Chamamos de trabalho infantil toda e qualquer forma
de tarefa que envolve a mão-de-obra remunerada de crianças e de adolescentes. Você deve estar se perguntando por que tratar deste assunto
neste momento, não é mesmo?
Vejamos: Se
considerarmos que quando uma criança trabalha quem lucra são os adultos (pais
ou empregadores) e, portanto, é exploração. Logo, a exploração é uma das formas
com que a violência se apresenta. Você não se sentiria violentado se fosse
explorado? Por outro lado, todas as crianças têm o direito de estudar e brincar
assegurado por lei. E se não forem respeitados, é negligência. E como já
sabemos a negligência é violência. Um terceiro quesito é que, dependendo do tipo
de trabalho que crianças e adolescentes executam, este trabalho pode colocar em
risco a integridade física deles. Logo, não é nenhum absurdo tratar deste
assunto e neste momento.
Várias
são as causas do trabalho infantil: a pobreza e a baixa renda das famílias; a
baixa escolaridade dos pais; o número alto de filhos; a má qualidade da
educação; a procura de mão-de-obra barata e, finalmente, a falta de
fiscalização por parte do governo.
Essas crianças e jovens trabalham nos campos (em sítios e fazendas), nos canaviais, em minas de carvão e pedras, no garimpo e em fábricas.
Durante
muito tempo, os pais foram acostumados a ouvir que, quanto mais filhos
tivessem, os casais podiam melhorar de vida porque esses filhos podiam
ajudá-los financeiramente no futuro. Assim, era comum que os casais tivessem
muitos (12 a 16) filhos. Esta ideia antiga, era calcada nos três primeiros
quesitos: pobreza, ignorância e a má qualidade educativa. Os empregadores, por
sua vez, não querem pagar ás crianças e adolescentes, o mesmo salário que pagam
aos adultos justificando serem menores de idade. Por isso, o salário desses pequenos
trabalhadores é muito baixo. Embora trabalhem o mesmo número de horas e exerçam
as mesmas funções dos adultos, os salários são irrisórios, obrigando as
famílias a colocarem neles, os filhos cada vez mais jovens.
Exercendo
as mesmas funções dos adultos, muitas crianças e jovens lidam com máquinas perigosas,
o que resulta em uma série de mutilações e muitas vezes, da morte desses
pequenos trabalhadores. Daí originarem-se graves prejuízos sociais, que vão
desde a aposentadoria extremamente precoce, problemas de saúde e outros.
Há quem
pense que estes problemas ocorrem apenas no sertão nordestino de nosso país.
Mas eles estão também nos grandes centros urbanos, como os pequenos que
trabalham nos semáforos lavando vidro dos carros ou vendendo doces. Estes
também colocam em risco a integridade física, pois são comuns os atropelamentos
e mortes. Além disso, são vulneráveis a prostituição, ao uso de drogas, álcool
e fumo e facilmente aliciados pelo narcotráfico.
Muitas
famílias de baixa renda “emprestam” seus filhos a alguns “espertalhões” que
vivem da caridade pública. Muitas vezes, batem de porta em porta ou ficam em um
certo ponto de uma rua ou avenida importante onde mendigam. O adulto se passa
por genitor de um bando de crianças sujas e esfarrapadas (geralmente
“emprestadas”) causando o sentimento de compaixão nos transeuntes. No final do
dia, a féria é repartida miseravelmente entre essas crianças, enquanto a maior
parte cabe ao adulto.
Como
consequência deste trabalho estão: o mau desenvolvimento da criança ou jovem; a
perda da infância; a geração de doenças e problemas psicológicos, o baixo
rendimento e a evasão escolar e o despreparo para o mercado de trabalho.
Outro
tipo de exploração do trabalho infantil é o doméstico. São crianças que muito
cedo vão trabalhar em casas de família e que trabalham muitas horas diárias e
seguidas. Segundo relatórios oficiais de 2013, estimava-se que cerca de 258 mil crianças e adolescentes entre 10 e 17
anos (sendo 94% de garotas) no mundo trabalhem em casas de família. E hoje,
devem ser bem maior.
O risco do trabalho infantil doméstico são os casos de assédios e estupros dessas trabalhadoras mirins. Sem contar que ainda há famílias que sobrevivem da prostituição das meninas a partir dos 7 anos de idade, por viverem em extrema pobreza. E aqui, os riscos também são enormes: a proliferação das doenças venéreas e da AIDs, da pornografia infantil, da pedofilia e do tráfico de pessoas. Os prejuízos são psicológicos e difíceis de serem revertidos.
Como vimos, o trabalho
infantil não traz benefício algum. Ao contrário, só traz prejuízos para a
pessoa e para a sociedade. Na maioria dos casos, o trabalho infantil se
assemelha ao trabalho escravo, onde as condições são precárias, insalubres e
forçadas.
O QUE DIZ
A LEI
O
trabalho infantil é combatido no mundo inteiro. Cada país possui uma legislação
que determina a idade mínima para o mercado de trabalho. A maioria dos países
determina que a idade mínima é 16 anos para início do trabalho. Porém, em
países mais pobres, essa idade mínima cai para 14 anos (Abaixo dessas idades, é
considerado exploração infantil e quem o permite deve sofrer as penas da lei.
No Brasil, a idade mínima é 16 anos. Mas segundo
o artigo 7.º da Convenção n.º 138 da
Organização Internacional do Trabalho (OIT) é permitido o trabalho aos 13 a 15 anos de
idade nas seguintes condições:
a) se os trabalhos forem leves e
desde que não prejudiquem a saúde ou o desenvolvimento dos referidos menores.
Trabalho conhecido como trabalho aprendiz.
b) que não prejudiquem a frequência escolar,
na participação em programas de orientação ou formação
profissionais, aprovados pela autoridade competente, ou o aproveitamento do
ensino que recebem.
c) as atividades laborais para os jovens de 16 e 18 anos são permitidas quando forem realizadas entre as 06h as 22h.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
MEUS QUERIDOS
Fiquei muito feliz com sua visita a este espaço que também é seu. para que ele fique melhor e mais do seu agrado, deixe por favor, um comentario, um recadinho ou uma sugestão.
OBRIGADA