Não
é novidade para ninguém que a adolescência é uma fase complicada para meninos e
meninas. Porém, embora seja uma fase normal, há muita infelicidade envolvida.
É
claro que ambos querem ser amados e aceitos pelo seu grupo de amigos. Mas quem
mais acaba sofrendo com isso, são as garotas. As meninas dão mais valor a
algumas coisas enquanto os meninos nem pensam nisso. Isto acontece porque elas
amadurecem bem antes que eles.
E
enquanto elas estão preocupadas com a questão da popularidade ou da
impopularidade, eles estão preocupados com suas mudanças corporais e as
primeiras sensações provocadas pelos hormônios sexuais.
Tentando
entender significado de “popularidade”, encontramos nos dicionários o seguinte
conceito: “PESSOAS POPULARES são aquelas pessoas que possuem a qualidade de
serem reverenciadas (amadas) por um grande número de pessoas. Conclui-se, então
que PESSOAS IMPOPULARES são aquelas que são detestadas ou rejeitadas pela
maioria.
Quem
então seriam as pessoas populares? Pelo que se observa são as consideradas como
a mais bonita, de corpo segundo os padrões sociais, que possuem muitas amigas e
amigos. Por outro lado, as menos bonitas, a gordinhas e obesas, as que não se
preocupam com a moda e se vestem de maneira mais simples, aquelas que
apresentam uma inteligência acima ou abaixo da média. Sim, as “nerds” e as que
possuem com alguns dos tipos de são deficiência intelectual são muito
impopulares e, portanto, rejeitadas.
Cena do flime "GAROTAS MALVADAS"
Quem
nunca assistiu àqueles filmes americanos em que há um grupo de meninas cheias
de si, que vivem de nariz empinado, que se acham as donas do mundo e que
rebaixam as demais pessoas de segunda classe? Estas estão sempre acompanhadas de
duas ou três seguidoras formando um grupo fechado. Estas seguidoras são
consideradas pela que lidera o grupo como se fossem suas subalternas, que a
imitam em tudo e cedem a todos os seus desejos e vontades. E não pensem que
este fato acontece apenas nos filmes ou nos estados norte-americanos. Essas
garotas estão em toda a parte, em todas as sociedades do planeta e inclusive
aqui em nossas escolas.
A
questão da popularidade começa muito cedo. Começa no início da puberdade por
volta dos 12 ou 13 anos. E para algumas, ainda um pouco mais cedo, por volta
dos 10. Isto por conta da maturidade individual e das dúvidas e incertezas que
acompanham as mudanças físicas e hormonais.
E,
para uma parcela dessas garotas, a popularidade parece ser a solução de todos
os seus problemas. Porém, para a maioria, não se dão conta de que essa popularidade
pode ser um fato complicador em suas vidas, trazendo-lhes mais dor emocional.
A personagem principal do filme "MENINAS MALVADAS" ao chegar ao
colégio e depois de fazer parte do grupo das populares
Para
essa parcela de garotas, ser popular é ser feliz. Manter este status e
manter-se nele por um bom tempo exige tempo, dinheiro e criatividade. Precisam
estar sempre bem arrumadas, conhecer todas as novidades da moda e da cosmética,
criar e recriar coisas, estilos e artimanhas (brincadeiras de mau gosto com as
impopulares), fazendo fofocas, promovendo eventos que as façam ganhar um brilho
novo a cada dia. E isto, gera mais inseguranças e dúvidas do que certezas e
segurança.
Cada
novidade é uma ameaça para essas garotas. E quanto mais ameaçadas se sentirem,
mais más vão se tornando. E o que começou de modo natural, vai se tornando
forçado. E tudo em nome da popularidade. Brigas, discussões, maldades aos
poucos vão se tornando rotina. Para as líderes desses grupos ser popular deixa
de ser amizade, companheirismo para se tornar “exibição” e esnobismo.
