Na
violência conjugal, homens e mulheres também são vítimas e/ou agressores.
Homens vítimas são minoria, mas não se pode negar que existam casos de mulheres
dominadoras e são raríssimos os casos denunciados. Porém, em mais de 90% dos
casos, as mulheres com idade que variam de 15 a 44 anos são as vítimas. Nesta
estatística fica claro que não importa a classe social, raça, idade, etnia ou
nível de escolaridade para que as
agressões aconteçam.
Os
motivos da agressão contra as mulheres são variados: necessidade de mostrar-se
poderoso, autoritarismo, alcoolismo, uso abusivo de drogas, agressividade mal
controlada, crueldade etc. As atitudes agressivas vão desde os xingamentos e
espancamentos até os assassinatos (os atuais feminicídios). Porém, em todos os
casos, o intuito é a dominação do “mais forte sobre o mais fraco” com requintes
de perversidade.
De
todas as formas de violência contra as mulheres, o espancamento é a forma mais
grave, porque deixa marcas visíveis e invisíveis minando a baixa autoestima e
autoconfiança, causando ansiedade social e generalizada, depressão, sintomas de
estresse pós-traumático, dificuldade de formar vínculos afetivos e abuso de
substâncias e a apresentar risco de suicídio porque atinge e deixa marcas
profundas nos aspectos psicológicos, morais e emocionais da mulher. As mulheres
ficam enfraquecidas em seu papel social prejudicam também a saúde emocional dos
filhos, que assistem e convivem com essas as cenas agressivas.
Por
consequência, resulta num aumento dos índices de violência social. A maioria dos homens e mulheres agressores
são frutos de famílias em que existe a violência conjugal. Quando crianças
aprendem pelo exemplo, assistindo as atitudes de seus genitores, ou seja, pelas
agressões do dominante e as reações de suas vítimas.
Essas atitudes distorcem
os sentimentos dos meninos sobre o que eles conhecem como amor, respeito e
compaixão. Acreditam que amar é espancar, dominar, judiar etc. E repetem quando
são adultos. Para as meninas, filhas de mulheres constantemente agredidas,
também é danoso. Ao verem suas mães serem agredidas e permanecerem caladas, sentem
que este é o caminho que devem percorrer diante de seus maridos. Por isso,
sentem medo, não reagem e submetem-se a toda espécie de violência, porque
acreditam que a vida é assim e essa é a forma de se comportarem.
A
sociedade costuma dizer que essas moças ou mulheres “não tiveram sorte no casamento”. Isto não é verdade. O que
acontece, é que diante de suas vivências e pelo exemplo dado por suas mães (de
se calar diante das agressões e aguentar toda sorte de investidas), as faz
procurar parceiros agressivos (semelhante aos pais) em seus relacionamentos,
repetindo assim o padrão da violência conjugal. É uma atitude inconsciente, segundo afirmas muitas
teorias da Psicologia.
Por
outro lado, muitas mulheres confundem as chamadas “obrigações sexuais”. Por dessas
“obrigações”, entendem que precisam ceder a tudo e a todo momento que o marido
ou companheiro deseja, mesmo que depois sintam-se desconfortáveis.
Toda
relação
sexual sempre deve ser consentida,
ou seja,
os parceiros devem querer realizar o ato sexual. Com o consentimento de ambos é uma
relação prazerosa e faz com ambos fiquem felizes.
No
entanto, há circunstâncias em que as mulheres estão sendo abusadas sexualmente
ou estupradas e não se dão conta disso. Acreditamos ou queremos acreditar que
estas coisas ocorrem apenas quando somos forçadas por estranhos e que jamais acontecem
com a pessoa que amamos. Isto ocorre porque a coerção é velada, discreta e sem
violência física, mas que deixam as mulheres constrangidas e infelizes. E é
muito mais comum do que se pode imaginar.
Sempre que uma mulher não
estiver a fim da relação sexual, o marido ou companheiro deve respeitar essa
decisão. No
entanto, se ele não aceita essa decisão e força (insiste) de alguma forma
(mesmo que corriqueira ou parecendo ocasional), e fazendo com que a mulher ceda,
mesmo se sentindo desconfortável, configura-se como abuso sexual. Já quando
cobra a tal “obrigação conjugal ou quando parte para a penetração sem aviso
(carícias preliminares)”, configura-se como estupro.
Outro
tipo de situação com coerção velada é o abuso psicológico. Configura-se por
ressaltar seus “defeitos” ou proferindo palavras desairosas sobre a sexualidade
dela (pressão verbal) antes ou no momento da relação, inibindo com essas
palavras o desejo sexual feminino ou fazendo com que as mulheres se sintam amedrontadas
e culpadas, cedendo aos desejos sexuais do companheiro. Fazem parte ainda dos
abusos psicológicos dentro ou fora do casamento: os espancamentos, insultos,
acusação de infidelidade, a acusação ou a comparação do amor (sendo o dela
menor do que o que ele sente por ela), humilhações, rejeição e isolamento.
Fora
do casamento, a coerção sexual também existe, seja induzindo, pressionando,
ameaçando ou intimidando a mulher a praticar o ato sexual contra a sua vontade,
a qualquer momento e em lugar (rua, carro ônibus, trabalho etc). As ações coercitivas, neste caso, podem ser: a
molestação, a pressão verbal, a penetração forçada ou sob ameaças.
Há
ainda formas organizadas e com feição criminosa, como por exemplo o tráfico e a
exploração sexual de mulheres, configurando-se como coersão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
MEUS QUERIDOS
Fiquei muito feliz com sua visita a este espaço que também é seu. para que ele fique melhor e mais do seu agrado, deixe por favor, um comentario, um recadinho ou uma sugestão.
OBRIGADA