Na postagem anterior falamos
das barreiras que as mulheres passaram a sofrer em relação ao seu trabalho fora
de casa. No entanto, essas barreiras nada tinham a ver com o cargo ocupado, nem
porque elas cediam ou não ao assédio sexual, nem pelo processo de produção. Mas
a hostilidade em relação ao trabalho feminino tinha outras forças mais
inflexíveis: a da própria família.
Sim. A família foi o grande
obstáculo para o trabalho feminino no mundo dos negócios. Os pais queriam que
as filhas fizessem um bom casamento. Queriam para elas um marido que lhes
garantisse um bom e seguro futuro e isso, dito diariamente, foi minando nas moças
as aspirações e o desejo da obtenção de êxito profissional.
As unidades familiares queriam
ainda redefinir os papéis sociais para homens e mulheres, voltando ao "status
quo" de antes da guerra, onde a mulher deveria não ter outros anseios e desejos
que não fossem os do matrimônio. Que fossem servis e submissas aos maridos e
aos filhos, atuando como reservas morais da família e dos bons costumes na
educação dos filhos. E suma, as mulheres deviam voltar a ser submissa ao homem.
A Medicina fundamentava suas
ideias e concepções baseadas na Frenologia, um termo de origem grega (phrēn= mente + logos= lógica, estudo, ou seja, estudo da mente). A Frenologia era uma teoria que determinava o
caráter, as características da personalidade e o grau de criminalidade. Esta
teoria antecedeu a Psicanálise e desenvolvida pelo alemão Franz Joseph Gall
sendo muito usada no século XIX. Contudo, deixou como legado: o estudo do
cérebro como órgão da mente, lançou um olhar para as faculdades mentais e sobre
os comportamentos.
No começo do século XX, a
Frenologia ainda era usada pela Medicina em alguns casos de “convencimento”. E
foi o que fizeram. Mediante a “concepções cientificas” a Medicina mostrava que
o crânio e toda a constituição física e biológica das mulheres, as destinava
para a maternidade, para viverem em seus lares e dedicar-se à família.
Era a velha e bolorenta cultura
que estava de volta: a) da ideia do sexo frágil; b) da dedicação ao trabalho
doméstico; c) dos cuidados com a família; d) da submissão ao marido; e) de
repressão sexual. Mais uma vez, as mulheres se viam às voltas com um destino
sombrio, preconceituoso e dominador.
As experiências, os anseios por
uma nova visão de mundo e o desejo de independência conquistados no período da
guerra, caíam por terra. E ainda tinham que ouvir que o trabalho feminino era
degradante. Que mulher não precisava de dinheiro por ser um “objeto
sujo, degradante, essencialmente masculino e contrário à natureza feminina”.
Todas estas barreiras serviram
para restringir as mulheres ao seu espaço natural (lar), evitar toda espécie de
contato além de sua casa e evitar atividades que pudessem atraí-las para o
mundo público.
Felizmente, foi
desacreditada e deixou de ser usada.
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