Desde
que nascemos, os seres humanos passam por uma série de transformações físicas.
O bebê cresce e se transforma em criancinha (1ª infância), esta se transforma
em criança (2º infância), que por sua vez se transforma em púbere (1º estágio
da adolescência – dos 12 aos 14), depois em adolescente (2º estágio dos 14 aos
16 anos e no 3º estágio, dos 16 aos 18 anos), em jovens (dos 18 aos 21), adulto
(dos 21 aos 60- 65 anos) e daí para a frente, em idosos. E ninguém escapa delas.
Quem
nunca ouviu uma criança dizer que “gostaria de ser gente grande”? Elas dizem
isso porque ainda não compreendem que todo crescimento traz perdas e ganhos.
Vejam só: ao andar, o bebê perde o colo e em contrapartida, ganha a liberdade
de ir e vir, de correr e pular. Ao chegar na 2ª infância, a criança perde
algumas horas do convívio familiar para ir à escola, mas ganha autonomia para
ler e se comunicar com mais desenvoltura. Na puberdade, os jovens perdem o
status de criança e com essa perda, suas mordomias. No entanto se preparam para
serem adultos e com isso, ganham um horário mais flexível para dormir, ganham
mais amigos, podem ir e vir mais livremente, cuidam mais de si mesmos. E assim
vai sempre ganhando coisas novas e perdendo as velhas conquistas.
Ganhar
e perder fazem parte de nossa vida. E nessa troca surgem mudanças na forma de
ser, pensar e agir. Mas toda troca não é fácil, como optar entre duas camisas,
por exemplo. As trocas pessoais, embora benéficas, sempre trazem consequências
emocionais, mesmo para os mais equilibrados emocionalmente.
As
trocas da adolescência são importantes e trazem dor emocional. Mas o resultado
é positivo. Em contrapartida, a adolescência é uma fase muito marcante para
todos e ninguém sai isento dela porque faz parte do desenvolvimento.
Quando
as transformações físicas começam, para os adolescentes parecem não terem fim.
Por isso, é uma fase de muita angústia e ansiedades. É uma fase em que não se
consideram crianças, nem adultos. Já não sabem mais como devem agir e se
comportar, pois o que lhes era permitido antes, agora são proibidos. E, se desejam
ter a mesma autonomia ou comportamento dos adultos, também são proibidos por
não terem a idade suficiente. Esse não saber quem ele (a) é (quando antes tinha
certeza) traz muitos medos e angústias.
Em
contrapartida, os pais ficam mais exigentes, lhes dão mais tarefas a cumprir,
exigem mais responsabilidades, cobram menos brincadeiras, são mais exigentes
quanto aos estudos e possam escolher uma boa profissão ou buscar um trabalho.
Mas os tratam como crianças. Acham que não sabem das coisas e que ainda dependem
deles e exigem obedecer sem discutir.
Embora
seja compreensível esta atitude dos genitores, porque se acostumaram a agir
dessa maneira e cuidando de tudo desde que nasceram, os pais devem “adolescer” junto com os filhos. E não
quero dizer que devam fazer tudo o que os adolescentes fazem, mas compreender o
que se passa com eles. Saber que os
filhos os amam e que precisam deles, do seu carinho, de sua atenção e de
orientações sobre os sentimentos, os comportamentos e atitudes. E para
adolescer, basta relembrar sua própria adolescência em termos de sentimentos,
medos, angústias e preocupações. Infelizmente,
muitos pais nem sabem o que seus filhos pensam, quanto o que sentem. E aí se
misturam com outros sentimentos e emoções complicando tudo. Dessa maneira, os
adolescentes ficam mais rebeldes, respondões e mais críticos. Querem reformular
as regras (familiares e sociais) e o mundo. Nada está certo para eles. E junto
com os amigos, o mundo será melhor. Coisas da idade.
Em
meio a este turbilhão de sentimentos expressos ou não, surge um novo problema:
a descoberta do sexo. Desde a infância, já se descobriram meninos e meninas. Mas o sexo é algo novo.
Esta
descoberta começa quando o púbere passa a olhar com admiração para uma colega
ou vice-versa. É ainda uma situação platônica, distante, semelhante àquela em dizia
que uma menina era sua namorada só por sentar-se emparelhado com ela na escola.
Mas é a insistência desse olhar que chama a atenção. Depois sente falta ou fica
triste, se o objeto do seu olhar não está por perto. E quando isto acontece,
começam as preocupações.
O
segundo passo é perceber-se notada. Não importa onde esteja, sempre haverá um
olhar de admiração direcionado a ele (a). Principalmente para as garotas, estes
olhares são muito importantes. E mais, não importa a idade, o estado civil ou
fator econômico de quem olha. Basta que olhem para que se sinta notada e ficará
feliz. Mas, se não ocorrem, com certeza, ficará muito triste e aborrecida. E
isto não significa que daí surgirá um relacionamento.
O
terceiro passo é o namoro. O que é namoro? Como se faz isso? Quando beijar? Até onde posso ir no namoro? O que é amar? E
como saber se amo? E é aqui que os pais são mais importantes que nunca. Eles
não querem saber sobre as doenças sexuais ou o aparelho reprodutor, pois estas
informações eles já têm na escola. O que eles querem é saber da parte prática,
aquilo que os pais já experimentaram e sabem.
E a primeira coisa que os pais
devem informar aos filhos é o sexo é uma coisa bonita e bem aceito por Deus (ou
outro conforme sua religião). Que o sexo não tem nada de nojento ou de mau. E se
não tem coragem de falar sobre isso, compre livros ou permita a busca na
internet em sites seguros e de sua confiança para leiam, pesquisem e conheçam,
discutam com os familiares e amigos, emitir opiniões e ouvir as réplicas, para
depois experimentar. Só com muito conhecimento e orientações seguras dadas
pelos pais é que os jovens estarão bem informados no teórico e no prático.
Então, não farão escolhas ruins porque agirão com responsabilidade, amor a si próprio
e encararão tudo com naturalidade. Mas deixar claro que o sexo que exige autoconhecimento,
respeito a si mesmo e aos outros e exige responsabilidade acima de tudo.
A
adolescência é uma fase de muitos medos, de inseguranças e ansiedades, de
angústias e dúvidas, e certamente, muitos conflitos, confusões e de
contradições. E os pais devem aprender a lidar com isso e agir da maneira mais
natural possível.
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