades incríveis que ele mesmo desconhece. Tudo isso é preciso ser despertado. Mas para isso, é preciso que seja olhado de uma maneira diferente, mais humana. Se nada for feito, poderá seguir por caminhos pedregosos e mais negros. E é na mudança desse olhar os jovens é que está o grande desafio da escola.

A escola tem que unir forças para se reconstruir para atender, desenvolver de maneira saudável esses jovens que vivem num tempo novo. Os jovens do século XXI precisam de educação e instrução, de regras claras e valores morais, sociais e espirituais. Mas também precisam de diversão, de experiências, vivências e convivências com seus pares e, para isso, precisam de atitudes, de responsabilidade, de ideias e ideologias para forjar outras, de novos projetos, debates e execução de tarefas e de muitos desafios que levam ás aprendizagens.


Cabe a escola reunir seus membros, fazer um bom projeto e executá-lo aplicando esse novo olhar. A escola não é somente um espaço de transmissão de conhecimentos, mas também de descobertas e de desenvolvimentos, de formação de boas atitudes e da quebra de preconceitos. E tem que avaliar continuamente sua ação e seus objetivos, de planejar e de replanejar sua programação, de criar ou experimentar novas metodologias sem medo e engajando todos os seus membros nessa luta sem tréguas.

quinta-feira, 5 de maio de 2016

A FAMÍLIA E A ESCOLA NOS DIAS DE HOJE


As sociedades têm se modificado bastante ultimamente. E essas mudanças influenciam as duas principais instituições socioeducativas: a família e a escola. Primeiro, porque estamos inseridos numa sociedade e porque recebemos dela os conteúdos sociais que formam a cultura. E isto acontece de forma gradativa, constante e atinge todas as camadas sociais.

As mudanças influenciam as ações cotidianas tanto da família como da escola. E ambas precisam se adaptar a nova realidade para educarem e socializarem as novas gerações. A tarefa educativa é mais voltada para o comportamento. Já para a escola fica o desenvolvimento intelectual e a socialização dos educandos.

A escola é um instrumento educativo sistemático, intencional e progressivo, com método e planejamento antecipados enquanto que a família é um instrumento educativo assistemático, fragmentada, sem método ou sequência e as aprendizagens vão ocorrendo no dia a dia e os resultados aparecem mais rapidamente.

A relação família-escola é estreita. Embora sejam instituições diferentes e independentes, elas são dependentes entre si. Sem as novas gerações a escola não sobreviveria e sem escola as famílias não dariam conta da formação intelectual e a preparação para o trabalho.

A formação dos educandos tem um longo caminho a percorrer. No entanto, nesse trajeto percebe-se que a família e a escola passam por compassos e descompassos, principalmente no tocante: as estratégias, recursos comunicativos, conteúdos ensinados e aprendidos, na organização, nas exigências e na finalidade educativa. De quando em quando andam no mesmo compasso, mas nas últimas décadas estão no descompasso.

É quando estão distantes, no descompasso da ação educativa que os fracassos escolares acontecem. Muitas vezes, o descompasso parte da família que não cumpre ou falha no seu intento educativo. Outras vezes, o descompasso parte da escola. Esta, por ser uma instituição social e que deveria estar atenta ás inovações e alterações sociais, mantém-se numa posição tradicionalista. Assim enquanto a família avança a escola fica para trás, seja na sua finalidade, nas exigências, na determinação de condutas e posturas ou nos conhecimentos a serem transmitidos. E dessa forma ambas promovem igualdades e desigualdades entre os sujeitos, seja por classes sociais, raça, situação política, cultural ou religiosa. Mas também promovem inovações benéficas para a sociedade quando concordam com a finalidade educativa.

Há pontos de vista diferenciados como uma instituição vê ou percebe a outra. Nas camadas mais populares, as famílias valorizam a escola, mesmo apresentando modos diferenciados de educação da prole. A razão desta valorização é que a escola traz para elas a possibilidade de uma ascensão social para os filhos. Mas, com o passar do tempo, a desesperança chega sobre esse investimento. As dificuldades escolares aliadas à necessidade de se ocupar com um trabalho remunerado para o sustento familiar fazem ocorrer o êxodo escolar. As dificuldades enfrentadas pelas famílias desfavorecidas econômica e socialmente tornam a escolarização num sonho distante e difícil de alcançar.

Por outro lado, a escola também tem sofrido muitas dificuldades em aceitar as mudanças sociais e familiares e de perceber que estas mudanças exigem um novo comportamento, tanto nas questões dos objetivos propostos quanto para as novas exigências educativas.

Não se pode deixar de mencionar muitas famílias não conseguem educar adequadamente seus filhos e delegam à escola essa função. Por outro lado, a escola está abarrotada de funções (além das de praxe) para tentar cobrir esta falha familiar. Por seu lado, a escola se defende.

Críticas existem de ambos os lados. A escola ataca as famílias julgando suas incertezas e omissões quanto a tarefa educativa e as famílias atacam em reprimenda como falta de capacidade educativa da escola. A única solução viável a ser tomada para terminar esse conflito é a de escola e família se unirem neste momento crítico e debaterem civilizadamente os rumos que ambas devem seguir. A escola vem tentado há algum tempo essa aproximação, mas encontra resistência por parte das famílias