A INFELICIDADE DOS ADOLESCENTES
Todo adolescente possui bons sentimentos. Seus ideais são positivos e
elevados pois querem estar bem, amam sua família, seus amigos, gostam do
bairro, cidade e o País em que vivem. Gostam de ter autonomia e, muitas vezes,
brigam por ela com os genitores. Muitas vezes, mesmo lutando pela autonomia, não
lhes resta outra alternativa a não ser fugir de casa, abandonar a escola e os
estudos ou procurar um emprego porque agem de modo radical, do tudo ou nada.
É preciso que os adultos entendam que tudo o que acontece com os
adolescentes está recheado de intensas emoções. E que, nesta fase de suas
vidas, tudo é realizado com pouca base real e muita ilusão.
Os projetos mirabolantes que fazem para melhorar a sociedade e o país,
os recursos de que dispõem para conseguir autonomia, as estratégias que utilizam
para chamar a atenção dos genitores para sua pessoa ou desejos e necessidades
apresentam muita fantasia e pouca realidade. Poucos são os que realizam esses
ideais para si mesmos e para os seus. O mundo parece desabar sobre suas
cabeças. E como sofrem! Mas, isto passa muito rápido. Dois ou três dias e tudo
volta ao normal.
INFELICIDADES REAIS
Há algumas infelicidades que são reais como: a perda de um parente ou
amigo querido, o afastamento dos amigos por conta de uma mudança de escola ou
cidade, discussões com os pais, o término de um namoro, a impopularidade ou ser
impopular. A infelicidade dura um tempo maior, mas também passa com o tempo.
Os namoros dessa idade são um bom exemplo disso. No início, parecem
“flutuar nas nuvens” de tanta felicidade. Acreditam que será para sempre e que
o final será muito feliz, como acontece nos contos de fada. E não importam as
dificuldades desde que fiquem juntos. No entanto, quando o namoro termina, é um
“Deus nos acuda”. Sofrem demais. Choram, ficam tristes, isolam-se, não querem
conversar com ninguém e, muitas vezes, perdem o apetite.
Se é ruim e doloroso para os jovens que tiveram uma educação menos protetora,
com regras claras e valores familiares a serem cumpridos na infância e que aprenderam,
aos poucos, a lidar com as frustrações da vida, imagine para os que passaram a
infância toda vivenciando a superproteção ou a simbiose. Estes, nunca
experimentaram as frustrações e não sabem lidar com elas porque sempre tiveram
alguém que resolvesse por eles as questões mais complicadas.
Sabemos que lidar com as frustrações não é nada fácil. Nem mesmo para os
adultos mais experientes e equilibrados. Imagine ter que lidar com as perdas.
Infelizmente, sofrerão em dobro.
Faz parte do desenvolvimento emocional de crianças e jovens, a vivência
de experiências desagradáveis. Elas servem para que aprendam a lidar com elas,
para que amadureçam e se tornem pessoas mais fortes. É claro que ninguém gosta
destas experiências, pois trazem sentimentos ruins, amargos e dolorosos. Mas
precisam aprender a se adaptar às diversas situações. O mundo e a vida não
eternamente um “mar de rosas”. E mesmo que fossem, precisaríamos aprender a nos
defender dos espinhos.
INFELICIDADES IMAGINÁRIAS
A maioria deste tipo de infelicidade tem a ver com coisas que são frutos da própria imaginação. isto porque estão numa fase em que todos os seus projetos e desejos vão muito além de suas possibilidades. Não é diferente com seus medos e infelicidades.
Quando a adolescência tem início (por volta dos 14 anos), seu corpo já
está bastante modificado. É o momento de novas transformações, mas desta
vez, internas. Essas mudanças internas têm a ver com a produção das células e
hormônios sexuais e eles vem acompanhados de uma série de sensações que não tinham antes. Os jovens ainda não compreendem essas sensações. Por isso, aparecem os conflitos internos
que se misturam com as questões morais aprendidas desde a infância. E daí, os
medos, angústias e vergonha.
Mas medos, angústias e vergonha do quê?
Os garotos temem, se angustiam e se envergonham com as ejaculações
noturnas e vestígios que deixam e as ereções diurnas que ocorrem sem que
esperem em qualquer lugar e a qualquer hora.
E com as meninas não é diferente. Envergonham-se dos seios e do corpo, e
do receio da menstruação chegar a qualquer momento, embora torçam para que isso
aconteça o mais breve possível. Também temem as sensações e não sabem o que
fazer com elas quando de repente aparecem.
E as perguntas são sempre as mesmas para ambos os sexos: O que fazer?
Devem atender a “coisa instintiva” ou não? E se os outros perceberem? Como
ficará se descobrirem que estão sentindo? Será que estou dando “bandeira”? A
quem devo falar sobre isso? Em quem devo confiar? O que me acontecerá?
E como normalmente os pais evitam falar sobre sexo com os filhos,
recorrem a um amigo(a) mais chegado(a). Esse, mais “esperto(a)”, resolve
instruir o(a) amigo(a) novato(a). E enfia uma série de inverdades e mitos em suas
cabecinhas preocupadas. E em vez de ajudar, acabam por colocar mais
preocupação. Isto quando não dão o endereço de sites pouco confiáveis onde
aprendem da pior forma possível ou quando saem contando para todos os amigos o
que está acontecendo com esse(a) “novato(a)”. Envergonham-se das brincadeiras
que fazem com ele(a), da falta de confiança depositada em alguém que não soube
guardar seu “segredo pessoal”.
A dor da vergonha se mistura com a dor do medo e a angústia se instala.
E isso os deixa muito, mas muito infelizes mesmo. Muitos deixam de comparecer
às aulas por causa das brincadeiras de mau gosto ou passam a tirar notas mais
baixas porque se distraem tentando compreender o que lhe acontece ou tentando achar
uma solução para este. E sem atenção, menos concentração. O que gera mais
broncas, sermões e cobranças dos professores e dos pais.
E o medo, a vergonha e a angústia geram um estado de infelicidade e que
vem acompanhada de mudanças de comportamento, tais como: o aumento considerável
dos medos, da falta de consideração para com os outros, da grosseria e a
aspereza no falar e das gírias próprias de grupos pouco conceituados. Ficam mais:
intolerantes com os outros e chegando a insultá-los; ficam mais reservados ao
tratarem assuntos pessoais e mais exigentes com relação ao dinheiro e que é
gasto com coisas para eles mesmos. Ficam mais rebeldes e o contrário do que
lhes foi ensinado ou pedido. Repudiam e desdenham de qualquer tipo de
sentimentos e são mais reservados com relação aos membros da família. Se vestem
de forma excêntrica (em estados mais graves usam andrajos e sujas), mas se enfeitam
excessivamente. E, por fim, evitam encarar o(s) motivo(s) de suas tristezas de
frente e preferem fugir deles.
Com o tempo vão encontrando um estado de equilíbrio entre o que sentem e
a forma que se comportam. Aprendem a controlar seus instintos e encontram uma
forma mais adequada de satisfazer suas necessidades sexuais.
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