No
início da vida, a força muscular era o bastante para a sobrevivência de todos
os animais. Até que uma espécie sofreu uma lenta e importante transformação
física e neurológica, que culminou nos hominídeos. Estes, vivendo isoladamente
de seus iguais, lutavam pela sua própria sobrevivência. Tinham como arma apenas
a força bruta para enfrentar as ameaças dos animais e contra as intempéries da
inóspita natureza. Porém,
ao perceberam que trabalhando junto, tudo ficava mais fácil. Uma nova
transformação entrou em ação: a inteligência. Não era uma Inteligência como a
que conhecemos hoje, mas os primórdios dela. Por isso, a força bruta ainda era
importante.
Foi
por meio dessa inteligência rudimentar que faz com que alguém usasse uma pedra,
um pau ou um osso que estava por perto para afugentar um animal. Ação que, com
certeza, foi imitada por seus semelhantes, que provavelmente mostraram a outros
e foi passando de geração a geração. E assim foi até um belo dia, perceberam
que se distanciavam e em muito dos animais. E surgem os primeiros “seres
humanos”. Essa distância se deve a uma evolução da inteligência e que nenhuma
outra espécie jamais conseguiria desenvolver.
Com
a inteligência, desenvolveram as capacidades para aprender, observar, imitar,
criar e inventar coisas. E com essas capacidades surgiram outras e mais outras.
Tudo lenta e progressivamente. Porém, das capacidades surgiram também as
habilidades, de trabalhar com as mãos, de comunicar-se com os demais, de criar
utensílios para as longas migrações para obter comida e água fresca. E
o pau, a pedra e os ossos atirados com força para uma defesa de si próprio ou
do grupo, foram pouco a pouco se transformado em machados, facas e lanças e,
algumas gerações mais adiante, se transformaram em arcos e flechas.
No
início, a alimentação era instintiva. Pegavam um fruto silvestre ou caçavam um
animal somente quando sentiam fome. No entanto, quando se tornaram homens
entenderam que não havia necessidade de ir para lugares desconhecidos. Podiam
ficar num lugar que gostassem e que a natureza daria o que precisassem, bastava
observar com a natureza agia. Perceberam também que se a natureza fazia a parte
dela, o homem também deveria fazer a sua. E resolveram plantar e criar animais
e conservar, cuidar o que conseguiam.
No começo, dormiam onde dava. Depois, enfrentaram as cavernas e viveram em
tendas que, mais tarde, se transformariam em casas bem mais seguras.
A
descoberta do fogo, a invenção da escrita por meio de desenhos e a fixação na
terra foram marcos importantes para a evolução da espécie humana. Tão
importantes que o trabalho que faziam se tornou uma ação natural, inata e
essencial aos humanos. E a partir de então, os humanos passaram a cuidar e
explorar a lavoura, a pecuária, a construção de moradias, o artesanato de todas
as formas que sabiam e podiam.
O TRABALHO NA ANTIGUIDADE
Mas,
os humanos sempre tiveram a necessidade e o desejo de facilitar sua vida e o
trabalho que fazia. Mas os desastres naturais sempre aconteciam e os obrigavam
a dispor melhor de suas reservas para aguentar esses momentos. Estas ocasiões
sempre fizeram com que os humanos melhorassem seus instrumentos e criavam novas
formas e hábitos para o trabalho.
Nos primórdios da Idade Antiga, um dos hábitos para facilitar o trabalho foi o uso da
escravidão. Naquela época, o homem ainda não tinha a preocupação com o social.
Agia inconsciente e instintivamente fosse para preservar seu território ou
defender sua aldeia.
A partir da instituição da escravatura os homens jamais se sentiram em igualdade de direitos. Continuava a divisão de trabalho, mas valorizavam a especialização e o aperfeiçoamento dos instrumentos e os conhecimentos técnicos.
Nesse regime político, social e econômico encontrado, havia o senhor (o dominador) e os escravos (os dominados). Cabia aos escravos a força do trabalho, enquanto o senhor desfrutava do resultado desse trabalho. Em toda a história da humanidade os escravos sempre sofreram muito com este regime de trabalho. Sofrimento porque, de um lado, eram sobreviventes de uma batalha mortal por manter seu território. Por outro, considerados como perdedores na luta, eram desprezados como pessoas e vistos como objetos. Por isso, serviam para os piores tipos de trabalho, considerados pelos senhores como indignos ao seu status de “homem livre”.
Naquela
época, era considerado especializado, o escravo que sabia plantar e cuidar das frutas, das
verduras e legumes. A criação de aves como a galinha, o peru, o faisão era
outra especialização e quem sabia ambos os trabalhos e suas técnicas eram muito
valorizados. E forma eles que instituíram o trabalho dos hortifrutigranjeiros.
Devemos a eles também a invenção e melhoria do arado com rodas e puxados por
tração animal.
O trabalho escravo permitia construções de vulto, como canais, represas, construção de navios e prédios maiores (construção de templos e palácios) sem que os homens livres tivessem que desenvolver nenhum esforço físico. E como o trabalho sempre foi uma necessidade humana, estes se dedicavam ás artes e ás ciências.
O trabalho escravo permitia construções de vulto, como canais, represas, construção de navios e prédios maiores (construção de templos e palácios) sem que os homens livres tivessem que desenvolver nenhum esforço físico. E como o trabalho sempre foi uma necessidade humana, estes se dedicavam ás artes e ás ciências.
Com
a falta de interesse de ambas as partes, os escravocratas deixavam de
confiar nos escravos, nem colocar em suas mãos instrumentos mais delicados ou
dar-lhes funções mais específicas.
Com isso, o desenvolvimento que conquistaram foi diminuindo. Por outro lado, os homens livres mais pobres se uniram aos escravos para uma revolução social, mesmo que, muitas vezes, não falassem a mesma língua, nem tivessem os mesmos hábitos e costumes, nem os mesmos conhecimentos. Porém, com uma consciência da situação muito baixa e objetivos diferentes, formavam uma massa tão grande e poderosa que fez o regime escravocrata cair por terra.
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