Enfim, chegamos ao século XIX, onde parecia que as coisas iam se modificar de verdade. Ledo engano. Viver no século XIX não foi nada fácil. E viver nas grandes cidades foi muito pior do que se imaginava.
A população cresceu assustadoramente e de forma muito rápida. Em algumas cidades, a população chegou a dobrar em curto espaço de tempo. Em outras, a população chegou a aumentar 5 ou 6 vezes comparando-se ao século anterior. Daí haver uma explosão habitacional, o que trouxe vários problemas a vários setores para os governos, principalmente, nas capitais.
Carros, ônibus, trens ou outros veículos movidos a motores não existiam ainda. O que havia eram carroças puxadas por cavalos. Milhares de carroças eram necessárias para transportar cargas e pessoas de um lugar para outro, próximos ou mais distantes.
E como os cavalos não “pediam para ir ao banheiro”, logicamente, os cavalos as faziam suas necessidades fisiológicas pelos caminhos e ruas das cidades. Imagine milhares de cavalos fazendo suas necessidades (cerca de 10 quilos por dia) pelas ruas de uma cidade. Eram várias toneladas depositadas todos os dias pelas cidades do mundo inteiro. Sendo assim, nem precisamos calcular a sujeira que ficava acumulada numa semana, num mês ou num ano. Literalmente, as cidades (do mundo todo) estavam afogadas nesse estrume todo. E em virtude disso, havia farta proliferação de moscas, carcaças, sujeiras, urina e... doença
lixo nas ruas de Nova York
Jornais do mundo todo faziam estimativas dessa sujeirada toda. O Times londrino previa que, Londres estaria soterrada em mais de 2 metros e meio de estrume, em 1884. Pelos cálculos dos jornais americanos, Nova York teria, em 1850, um acúmulo de estrume que chegaria até ao 3º andar dos edifícios dessa cidade.
Jogando lixo nos rios
Mas este não era o único problema. Não havia saneamento básico (esgoto). Por isso, tudo o que era recolhido (restos de comida, fezes humanas, restos e cadáveres de animais (vacas, porcos, galinhas) incluindo os cavalos e seus dejetos) eram jogados nos rios ou em algum terreno um pouco mais distante. Pode-se afirmar que as grandes cidades do século XIX eram verdadeiros lixões a céu aberto.
Se viver nessas cidades era desagradável, morrer era ainda pior. Alguns cemitérios foram construídos em 1840, porém, eram tão minúsculos que não comportavam a quantidade de pessoas que morriam por causa das doenças provocadas pela sujeira das ruas. Os enterros eram feitos de modo muito displicente. As covas eram rasas e, muitas vezes, os corpos ficavam expostos aos abutres e corvos.
Quem podia pagar, compravam urnas funerárias (o famoso caixão). O corpo ficava nele até a cerimônia fúnebre terminar. Depois, os corpos eram retirados das urnas, os ossos eram quebrados (ás vezes, o corpo era esquartejado) pera ocuparem os menos espaço. Os caixões eram desmanchados e vendidos aos mais pobres como lenha.
Ir a um sepultamento era triste e desolador. O cheiro do local era insuportável e muitas pessoas chegavam a desmaiar ou iam embora por não suportarem o odor do local.
Com as cidades imundas, haviam muitas doenças. E as epidemias de Cólera, tifo, tosses convulsivas, sarampo, febres reumáticas, varíola e outras, eram constantes e matavam muitos adultos e crianças de todas as idades. Mas também haviam mortes prematuras, instantâneas e banais.
Outro problema crucial que os governos enfrentavam era a falta de escolas. As que haviam eram em número muito reduzido. Em 1870, mais de 75% da população mundial não frequentava a escola. Na Ásia e na África esse número passava de 90%. Assim, apenas uma pequena elite era alfabetizada.
A escola (Quintanilla deTrês Barrios - Espanha)
Mas a maioria da população sonhava com a liberdade e dias melhores através da educação formal. A geniais mentes que fizeram a revolução industrial, científica e institucional fizeram com que o mundo atingisse um patamar que ninguém jamais havia imaginado. Mas o progresso dependia de uma sociedade mais letrada para se instalar, crescer e vencer.
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