6ª
regra – FAZER A CORTE
Os
noivados eram curtos. Duravam de 3 semanas a 3 meses no máximo. Isto porque os
noivados longos levantavam suspeitas.
Após
a comemoração do noivado, o rapaz tinha a permissão para visitar todos os dias
e fazer-lhe a corte. Se fosse rico ou nobre, todas as vezes que a visitasse
devia enviar flores brancas (no início do século) para a noiva e para a sogra.
A partir de 1870, as rosas passaram a ser do branco ao vermelho vivo, sinal de
“amor ardente”.
Fazer
a corte exigia o cumprimento de algumas regras: a) não ficar sozinho com a
noiva; b) não podiam se tocar (não deviam se beijar, abraçar etc); c) deviam
aproveitar o tempo para se conhecerem melhor evitando assuntos que ferissem a
moral e os assuntos estritamente masculinos, religiosos ou políticos.
Esperava-se
que a noiva fosse uma pessoa recatada, inocente, que não falasse sobre
política, religião ou assuntos estritamente femininos; não podia demonstrar ser
mais inteligente que o noivo. E, durante o noivado, deveria preparar o enxoval.
7ª
regra - O CONTRATO E A CORBELHA
O
casamento era um negócio e não importava a classe social. E isto devia ficar
muito claro para ambas as famílias.
Entre
os burgueses, o casamento envolvia um contrato firmado em cartório. Esse
contrato, especificava as obrigações financeiras das partes envolvidas. Poderia
prever ainda a comunhão parcial ou total dos bens.
No
dia da assinatura desse contrato, o noivo deveria enviar uma corbelha (cesta)
feita de palha trançada e forrada de cetim branco à casa da noiva contendo: joias
de família, perfume, leques, tecidos finos, xales, estolas, peles, caixa de
bombons, bibelôs valiosos, um livro de orações para as missas como presentes
para a noiva e um saco de moedas de ouro que ela deveria distribuir como ato de
caridade. Com o tempo, as coisas foram mudando e as corbelhas foram
substituídas por caixinhas. Logicamente, os presentes diminuíram também.
O
dote poderia ser pago no total ou em parcelas, contanto que a última parcela
fosse paga no dia em que o contrato fosse firmado em cartório. Para provar que
a noiva seria bem aceita na família do rapaz, eles devolviam 5% do total do
dote, aos pais da noiva. E no próprio cartório era expedido um certificado de
quitação da dívida.
8ª
regra - A CERIMÔNIA
Nas
famílias tradicionais da nobreza, a cerimônia de casamento era grande e
pomposa, com muitos convidados, com a Igreja rica e suntuosamente decorada e a
cerimônia era celebrada por um padre ou bispo famoso. A noiva vestia-se de
branco, com véu e grinalda feita de flores de laranjeira (símbolo de pureza).
Entrava na Igreja acompanhada pelo pai que a levava até o altar. À sua frente
as damas de honra (geralmente amigas da noiva) que, às vezes, serviam de madrinhas.
No final da missa, o noivo entregava a aliança matrimonial para a noiva. Era
costume da época o noivo não usar aliança, o veio a acontecer somente no século
XIX.
Na
saída da missa, os noivos recebiam os cumprimentos de amigos e parentes. Apenas
os mais velhos podiam beijar a noiva na testa, como sinal de consideração. Na
saída da Igreja, a chuva de arroz era uma prática inglesa, desejando aos noivos
uma vida de fartura e prosperidade.
A
maior parte destas cerimônias aconteciam de manhã, antes ou perto do meio-dia.
Geralmente, a recepção era um almoço na casa dos pais da noiva. Os noivos
sentavam-se a mesa, onde eram servidos. Os convidados ficavam em pé, a menos
que houvesse espaço suficiente para todos a mesa. O bolo branco e o brinde de
“champanhe” eram obrigatórios e aconteciam após o almoço.
Os
bailes de casamento só eram comuns entre os ricos e aconteciam à noite. A noiva
devia permanecer vestida de noiva o dia todo, inclusive no baile (se houvesse).
E os custos de tudo isto era da família da noiva.
O
casamento dos burgueses era apenas no civil. Eram cerimônias mais simples,
discretas e com poucos convidados. Quem podia fazia um almoço mais simples ou
um café. Mas bolo e vinho não podiam faltar. E o custo de tudo também eram dos
pais da noiva.
Nos
centros urbanos as comemorações dos casamentos tinham a duração de um dia ou
uma noite para a recepção e baile. Já os casamentos rurais tinham a duração de
2 ou 3 dias, preservando os antigos costumes. A recepção era um almoço onde a
carne de um animal era assada numa espécie de fogueira. Danças e outros
folguedos aconteciam durante o dia e os poucos convidados se divertiam a valer.
Para
qualquer um dos grupos, o beijo em público era desaconselhado, por ser
considerado atitude indecorosa.
Após
todas as comemorações do casamento, os noivos iam para a casa da família do
noivo ou da noiva, conforme combinado no contrato.
A
Lua de Mel, como conhecemos hoje, não existia. Ela só começou a partir de 1830,
como uma forma do casal ter mais de intimidade e para ficarem longe das
famílias e dos compromissos sociais.
No
início, só os casais mais abastados viajavam pela Europa em Lua de Mel. Depois,
quando os menos abastados passaram a aderir, os ricos casais passaram a
preferir os hotéis mais elegantes de Paris.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
MEUS QUERIDOS
Fiquei muito feliz com sua visita a este espaço que também é seu. para que ele fique melhor e mais do seu agrado, deixe por favor, um comentario, um recadinho ou uma sugestão.
OBRIGADA