Antigamente,
quando os pais recebiam essa notícia era um “Deus nos acuda”. A moça era
considerada uma “desavergonhada” e, portanto, motivo de vergonha familiar.
Os
pais não suportavam a ideia de serem apontados na rua, nos eventos sociais ou
mesmo, dentro do circulo de parentes, como pais de uma moça que estava grávida
fora do casamento. E sendo assim,
tocavam-na para fora de casa com a roupa do corpo e renegavam-lhe a paternidade. E sem família,
dinheiro e preparo só lhes restavam duas opções de sobrevivência: separar-se do
filho ou “cair na vida”.
Na
atualidade, isto já não acontece tanto. Os pais têm percebido que a garota e o
bebê precisam de cuidados, preparo, carinho e acompanhamento médico. E passaram a aceitar a situação e acolher a
filha grávida.
Mas,
muitas vezes, essa acolhida se torna mais uma forma de superproteção. Os pais
passam se responsabilizar não só pela filha, mas também, pelo cuidado e
educação do neto. Isto
tira a responsabilidade do ato cometido. A maioria das jovens não tem arcado
com as responsabilidades que um filho exige. E continuam levando a vida de
forma descompromissada como faziam antes da gravidez. Por isso, muitas delas
incorrem numa segunda e terceira gravidez, pois sabem que aceitação e o cuidado
da criança são certos. Já vi muitos casos assim.
É
preciso que os pais orientem como as moças podem se prevenir e informar sobre os
riscos e consequências práticas de uma gravidez indesejável nesta fase da vida.
Mas, poucos fazem isso.
A
maioria dos pais que orientam e informam sobre as questões sexuais acabam por
não falar dessas coisas, pois acreditam que falar sobre contraceptivos é
incentivar a prática sexual ativa. Quanto aos riscos e consequências, muito
menos. Alguns nem sabem e nem procuram se informar. E esta omissão só tem contribuído
para que a atividade sexual ativa tenha crescido aceleradamente, envolvendo
crianças e jovens adolescentes desavisadas, imaturas e impulsivas.
Os
riscos de saúde numa gravidez precoce são grandes porque o corpo ainda está em
formação. E não é porque os órgãos estão novinhos em folha, que tudo sempre correrá
ás mil maravilhas. É verdade que hoje há mais recursos que antigamente, mas,
mesmo assim, é bom não facilitar.
As
consequências são para todos. Para a jovem que engravidou e para cada membro
familiar envolvido. Para ela, muitas vezes terá que interromper os estudos,
começar um trabalho, despedir-se ou adiar alguns sonhos e projetos. Para a família,
uma nova reestruturação tanto interna quanto no ambiente deve ser feita. E aí,
todos precisam se mobilizar e disponibilizar espaço para a futura mãe e seu
filho. E é aí que recomeçam os atritos, as crises e conflitos.
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