A
escola surgiu para ajudar a família nos assuntos que a família não podia
atender, ou seja, no desenvolvimento racional. Com o tempo, a escola passou a
contar com a igreja e com outras instituições sociais para o desenvolvimento
social e espiritual de crianças e de adolescentes. Com essas contribuições a
escola passou a focar mais no racional e no cognitivo, principalmente, no que
se referia aos adolescentes. E a escola cumpria o seu dever e o fazia muito
bem.
Mas,
com o passar do tempo, as coisas foram se modificando. Novas ideias surgiram e
novos obstáculos também. As famílias foram se transformando pelas novas
exigências sociais. As instituições religiosas passaram a cuidar mais da
espiritualidade e impor mais suas regras. As instituições sociais rarearam e
passaram a não servir a todos. E deixaram de ajudar a escola.
Embora
essas mudanças não tivessem acontecido de repente, a escola foi incorporando
para si os encargos que as demais instituições deixaram de fazer. Evidentemente,
a escola se ressentiu pelo acúmulo de tarefas.
Mesmo aos trancos e barrancos,
a escola nunca deixou de cumprir sua função principal: o desenvolvimento
racional e cognitivo.
Nas
décadas finais do século XX surgiram novas mudanças tanto tecnológicas quanto
sociais que atingiram o mundo todo. E a escola como ficou?
A
escola passou a trabalhar num novo contexto. Diante das novas exigências, a
escola enfrenta um grande desafio: o “educar integralmente” crianças e
adolescentes. Entende-se por educação
integral dos adolescentes “acompanhar os alunos
no seu desenvolvimento pessoal, social, espiritual e vocacional”. O
que não é uma tarefa fácil.
Somam-se
a essa tarefa, uma série de outros fatores que envolvem os adolescentes simultaneamente
ás tarefas e exigências escolares e que não podem ser desprezados,
tais como o consumo de álcool e drogas; a comunicação e informação globalizadas
e acessíveis à maioria de crianças e adolescentes; a presença da televisão e da
Internet nas casas das famílias; e o mundo da diversão e do mercado que a
envolve.
Por
outro lado, a sociedade espera cada vez mais da atuação da escola. A sociedade
a vê como a única instituição capaz de cumprir esse desafio, através do ensino
e da complementação ou suprimento o que a família e as outras instituições não
conseguiram fazer.
Embora
a Educação Infantil e a Educação Fundamental (1º ao 5ºanos) esteja se mostrando
progressivamente mais eficientes, com uma educação mais integral porque o aluno
passou a ser visto como um ser total que tem potencialidades e habilidades a
serem desenvolvidas por meio de um programa escolar estimulante que as te
tornado mais aptas intelectual, humana e socialmente em cada etapa. Tudo isto
graças as teorias da psicologia, da neurociência e da própria pedagogia. Mais
recentemente, têm surgido publicações sobre o desenvolvimento espiritual e
religioso que ajudam os educadores a lidar com esses assuntos. Mas,
infelizmente, esses programas ainda não alcançaram do 6º ao 9ºanos da Educação
Fundamental, nem o Ensino Médio, que ainda está preso aos conteúdos acadêmicos.
A
humanização desse tipo arcaico de ensino ainda fica a cargo deste ou daquele
professor mais aberto ao diálogo ou de uma ou duas disciplinas que menos
reprovam. E isto acontece justamente numa época em
que os adolescentes passam por uma fase importante, conflitante e decisiva de
suas vidas, como as transformações
físicas e hormonais da adolescência, a aceitação do grupo, o início da
sexualidade ativa, a confirmação da personalidade, a escolha de uma profissão, entre
outros problemas em que o emocional está abalado. Há muita incerteza sobre tudo
e, principalmente, sem um conjunto de regras que os comande porque a família
esqueceu-se de ensiná-las ou as confundiu com valores.
Os
adolescentes é um ser humano rico, cheio de potencialidades a serem
desenvolvidas e de habilidades incríveis que ele mesmo desconhece. Tudo isso é
preciso ser despertado. Mas para isso, é preciso que seja olhado de uma maneira
diferente, mais humana. Se nada for feito, poderá seguir por caminhos
pedregosos e mais negros. E é na mudança desse olhar os jovens é que está o
grande desafio da escola.
A
escola tem que unir forças para se reconstruir para atender, desenvolver de
maneira saudável esses jovens que vivem num tempo novo. Os jovens do século XXI
precisam de educação e instrução, de regras claras e valores morais, sociais e
espirituais. Mas também precisam de diversão, de experiências, vivências e
convivências com seus pares e, para isso, precisam de atitudes, de
responsabilidade, de ideias e ideologias para forjar outras, de novos projetos,
debates e execução de tarefas e de muitos desafios que levam ás aprendizagens.
Cabe
a escola reunir seus membros, fazer um bom projeto e executá-lo aplicando esse
novo olhar. A escola não é somente um espaço de transmissão de conhecimentos,
mas também de descobertas e de desenvolvimentos, de formação de boas atitudes e
da quebra de preconceitos. E tem que avaliar continuamente sua ação e seus objetivos,
de planejar e de replanejar sua programação, de criar ou experimentar novas
metodologias sem medo e engajando todos os seus membros nessa luta sem tréguas.
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