Carl Gustav Jung, renomado médico, psicólogo
e psiquiatra do século XX, sempre se interessou em estudar as pessoas, seus
relacionamentos e suas reações. Interessava-se, particularmente, pelas relações
das pessoas com o mundo e pela comunicação entre elas.
Jung gastou mais de 20 anos observando as pessoas,
registrando, estudando e analisando os dados obtidos. O resultado foi um
trabalho completo, original e bastante interessante sobre a personalidade. E esse
trabalho foi publicado num livro que intitulou como “TIPOS PSICOLÓGICOS”, onde
Jung traçou um perfil da personalidade.
No entanto, preferiu usar o termo “TIPOS
PSICOLÓGICOS”, porque para Jung, a personalidade se trata de uma disposição
geral, ou seja, um estado da psique que se organiza para agir e reagir de
determinada maneira diante das situações. Ao se referir a essa disposição, o
autor lembra deve-se levar em conta: a genética, as referências familiares, as
experiências, os interesses individuais e as aptidões e habilidades pessoais. Lembra
ainda que essas ações e reações podem ser conscientes ou inconscientes e que
funcionam como atitudes ou preferências natural das pessoas diante de qualquer
tipo de situação.
Baseado em seus estudos, Jung (1967) determinou
dois tipos básicos da personalidade: a extroversão e a introversão.
Na extroversão, as pessoas se mostram mais
preocupadas com objetos, pessoas e situações do mundo externo. São mais
decididas e confiantes, tomam mais iniciativas para alcançar seus objetivos, são
mais comunicativas, mantém boas relações sociais e maior facilidade na
expressão oral. No entanto, são mais impulsivas (agem primeiro e pensam
depois).
Na introversão, ocorre o oposto. As pessoas se
preocupam mais com o mundo interno, ou seja, são mais introspectivas,
reflexivas, hesitantes e pensam muito antes de agir. São mais reservada e
discretas, retraídas socialmente, guardam suas emoções para si próprias e
apresentam ótima comunicação escrita.
Jung adverte que nenhum ser humano é apenas
introvertido ou apenas extrovertido. Ao contrário, ambas estão presentes em
cada ser humano. O que ocorre é que uma foi mais desenvolvida que a outra. Por
isso, o tipo que não foi desenvolvido adequadamente perde força, mas ainda
assim continua influenciado o sujeito.
Outra influência importante é a das funções
psíquicas ou psicológicas. Essas funções nada mais são do que atividades da
psique que estão intimamente ligadas com nossas percepções, pensamentos, afetividade,
habilidades, aptidões e tendências e que atuam sobre nossas ações e reações
diante dos fatos apresentados pela vida e pelo mundo. São elas que diferenciam
as pessoas que se encontram em cada um dos dois grupos citados acima. Funções que estão presentes em
tudo o que fazemos diariamente e cada momento de nossas vidas.
Para Jung, quatro são as funções psíquicas ou psicológicas: pensamento, sentimento, sensação e intuição. Funcionam como pares opostos e
quando um dos pares é mais acentuado, o outro é mais fraco. Mesmo sendo fraco,
não deixa de existir. Ao contrário, continua influenciando. As duas primeiras
são mais racionais e ligadas aos julgamentos, enquanto que as outras duas são
mais irracionais e ligadas as percepções e informações.
A função PENSAMENTO é mais lógica. Liga as
percepções com a razão. Separa as percepções umas das outras, classifica, faz
sua análise por meio da reflexão e sem deixar que os afetos e emoções se
envolvam, conclui e emite um julgamento que determina a ação.
Oposta a anterior, a função SENTIMENTO desempenha
as mesmas tarefas, mas avalia e se preocupa com a harmonização do ambiente,
incentivando as ações sociais. Para isso, vale-se dos valores pessoais e morais
para tomar suas decisões. Embora tenha uma lógica diferente, não exclui a razão.
A função SENSAÇÃO é a função dos sentidos, do real,
da que traz as informações do mundo por meio dos órgãos sentidos. A pessoa com
esta função mais desenvolvida, dão valor aos fatos, lembram-se deles com mais
facilidade e são mais preocupados com o aqui e o agora. São mais realistas, seus
pensamentos são mais concretos e mais práticas, dedicam-se ao bom funcionamento
das coisas e evitam seguir ou criar um novo caminho.
O oposto da função sensação é a da INTUIÇÃO. Uma função
onde o inconsciente atua mais que o consciente. As percepções se formam por
meio de “pressentimentos”, de “palpites” ou “inspirações”. As pessoas com esta
função mais desenvolvida buscam os significados, as relações e as
possibilidades das coisas. Tendem a ver o todo em detrimento das partes, razão
pela qual encontram mais dificuldades em perceber ou reparar nos detalhes.
Resumindo, as pessoas do tipo Pensamento tendem a
não dar valor aos sentimentos (valores pessoais) ao contrário das pessoas do
tipo Sentimento que insistem em não dar crédito ao que não gosta ou ao que não
lhe é prazeroso. Da mesma forma, as pessoas do Tipo sensação ignoram a intuição
e o intuitivo, despreza o presente e o que está diante dos olhos.
CONTINUA
Fontes:
JUNG, C.G. Tipos Psicológicos. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro,
Editora Vozes,1971aª
_______. O eu e o inconsciente . Petrópolis: Editora Vozes, 1985.
_______. O homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Editora Nova
Fronteira, 1977.
SILVEIRA, Nise da. Jung: vida e obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.
STEIN, Murray. Jung: o mapa da alma - uma introdução. Editora Cultrix,
São Paulo, 1998.
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