Muitos
pais acreditam que a única forma de educar os filhos é impondo-lhes castigos,
afirmando que as crianças, de vez em quando, “pedem uns tapas”. Mas essa
história não é verdadeira. Se faz algo que não gostamos é por dois motivos: ou
porque já fez e ninguém a repreendeu e ela acredita que pode repetir ou porque
ninguém a ensinou a obedecer certas regras básicas de convivência.
Muitas
vezes, os castigos impostos às crianças são exagerados e impróprios para a
situação a qual está sendo castigada ou para a sua idade. Esses castigos podem
ser: físicos, mentais, morais e emocionais.
Triste, não é?
Os
castigos físicos são os tapas, surras e espancamentos, queimaduras com pontas
de cigarro, atirá-las contra uma parede, encarceramento etc. Os morais são: os
xingamentos, apelidos depreciativos e olhares intimidativos. Os mentais são
aqueles levam as crianças a acreditarem que são incapazes quando, na realidade,
não são. Tecer comentários negativos intencionalmente para ela ou para amigos e
parentes diante dela, com o intuito de ridicularizar ou menosprezar suas
habilidades e capacidades.
Porém, os mais perniciosos são os castigos emocionais.
Estes causam marcas e dores cruciais e que perduram a vida inteira. São eles: o
abuso sexual e a exploração
sexual de menores com finalidade lucrativa.
O ABUSO SEXUAL INFANTIL
Crianças que sofrem abuso sexual existem em todas
as sociedades. E independe da idade (de 1 a 12 anos) e do sexo que as crianças
abusadas possam vir a ter. Quando se fala em abuso sexual, costuma-se pensar
apenas no contato sexual entre adultos e
crianças. Porém, esquecemos (ou deixamos de perceber) aqueles que ocorrem entre crianças (maiores e a outra menor
em idade ou tamanho).
Embora o fato do abuso sexual acontecer também com
meninos (de todas as idades) e o número de casos ser bem alto, a quantidade de
meninas abusadas sexualmente é ainda maior, ou seja, o triplo dos casos com meninos.
Seja qual for o sexo da vítima, estudos e estatísticas mostram que o
agressor é homem (a maioria) e conhecido das vítimas. Podendo ser pais, padrastos,
tios, vizinhos e amigos frequentadores da residência da vítima. Esses homens,
geralmente, foram abusados na infância. No entanto, não atacam enquanto meninos.
Só o fazem depois de adultos. E se a estatística
mundial já possui um número elevado desses casos, na realidade podemos
considerar o triplo.
O QUE É CONFIGURADO COMO ABUSO SEXUAL INFANTIL
Define-se como abuso sexual infantil “toda a forma que um adulto (ou adolescente mais velho) se vale para se estimular sexualmente”. Essas formas independem do ato sexual consumado, ou seja, expor fotos dos órgãos genitais dos menores, intimidar ou aliciar uma criança para sua própria satisfação, despir ou tatear o corpo do menor, pressionar o corpo da criança contra o seu aparelho genital, ejacular sobre o corpo da criança e produzir pornografia infantil.
Define-se como abuso sexual infantil “toda a forma que um adulto (ou adolescente mais velho) se vale para se estimular sexualmente”. Essas formas independem do ato sexual consumado, ou seja, expor fotos dos órgãos genitais dos menores, intimidar ou aliciar uma criança para sua própria satisfação, despir ou tatear o corpo do menor, pressionar o corpo da criança contra o seu aparelho genital, ejacular sobre o corpo da criança e produzir pornografia infantil.
Este assunto é cercado por uma aura de tabu.
Primeiro, por ser difícil conseguir dados estatísticos confiáveis e, segundo,
pela “lei do silêncio” que impera nas famílias das crianças abusadas.
A lei do silêncio familiar se faz presente quando o
agressor é o pai ou um parente próximo. O silêncio existe por dois motivos: a)
o agressor é um familiar e b) por intimidação.
No primeiro caso, os familiares preferem conviver
com o fato e não denunciar o agressor. No segundo, mesmo sendo um parente (pai,
filho ou irmão), o medo da intimidação do agressor (agressiva ou financeira) ou
exercida pelo consenso do grupo familiar faz com que as “testemunhas” se calem.
Porém, o silêncio e a falta de denúncias enfraquecem os dados estatísticos e não
os torna confiáveis.
CONSEQUÊNCIAS DO ABUSO SEXUAL INFANTIL
O
abuso sexual sempre gera consequências nocivas a curto e longo prazos. Essas
consequências são: físicas, psicológicas e comportamentais.
As consequências físicas são os ferimentos
provocados quando o ato sexual é consumado por um adulto. O corpo da criança
até a adolescência ainda está em formação, portanto, não está preparado para
esta atividade. Logo, a penetração do adulto dilacera os órgãos internos da
criança causando intensa hemorragia que pode levá-la à morte. Caso sobreviva, a
criança apresentará várias reações físicas, tais como o “efeito de regressão”,
ou seja, voltar a chupar o dedo, voltar a urinar na cama (o maior indicador de
abuso sexual infantil), medo de ser tocada por qualquer pessoa (pela mãe
inclusive) e pavor ou recusa de aproximação diante do agressor.
Na escola poderão encontrar dificuldade
de aprendizagem, evitar o contato social com os colegas, praticar crueldade com
animais, déficit de atenção, atitudes agressivas contra os colegas e transtorno
desafiador opositor (aquelas crianças que desafiam os adultos e não ficam contentes
com nada), baixas autoestima e autoconfiança.
Na adolescência poderão apresentar: depressão,
ansiedade, transtornos alimentares, baixas autoestima e autoconfiança, de dores
físicas por somatização da dor vivenciada, transtorno do sono, choros compulsivos
sem motivos aparentes, isolamento. Podem apresentar algumas patologias
comportamentais como: transtornos sexuais, automutilação (incidência 4 vezes
maior que em outros casos) e tendência ao suicídio.
Na idade adulta podem apresentar: tendência
ao uso abusivo de álcool e drogas, tendência às práticas criminosas e ao suicídio.
O QUE DIZ A LEI?
TODA E QUALQUER FORMA DE ABUSO SEXUAL
INFANTIL É CRIME. A visão de consentimento nestes casos, deixam de existir. As
crianças não têm o discernimento necessário para consentir, pois ainda não faz parte
do seu desenvolvimento.
NÃO SE CALE... DENUNCIE.
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