Interessante esta imagem. Ela exemplifica muito bem o que é o real e o que é imaginação. E as infelicidades são assim assim: reais ou imaginarias como já vimos anteriormente. Descobrir que sua sexualidade está na contramão da maioria é uma infelicidade
real. E as dores psicológicas são mais fortes que qualquer dor física. A dor psicológica mais intensa e muito mais angustiante.
E
em meio a toda essa dor, os jovens que descobrem sua sexualidade na contramão do que é comum, ainda precisam conviver com uma série de preconceitos
na família, na escola, no trabalho e na sociedade em geral. E isto traz ainda
mais dor.
Imagine
como sofre alguém que, ainda muito jovem, descobre que sua sexualidade não é
como todos desejam. Principalmente, porque até essa idade, ouvia seus pais
dizerem o quanto esperavam dele ou dela. E agora, descobre que decepcionaram
esses entes queridos. E por conta dessa decepção, muitos são banidos de sua casa e de sua família.
Não
digo que essa descoberta não seja penosa para os pais e para os irmãos. Sim, é difícil,
muito duro e causa sofrimento também. É como se o mundo desabasse sobre eles. Mas
esse sofrimento não é maior do que o do filho homossexual ou do filho transgênero.
É
um sofrimento diferente como a perda dos sonhos e das expectativas depositadas
naquela pessoa. E eles não concebem a ideia de perde-las e, por isto mesmo,
custam a entender o que se passa com o filho (a).
Muitos
pais, principalmente os que sempre os superprotegeram ou tinham uma relação
simbiótica (enxergando-os como extensão de si mesmos) com eles, custam a
aceitar seja a homossexualidade ou transgeneridade, porque se sua sexualidade
não é dessa maneira, os filhos também não devem ser. E fazem de tudo para “mudar”
o filho(a) fazendo com que voltem a ser como eram antigamente.
Num
segundo momento, a preocupação dos pais se volta para os outros. É uma
preocupação enorme com que os outros vão pensar deles, ou seja, da forma como
seus parentes e a sociedade) os julgarão deles como pais. Então se preocupam em
descobrir onde falharam e onde está a sua culpa. E se houve um erro ou culpa
nisto tudo, foi a de serem cegos para alguns sinais ou de não os terem ouvido
em suas inquietações. De resto, não há culpas nem de um lado, nem de outro.
A
descoberta da homossexualidade ou da transgeneridade simplesmente acontece numa época conturbada do desenvolvimento e, portanto, não há culpas a
serem contabilizadas.
Um
outro tipo de sofrimento real para esses jovens se encontra na escola. Ao mesmo
tempo que se comparam com outros, os outros se comparam a ele. Os que possuem
um poder de observação mais aguçado logo notam algumas diferenças. E começam as
zoações, as brincadeiras, os apelidos negativos, os bulliyngs e inúmeras humilhações. E, se não
bastassem as preocupações pessoais e familiares, tomam conhecimento de como
serão tratados pela sociedade.
Como
todo jovem querem ser amados e respeitados pelo que são e não pelo que parecem
ser. E, mais uma vez, camuflam ou escondem sua verdadeira condição, o que lhes
traz mais sofrimentos.
Em
busca de trabalho, mais sofrimento. Se se declaram homossexuais ou trangêneros não
arrumam um emprego pois são vistos como pessoas inábeis e incapacitadas para a
função a ser desempenhada, como se a aparência fosse o item mais importante. Se
escondem, conseguem o emprego mas, precisam estar sempre vigilantes para não
serem descobertos. E quando isto acontece, são perseguidos por chefes e colegas
de trabalhos ou que se afastam como se fosse algo pegajoso.
Se
vão a baladas comuns, ao cinema, ao teatro ou simplesmente caminham pelas ruas
sua atenção deverá ser redobrada, pois sempre haverá alguém que poderá lhe
causar algum mal. Podem ser vítimas de injúrias, agressões físicas ou
assassinatos.
Nas
novelas tudo acaba bem sempre. Mas não é o mesmo o que acontece na vida real. O
que a nossa sociedade é hipócrita e precisa urgentemente olhar os outros com mais respeito.
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