A adolescência é uma fase difícil e complexa. Na puberdade, fase que ocorre entre os 10 e 12 anos, os jovens ainda não sabem bem se ainda são crianças ou se são adolescentes. Quando cobrados de alguma falta, choram e querem ser tratados como crianças. No entanto, se algo lhes agradam ou for de seu interesse, logo justificam que são grandes.
Nos meninos, os músculos começam a se
desenvolver e aparecer, deixando-os mais fortes e encorpados. Os pelos crescem
por todo o corpo. A princípio são alguns pelos que crescem aqui e ali pelo
corpo todo. Com o passar do tempo, logo se notam pelos mais grossos nas pernas,
braços, no peito, nas axilas, no púbis e naquele sem bigodinho meio sem
graça. E no rosto, uma pelugem dá
indícios ao que, em breve, será chamado de barba.
Mas as transformações não param por aí. São, na maioria transformações internas que em breve revelarão o homem que se escondia dentro do menino. Isso os deixa irritadiços. Acham-se feios e desengonçados e muitos se isolam. Essas transformações mexem com seu humor, que flutua ao sabor dos acontecimentos. Ora estão tristes, ora alegres, ora são covardes para no momento seguinte, agirem como valentões.
Nas meninas, ao contrário, as
transformações físicas são mais visíveis. A princípio, um leve arredondamento
na altura dos quadris. Depois todo o corpo fica arredondado. Para as meninas,
dois marcos são importantíssimos: o despontar das mamas e a primeira
menstruação. E até que ocorram, elas ficam ansiosas. Por isso, para elas, o
primeiro sutiã e o primeiro absorvente são como troféus. Por isso devem estar
muito bem instruídas pelas mães sobre o porque e para que essas transformações
acontecem e como devem se comportar quando acontecerem. E quanto menos
instruídas forem, mais sofrerão.
Semelhante aos meninos, as transformações
hormonais não param por aí. Como eles, elas também sofrem com seus humores.
Esses humores nas meninas, as tornam mais sensíveis. Choram á toa, ficam
nervosas, irritadas, com a língua mais solta e mais ferina.
Para ambos, o espelho é um terrível
inimigo. Acham-se estranhas, desengonçadas e tentam de todas as formas impedir
que os demais saibam de suas mudanças corporais.
Ao chegarem por volta dos 14 anos tudo
muda. E o antigo inimigo, o espelho, vira seu maior aliado. Passam um tempo
enorme diante dele, ora admirando-se, ora vasculhando cada canto do corpo
buscando encontrar um pequeno defeito. Uma espinha vira uma tragédia. E se for
no rosto, a tragédia é ainda maior. O espelho é também se maior conselheiro,
pois é ele quem lhe mostra se o vestuário, o cabelo, os acessórios e a maquiagem
estão perfeitos.
É o que os adultos chamam de vaidade. Mas
na verdade é, simplesmente, a aceitação de uma nova condição: a de que não são
crianças e não podem agir como elas, embora ainda não entendam muito bem como
devam se comportar daí para a frente.
Meninos e meninas nessa idade são curiosos e querem experimentar um pouco de tudo. Desejos, emoções e espírito de aventura não lhes faltam. Se ouvem falar de algo que a maioria dos jovens fazem, querem fazer também. Cabeça e pés estão nas nuvens, elaborando mil e um projetos para o futuro. Tornam-se revolucionários como nunca foram anteriormente. Acham que o mundo é uma droga e que só eles poderão consertá-lo com suas ideias mirabolantes. Mas tudo isso, é próprio da idade.
Enquanto isso, algo se forma no interior
de ambos. Trata-se da formação da personalidade. Segundo Jung, há 2 tipos
importantes de personalidades que são: a introversão e a extroversão. Esses
tipos ficam latentes durante a infância e só se manifestam na adolescência,
quando se formam e se instalam definitivamente. Entretanto, esses dois tipos podem ter
variações, ou seja, serem mais ou menos sensíveis ou intuitivas A intuição sensibilidade
e a variam em diferentes graus. E um exclui o outro.
Uma pessoa extrovertida é mais voltada
para os outros. E se forem sensíveis são mais afetuosas, mais caridosas, espontâneas
e amigas dos outros. Se forem extrovertidas intuitivas são espertas, ardilosas,
enfrentam qualquer dificuldade e as superam agindo mais com a razão do que com
o coração.
As pessoas
introvertidas estão mais voltadas para si próprias. As pessoas introvertidas
sensíveis são aquelas mais tímidas e mais pensativas. Não deixam de ser pessoas
bondosas ou caridosas, mas refletem muito antes tomar uma decisão. São mais
contidas, submissas e menos impulsivas. Sentem-se enfraquecidas perante os outros,
pois não reconhecem em si as qualidades que acredita que os outros possuem. Se isolam
frequentemente, críticas ao extremo de si mesmas e se magoam facilmente com
qualquer gesto, olhar ou palavra mais áspera.
Já as introvertidas intuitivas
são mais observadoras e possuem um sentido de autoproteção mais aguçado. Embora tímidas e introspectivas, essa autoproteção
lhes dá mais força para seguir em frente e resolver algumas dificuldades que
encontram no caminho.
A personalidade e suas
diferentes combinações com a intuição ou com sensibilidade, a maturação
hormonal e as transformações físicas se consolidam aos 21 anos de idade, quando
as pessoas atingem a idade adulta.
Mas nesse meio tempo, tudo está em
estreitíssima relação com o emocional, ou seja, com um estado psicológico presente
em todos os seres humanos. A mente é poderosa e influencia por demais em tudo:
no que somos, pensamos, no que sentimos e na forma como agimos. Assim, tudo o
que acontece ou fazemos no dia a dia está recheado de emoção.
prazer desprazer
prazer desprazer
As emoções estão ligadas ao prazer e ao
desprazer. Portanto, não podem e não devem ser confundidas com os sentimentos
como a alegria, a felicidade, a tristeza, a melancolia, a infelicidade, a raiva
entre outras. O prazer ou o desprazer são internos e próprios de cada um.
O prazer é aquela sensação de bem-estar
que nos motiva a seguir em frente, que nos dá a coragem necessária para
superamos os obstáculos que a vida impõe, que nos preenche plenamente e faz
nossos olhos brilharem, que aumenta consideravelmente nossa autoestima e autoconfiança.
Por sua vez, o desprazer nos tira tudo, até a vontade de viver. As emoções (boas
ou más) podem se duradouras, enquanto os sentimentos são passageiros. E convivemos
com elas desde o nascimento até a morte.
Se colocarmos nossas emoções numa balança,
que os pratos com prazeres e desprazeres estejam sempre equilibrados, pois ninguém
vive só de prazeres. No entanto, se pender para um dos lados, que seja para o
lado dos prazeres, pois só assim teremos uma vida mais saudável. E se pender
para o lado dos desprazeres, nossa vida será um inferno, repleta de fracassos,
frustrações, sentimentos de incapacidades e de insignificância que nos trarão muitas
dores e sofrimentos. E essas dores e sofrimentos emocionais são bem mais
terríveis que a pior dor física que temos conhecimento.
Agora tentem imaginar uma pessoa na
adolescência em que vivencia as transformações físicas e hormonais, que sua
personalidade está se formando como introspectiva sensitiva no mais alto grau e
que passou sua curta vida vivenciando desprazeres, frustrações, fracassos reais
ou imaginários. Difícil, não é?
Muitos de nossos jovens adolescentes vivem
dessa maneira. Por isso, são mais vulneráveis ás dores e ao sofrimento. Muitos
não aguentam e, por isso, praticam o suicídio.
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