O
preconceito contra os deficientes (de qualquer tipo) também é mais um dos
preconceitos chamados “sociais” e engloba os maus tratos físicos, emocionais, financeiros e
a discriminação da pessoa deficiente.
Os
maus tratos físicos consistem em bater, em subjugar, em não atender as
necessidades alimentares, em não atender as questões de higiene seja da pessoa
ou do ambiente, de não fazer os acompanhamentos clínicos necessários.
É muito comum as tentativas de tirar o dinheiro, obrigar ou vender algum bem, usar de fraudes ou impingir aos deficientes uma vida de sacrifícios porque seu dinheiro foi gasto por outra pessoa.
Já
os maus tratos emocionais consistem em rebaixar sua autoestima e autoconfiança;
em não ver neles qualquer habilidade ou de reconhecê-las e não promover estimulação; de
contribuir para a sua dependência; de não educa-los para que possam conviver em
sociedade; ou isolá-los privando-os do convívio social. Outras vezes, as pessoas
emitem gracejos com relação a sua deficiência ou referindo-se a eles como se fossem um “incômodo ou um encosto”, como se fossem “burros” ou “preguiçosos” e outros tantos com a
intenção de inferiorizá-los.
Outra
atitude preconceituosa é quando uma instituição se nega a realizar um
tratamento necessário á sua saúde, assim como não aceitar uma criança em idade
escolar com a desculpa de que não há vagas, que não há estruturas físicas
adequadas ou que não há pessoal especializado para acompanha-los nos estudos. Preconceito porque todas
as escolas tiveram um prazo máximo de dez (10) anos para resolverem todas estas
questões e muitas, nem começaram essa adequação.
Os
deficientes físicos, mesmo com sua limitação locomotora, levam uma vantagem com
relação às aprendizagens porque seu cérebro não é afetado pela deficiência. Portanto, podem aprender tudo
o que a escola propõe.
Os
deficientes visuais, respeitadas as suas limitações, o ensino em Braile não
impede que as aprendizagens escolares aconteçam. Cabe a escola a adaptação aos
conteúdos e formas de avaliação e da família a providência de tecnologia apropriada.
Os deficientes auditivos também. A única coisa
a ser adaptada é que, por não ouvirem, sua escrita se torna um pouco diferente.
Costumamos ler uma frase e observar que o sujeito vem antes do predicado e os deficientes
auditivos usam o predicado antes do sujeito. Se a escola e os professores
entenderem e respeitarem esta condição, não haverá problemas em relação as
aprendizagens. Constituem ações preconceituosas querer que o deficiente
auditivo escreva da forma que o ouvinte escreve. Portanto, deficientes
auditivos e visuais possuem cérebros preservados.
Com
os deficientes intelectuais a situação se complica. Embora a escola e os
professores saibam da deficiência, e que seus cérebros funcionam lentamente, insistem
em querer que os deficientes intelectuais deem respostas como se não fossem deficientes.
Avaliam seus trabalhos e provas em comparação com seus colegas de turma e não
levam em consideração seu esforço e avanços dos limites pessoais. E não é só no Ensino Fundamental, mas no Ensino Médio e no Ensino Superior também.
Um
outro comportamento preconceituoso e atuante em grande parte do ambiente
escolar, é o descumprimento de uma lei (Lei de Inclusão, de 2010) que obriga as
escolas de todo o país, a elaborarem um plano curricular específico para pessoas
com deficiência visual, auditiva e intelectual. Esse currículo adaptar o Plano Curricular Nacional levando em
conta as possibilidades e necessidades de cada um.
Deficientes intelectuais necessitam de muita repetição, de
materiais concretos, de atividades diferenciadas, de provas e trabalhos dentro
do que está aprendendo e do que está sendo ensinado. Mas dá trabalho e os matérias
são caros e, muitas escolas não os têm, nem estão dispostas a consegui-los.
São atitudes preconceituosas (que poucos percebem ou questionam) porque impedem que o deficiente se desenvolva como merece. Os deficientes intelectuais sabem que
jamais poderão competir em pé de igualdade com os chamados “normais” se forem
constantemente comparados. Mas o que fazer?
Há,
ainda, pessoas que acham que os deficientes intelectuais não têm sentimentos. Ao
contrário, eles sentem sim. Ficam magoados também. Só não sabem dizer o que
sentem. Trabalho com eles, ouço suas reclamações e lamentações. E o que mais os machuca é a insistência dos “inteligentes” em fazê-los acreditar que são incapazes.
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