As drogas
sintéticas são substâncias produzidas em laboratório. A maioria foi rejeitada
ainda na fase de estudos pelos efeitos colaterais que poderiam provocar.
Outras, no entanto, ainda foram utilizadas como medicamentos em tratamentos psicoterápicos.
Mas, por causarem dependência e alucinações nos pacientes, também foram
abolidos e esquecidos.
No
entanto, por volta dos anos 70 do século passado, voltaram á baila como uma
forma nova dos jovens se divertirem experimentando sensações diferentes. Mas,
para complicar, nem todas voltaram puras. Algumas voltaram misturadas á outras
substâncias, o que as torna ainda mais perigosas. O MDMA, sigla da substância
metilenodioximentanfetamina, é um desses exemplos. Esse é o componente
principal de uma droga que recebe várias denominações: “XTC”, “Adam”, “Droga do
Amor”, porém, a denominação mais conhecida é Êxtase ou “Ecstasy”.
O êxtase
é um produto derivado da substância metoximetilanfetamina que, como se confere
na própria denominação, é uma anfetamina. Esse é um produto psicoativo, ou
seja, além de estimulante, também é alucinógeno.
O MDMA ou
êxtase tem uma história bastante curiosa. Ele foi descoberto em 1914, na
Alemanha, e patenteado pelo Laboratório Merk como um “moderador de apetite”. O
referido laboratório produziu uma série de estudos e verificou efeitos
colaterais negativos e prejudiciais aos seres humanos. Por isso, arquivou a
pesquisa e não permitiu que o produto fosse comercializado. Nos anos 70, o
medicamento é utilizado em tratamentos psicoterápicos. Novamente, houve uma
proibição e proibido devido a pacientes que ficaram dependentes e apresentavam
alucinações. Na década
de 80, com o surgimento da cultura clubber, das músicas eletrônicas e das
“raves”, o êxtase volta a ser notícia.
Estas
raves são frequentadas por multidões de jovens que pretendem curtir seus
ídolos, ouvir música e dançar. A música é
tocada numa frequência exageradamente alta durante várias horas ou dias. A
dança é frenética e vigorosa e dura do início ao fim. A multidão aquece o
ambiente. E, para tudo isto, é necessário que os participantes tenham força
física e muita resistência. E para mantê-las, ingerem drogas estimulantes que
são repetidas cada vez que o usuário se sente cansado ou percebe que vai
fraquejar. Muitos passam mau: desmaiam, apresentam convulsões ou morrem.
O êxtase
é consumido de duas formas: por via oral
- por meio de comprimidos ou cápsulas gelatinosas. Tanto uns quanto os
outros apresentam formato, cores e desenhos diferentes e podem ser ingeridos com
sucos, água e bebidas alcoólicas. E por via intranasal
– o comprimido é partido e socado até que vire pó, quando então, é aspirado
pelo nariz. Dessa maneira, a substância pode ser preparada em qualquer lugar,
bem como pode ser misturada a ela outras substâncias igualmente nocivas á
saúde, como anfetaminas, cafeína, o LSD.
Mas, o êxtase não é uma droga barata. E muitos
jovens ainda não conseguem adquiri-la. Mas, há outra substância, o gama
hidroxibutírico ou GHB, que se apresenta em forma de sal e que pode ser
dissolvido em água. Esta, é mais em conta, produz os mesmos efeitos do MDMA
e igualmente nos efeitos colaterais.
Ao
iniciar a ingestão dessas drogas, o usuário sente-se mais desinibido. Por isso,
cerca-se de mais pessoas, mostra-se simpático, alegre e íntimo. Sua euforia
parece contagiar o grupo que se encanta com sua energia e disposição. É, nesse
momento, que “alguém” chega e oferece uma dose.
Os
efeitos iniciais levam em média de 20 a 60 minutos após a ingestão e duram de 2
a 4 horas, dependendo da constituição física do sujeito. Em baixa dosagem podem
surgir, como efeitos colaterais, taquicardia, hipertensão, tremores, boca seca,
bruxismo ou trismo (enrijecimento da mandíbula e ranger de dentes), falta de apetite,
insônia, dores de cabeça (cefaléia) e sudorese. A maioria desses efeitos
desaparece em 24 horas.
Em caso
de alta dosagem podem ocorrer os seguintes sintomas: aumento da taquicardia,
arritmias cardíacas, hipertensão seguida de hipotensão, a temperatura corporal
sobe acima de 42ºC (o que leva á morte instantânea), coagulação do sangue nas
veias, artérias e canais vasculares, insuficiência renal e toxicidade aguda e
morte. Como já dissemos todos os sintomas entre o início do uso e morte, varia
de acordo com o estado de saúde, da constituição física e da resistência de
cada usuário. Mas, estudos tem estimado que, em caso de overdose, a morte
ocorre num prazo de 2 a 60 horas.
Além dos
efeitos físicos, há também os efeitos alucinógenos, ou seja, a droga produz
alucinações. Esse efeito também produz sintomas como alterações na percepção do
tempo, diminuição da sensação de medo, evidenciam-se ataques de pânico, aumenta
a percepção das cores dos objetos, ficam sensíveis luminosidade, além de
dormência e formigamento nas extremidades corporais (mãos e pés).
Os
efeitos podem ser agudos, sub-agudos e crônicos. Os efeitos agudos ocorrem nas primeiras 24 horas após a ingestão, onde
estão presentes a taquicardia, o ataque de pânico, insônia, ansiedade,
flashbacks e psicose. Os sub-agudos
das primeiras 24 horas até cerca de um mês depois da ingestão e estão incluídas
a depressão, ansiedade, tonturas e irritação. Já os efeitos crônicos causam, além dos já citados, dificuldade de
memória, toxicidade e lesões graves no Sistema Nervoso Central e desordens
neuropsiquiátricas. Os efeitos residuais persistem por cerca de duas semanas.
O tratamento
deve ser feito por profissionais especializados, onde será feito uma lavagem
gástrica para a desintoxicação do organismo e administrar medicamentos caso apresentem
convulsões. No entanto, podemos auxiliar fazendo com que o usuário tome
bastante líquido (hidratação do corpo); que masque goma de mascar (para evitar
ou aliviar o bruxismo e auxiliar na articulação bucal), repousar e manter a
temperatura corporal o mais próximo possível do normal.
Fontes:
http://www.cebrid.epm.br/folhetos/perturbadores_.htm
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