Durante
a infância, os filhos naturalmente são curiosos e querem explorar o mundo. Mas,
eles não conseguem resolver tudo sozinhos. Por isso, fazem muitas perguntas e comunicam
tudo o que lhes acontece. Ao mesmo tempo, gostam da proteção e dos afagos que os
pais lhes dedicam.
Contar
as ocorrências cotidianas significa, tanto para as crianças quanto para os
pais, uma forma de dar e receber carinho. A criança se sente protegida e os
pais se sentem úteis e participativos na vida dos filhos. E se acostumam com
isso.
Mas,
quando chegam à puberdade e á adolescência, as coisas mudam. Os pais esperam
que continuem perguntando, dizendo o que se passa em íntimo, que contem com
quem e onde estiveram e o que fizeram. Mas,
principalmente, que falem sobre seus sentimentos e dos projetos futuros. Mas,
nem sempre isso acontece.
A
entrada na puberdade traz, aos jovens, uma nova consciência. A consciência do
si mesmo. E com ela, o vislumbre de suas possibilidades de ação, porém, um tanto
limitada ainda. Por isso, ficam mais quietos, introspectivos e reflexivos. Tentam
compreender o que esta se passando com eles.
Essa
consciência se intensifica na adolescência. Sentem-se mais capazes de resolver as
situações e de tomar e assumir as próprias decisões. Por isso, tornam-se mais
seletivos diante das comunicações feitas aos pais.
Por
sua vez, os pais se aborrecem porque sentem que já não participam ativamente da vida dos
filhos como antigamente. E reclamam que os filhos já não os ouvem ou de que o diálogo
já não existe porque as respostas são monossilábicas.
O
início da puberdade e da adolescência são momentos (ou fases) de intenso silêncio,
de pensamentos profundos, de sentimentos à flor da pele, de rupturas de
comportamentos antigos e conquista de novos modos de pensar, sentir e agir. São
momentos difíceis e de intimidade que devem ser experimentados e vividos
plenamente e em isolamento, necessário para que o jovem firme sua personalidade
e se conheça. melhor.
É
normal que os pais se preocupem com esse isolamento e que queiram que logo
termine, no entanto devem compreender e respeitar esses momentos silenciosos,
que nada mais são do que etapas de um processo de autoconhecimento.
Comunicar
e silenciar são formas de comunicação igualmente importantes. E não significa
que se estenderão infinitamente. São fases. Para uns, passageiras e para
outros, mais demoradas. Mas, elas terminam e sempre trazem resultados
positivos.
O
QUE OS PAIS PODEM FAZER QUANDO O JOVEM SILENCIA?
Conhecer o processo é fundamental para que os pais possam
respeitar esses momentos.
Respeitar
não é deixar para lá, nem obrigá-lo a sair do seu necessário isolamento. Mas,
mostrar com ações carinhosas de que está junto
e presente, acompanhando confiante todo o processo.
E,
para isso, é preciso aprender a esperar,
dando tempo ao tempo. Não é o momento de repreensões, cobranças ou imposições. Mas,
alguns limites precisam ser colocados, quando envolvem o restante dos membros familiares.
QUANDO
OS PAIS DEVEM PROCURA AJUDA ESPECIALIZADA?
Tudo
em excesso é negativo. E quando os pais perceberem que:
a) o isolamento está demasiado, ou seja,
quando passa impedir a realização de atividades costumeiras como ir á escola,
ver ou sair com amigos, etc.
b) quando o silêncio vem acompanhado por
atitudes agressivas
c) quando o mau relacionamento entre eles e
os pais (ou professores) tiverem outros motivos que não os da própria
adolescência.
d) quando começarem a enveredar por
caminhos nebulosos como o das drogas, da violência, da criminalidade, etc.
e) quando as notas escolares estiverem
abaixo da média.
Sueli parabéns pelo blog.
ResponderExcluirGostaria de saber se você ministra palestras para pais de jovens com deficiência intelectual, ou se pode indicar alguém que ministre. Trabalho com Famílias de pessoas com essa deficiência e precisamos abordar o tema: AGRESSIVIDADE.
Ficarei muito grata se puder nos auxiliar.
Um abraço
Sandra
E-mail: sandra_servicosocial@hotmail.com