Na
escola, seu desempenho despenca, pois não há tempo para fazer tarefas e
trabalhos porque gastam seu tempo em buscar informações sobre a moda, as
baladas do momento e criar maneiras para se exibirem. E para não ficarem
retidas, exigem que suas seguiras façam as tarefas e trabalhos em seu lugar. E
o preço que pagam é a consciência de que não dominam os conteúdos escolares,
por isso, as mais inteligentes sofrem em suas mãos. A inteligência mais
desenvolvida das impopulares as incomoda e serve de nova ameaça. Por isso, as
odeiam e as rejeitam.
Também
sabem que não deveriam agir da maneira que agem, mas ainda assim o fazem. E essa
consciência lhes traz mais dúvidas e inseguranças.
E
quando menos esperam, percebem que sua popularidade não existe mais. Porém, não
se prepararam emocionalmente para este momento. Mas, como para elas a
popularidade é sua razão de viver e de ser feliz, jogam suas últimas cartadas
para mantê-la. Cedem aos desejos sexuais de seus “ficantes” ou de seus namoradinhos,
experimentam drogas e álcool.
A
reputação de uma garota é o mais importante para elas, seja aqui, nos Estados
Unidos ou em qualquer parte do mundo. E uma vez perdida, ficará uma marca para
sempre, principalmente numa sociedade machista como a que estamos vivendo. O fim
da popularidade, a perda da reputação, o uso de drogas associado ou não ao
abuso do álcool causam uma dor tão intensa e angustiante, que não deixam outra
escolha a não ser afundarem-se ainda mais num lamaçal chamado “vulgaridade”.
É
verdade que nem todas chegam a este ponto. As que chegam estavam se o apoio
familiar, são vítimas do desamor, da rejeição e da autoridade extremada que, em
vez de estender a mão e retirar do estado em que estão, são afundadas ainda
mais nesse lamaçal. E muitas se suicidam como forma de aliviarem suas dores.
Por
outro lado, está o grupo das impopulares, ou seja, das que não se enquadrar num
grupo. As que veem suas inseguranças se acirrarem pela rejeição dos amigos e
descuido das observações e atitudes familiares, podem ter o mesmo fim.
Outras,
levam as marcas da infelicidade e da crueldade para sempre. Mas, felizmente,
uma boa parcela consegue superar tudo. Passam a entender que entrar e sair de
um grupo, é comum e normal.
Por
isso, é dever dos pais estarem sempre atentos a todas estas mudanças de
comportamento dos filhos. Sei que é muita coisa, mas é imprescindível. Regras
claras (o que pode ou não ser feito pelos filhos) e valores morais, familiares
e sociais devem ser exigidos e cobrados desde a infância. Conversas constantes sobre
sexualidade para solucionar dúvidas e dar segurança devem acontecer desde a
infância e sobre sexo desde os 10 anos (início da puberdade) com palavras
simples de forma que entendam.
Na
adolescência, conhecer o grupo de amigos e onde vão, a que horas voltam é importante.
E quando chegam, perguntar como foi, se gostaram ou não, se eles se sentiram
bem nesse local e se algo desagradável aconteceu e que os incomodou é mais que
importante. Pergunte o que aconteceu com aquele amigo (a) que vinha sempre á
sua casa e que agora não vem mais? Procure saber como seu filho se sente em
relação a cada um dos amigos. Cuidado com os elogios aos amigos que vocês
(pais) gostam e com as críticas que fazem aos que não simpatizam. Pode ter
efeito contrário.
Mostre
sempre em suas conversas que popularidade e amizade são coisas diferentes. A
popularidade é política, superficial e passageira. Incentive a amizade, a
generosidade e a convivência pacífica e tolerante com todos. Que a amizade é
pessoal, leal e duradoura.
Em
relação ao sexo, diga que tudo vem a seu tempo. Que não precisa ter pressa e
tomar decisões apressadas. Que o amar é mais importante que “ficar”. Que é
melhor dizer muitos “nãos” do que muitos “sins” sem pensar muito bem em como se
sentirá depois.
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