No
século XIX, desde muito cedo, as mulheres deviam entender que seu destino era o
casamento. E para isso, dependiam da boa aparência, do seu charme e de um bom
penteado. Quanto a aparência, as mulheres não aprontavam para agradar a si
mesmas (como fazemos hoje), mas para agradar ao gosto masculino e por isso
mesmo, devia ser adequada. Ser esposa e mãe naquela época, era a glória. Mas
para chegarem ao casamento algumas regras deviam ser cumpridas.
1ª regra – O DOTE
A
regra principal era o dote. A família da moça deveria ter uma certa quantia em
dinheiro, terras, renda ou título de nobreza que seriam dados ao marido como
herança que deixariam aos filhos que viessem ter.
Mesmo
que a moça cometesse algum tido de deslize moral, mas que não fosse muito escandaloso,
tudo ficava resolvido com um bom dote. Naquela época, os casamentos eram um
negócio e não aconteciam por amor. Uma simpatia, até existia, mas amor e paixão,
isso não havia. As moças se casavam cedo, entre os 17 e 20 anos. Mas a idade
poderia ser antecipada ou adiada de acordo com a situação financeira de cada
família.
Os
rapazes candidatos a maridos podiam ser pobres, ricos ou nobres de qualquer
idade. Muitos rapazes de 25 a 30 anos entravam nesse negócio porque queriam
custear ou completar seus estudos.
2ª
regra – APRESENTAÇÃO FORMAL À SOCIEDADE
As
moças casadouras (ricas ou da nobreza) deviam ser apresentadas formalmente à
sociedade. Para a ocasião, era realizado um “baile de debutantes”, onde várias
moças eram apresentadas ao mesmo tempo, aos nobres da Corte. Ficavam conhecidas
e podiam frequentar todos os eventos aristocráticos que desejassem.
Na
burguesia, os bailes serviam para que as famílias das moças avaliassem os
futuros pretendentes e cuidar de suas filhas.
Na
França havia os chamados “bailes brancos”. Nesses bailes, todas as mulheres
(moças e suas acompanhantes (normalmente as mães), se vestiam de branco da
cabeça aos pés. Os rapazes também levavam suas mães (também vestidas de branco)
para avaliarem as moças, o dote e firmarem ou não o compromisso ao final do
baile.
3ª
regra – TEMPO DE ESPERA
Depois
de apresentadas à aristocracia (ou a sociedade em caso de não serem nobres) e
aceito o dote, havia um tempo de espera antes da confirmação do noivado e do
seu anúncio. Durante esse tempo, o futuro casal podia ir aos mesmos locais, frequentar
as mesmas festas e podiam dançar e conversar rapidamente durante a dança (único
momento em que ficavam mais próximos). Os olhares eram permitidos, desde que a
moça disfarçasse um pouco. Mas a conversa fora da dança, só era possível se a
moça estivesse acompanhada por um dos pais.
Os
rapazes podiam enviar bilhetes ou mensagens ás moças pedindo que ela lhe
reservasse uma ou mais danças, porém somente se fossem conhecidos ou parentes. Mas
isso não significava um pedido formal de namoro.
Alguns
pretendentes eram rejeitados logo de cara: os pobres, os endividados e os que
possuíssem uma situação financeira abaixo das que as famílias das moças
possuíam. Isto porque, as famílias das moças não queriam ver suas fortunas
caindo em mãos de alguém que acabaria com ela num instante, ou de quem não
soubesse fazê-la crescer.
4ª
regra – ANÚNCIO DO COMPROMISSO
O
tempo de espera variava de um país para outro. Na Inglaterra, por exemplo, esse
tempo era de 1 ano. Já na França, eram de 3 anos. Porém, se após esse prazo o
anúncio de noivado não fosse anunciado, começavam rumores ou fofocas (de boca a
boca ou pelas costas) sobre a situação financeira de sua família ou sobre a
honra da moça. Quando isso acontecia, as moças perdiam a chance de contraírem
um bom casamento. Durante
esse tempo, os pais dos rapazes e moças se conheciam melhor e avaliavam a
rentabilidade da situação das famílias.
Mas
nem todos os casamentos tinham toda essa burocracia. Os pobres, por
exemplo, bastava que o pretendente tivesse um ofício e fosse trabalhador. O noivado
e o casamento eram rápidos.
Era
raro, mas aconteciam, os casamentos por amor. Não o “amor romântico dos filmes e
novelas”, mas o amor puro e devotado, cujos pais percebiam os sentimentos de um
pelo outro e passavam a respeitar esse sentimento. Esse amor foi se espalhando
pela Europa ao longo do tempo.
5ª
regra – O ACERTO DOS DETALHES
Como
os rapazes não podiam fazer o pedido de casamento diretamente para as moças por
causa dos costumes da época, o pedido era feito por seus pais. Da mesma forma,
a iniciativa nunca podia ser da moça ou de sua família. Eram as famílias que
acertavam todos os detalhes. E neste caso, os “detalhes” eram minuciosamente
observados. Por exemplo: as moças não deviam saber os custos do casamento, nem
o valor do seu dote. Caso contrário, o casamento não acontecia por falta de
discrição da família.
Se
o casamento fosse aceito, o casal ficava na casa do “noivo”. E o noivado era comemorado
com um jantar oferecido pela família da noiva à família do noivo, onde o rapaz
oferecia uma joia (anel, um cordão ou um medalhão) para a moça que retribuía
com uma foto ou uma mecha do seu cabelo.
continua na próxima postagem
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