O
etnocentrismo é um dos mais complexos dentre os preconceitos. Primeiro, porque não
existem culturas perfeitas. Em cada uma existem coisas boas e coisas ruins.
Segundo, porque elementos intelectuais, racionais, emotivos e afetivos estão
intrinsecamente ligados à cultura. Esses elementos configuram-se como
integrantes do espírito humano, levando o sujeito a pensar, sentir e agir de
acordo com a cultura a que pertence. Terceiro, porque cada indivíduo tem esses
padrões fortemente arraigados em si, ou seja, está acostumado com os padrões, os
segue com a convicção de que são benéficos para si e para seus compatriotas e
sente-se seguro e feliz ao cumpri-los. Por isso, o etnocentrismo está presente em
todas as culturas, em todas as épocas e pode ser observado a qualquer momento.
É um
preconceito complexo porque também pode ser confundido com outros dois: o
racismo e o preconceito social. Outras vezes, passa despercebido porque se
confunde com “patriotismo”. E não há nada de mau em ser patriota. O ruim é
quando esse patriotismo se torna exagerado e se compara uma cultura com outra,
elevando mais uma, enquanto se deprecia a outra.
Para que se
possa compreender bem o significado do etnocentrismo é preciso entender o significado
desse vocábulo: “etnos” é um termo de origem grega que significa nação, etnia, cultura
ou sociedade; e “centrismo” significa centro. Assim, quando se toma uma cultura
(nação, etnia, sociedade) como centro de importância e desvalorizamos pejorativamente,
de modo desrespeitoso e intolerante todas as outras ou uma em particular, o
preconceito está instalado e pode ser praticado por uma única pessoa ou por um
grupo delas.
Na Índia, a vaca é um animal sagrado. Daí a reverência.
Esse
preconceito surge por falta de conhecimento dos padrões e hábitos culturais da(s)
sociedade(s) que está (ou estão) sendo comparada(s) e julgadas. Mas ainda, são
as justificativas resultantes dessa comparação que definem se é preconceito ou
não. É preconceito quando as justificativas estão baseadas no fator biológico
como critério de superioridade. Por exemplo: como quando Hitler dizia que a
raça ariana era superior a todas as outras raças. A saber, Hitler era etnocêntrico
e racista, por isso, ele acreditava ser importante que todas as raças fossem
extirpadas para que a raça ariana pudesse sobreviver. E começou o extermínio
pelos judeus.
O patriotismo
exagerado sempre leva a uma conduta extremada: desvalorização na comparação,
desrespeito no julgamento, atitudes intolerantes diante das diferenças
culturais, atitudes absurdas e, muitas vezes, deprimentes, imorais, radicais e
xenofóbicas.
Mas o
etnocentrismo também pode aparecer dentro de uma mesma nação, cultura ou
sociedade quando esta é formada por várias culturas diferentes. Como a nossa,
por exemplo, que é formada por europeus, africanos e indígenas. Quando se
desprestigia a cultura africana ou a indígena estamos praticando o
etnocentrismo. O mesmo acontece quando valorizamos a cultura do sul ou do
sudeste brasileiro rebaixando a cultura nordestina ou a nortista.
Somos todos
filhos da pátria brasileira. Um país de grande riqueza cultural e de belas e
singulares tradições regionais. Um país singular do qual nos orgulhamos. Somos
um povo miscigenado onde os preconceitos não deviam ter razões para acontecer e
não deveria haver lugar para as discriminações. Mas que, infelizmente, ainda
existem por parte de alguns poucos.
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