OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

AS MULHERES DO SÉCULO XIX

Até meados do século XIX, as pessoas ainda conservavam os padrões sociais dos séculos anteriores. O objetivo das mulheres continuava sendo o casamento, ter muitos filhos e cuidar da casa e da família. E para isso eram educadas.


As solteironas viviam às custas dos irmãos, mas eram consideradas pessoas “non gratas”. Eram tratadas como um “peso morto”, mas que tinham de suportar. No entanto, as que resolviam se sustentar sozinhas e trabalhar para sobreviverem, eram mal vistas. A estas, restavam duas opções: ser governanta e receber um salário irrisório ou trabalhar nas indústrias e ser a “chacota” de todos, principalmente, de outras mulheres (beneficiadas pelo “casamento”). 


Naquele tempo, mesmo sendo permitido, qualquer trabalho realizado pelas mulheres fora de casa era um “ultraje social”, uma afronta aos costumes e uma quebrava os padrões sociais. O único trabalho feminino reconhecido era o de “dona de casa” e aos homens cabia o trabalho fora de casa.


Se por acaso, uma mulher fosse vista próxima a uma máquina em funcionamento, já era motivo para muitos comentários. Se operasse uma máquina então, logo sentiam os olhares de reprovação, de desdém, ouviam as zombarias e comentários sarcásticos ditos cara a cara ou pelas costas, por outras mulheres. Algumas mulheres, mais inflamadas, incontidas e indignadas com a visão de uma mulher trabalhando, atiravam-lhes ao rosto uma série de insultos, como por exemplo, dizendo-lhes que aquele trabalho era contrário aos “instintos naturais femininos” e que elas eram as culpadas dos homens perderem a admiração pelas mulheres. 

Outro ultraje social era ver uma mulher ganhando um salário (mesmo que irrisório) por trabalhar como enfermeira. Isto porque essa função era exercida pelas esposas gratuitamente. 


Ultrajante também, era saber que as mulheres estavam estudando. Foi um tempo de muita desconfiança, principalmente das mulheres que sabiam ler, escrever e fazer contas. E, por isso, eram alvos de mexericos e ofensas. Essas coisas sempre haviam sido redutos masculinos no consenso geral.

No entanto, muitos pais procuravam ensinar as filhas a ler, escrever e contar ás escondidas. Sabiam que elas precisariam das letras para melhorarem a vida delas e de suas famílias. Esses pais, muitas vezes, não conseguiam diferenciar o “a” do “o”, mas tinham uma visão além de seu tempo e não queriam que suas vivessem ou levassem a vida que sempre levaram.

E o tempo foi passando. As coisas começaram a melhorar para o setor da enfermagem após a segunda metade do século XIX. Nos Estados Unidos, em 1860, FLORENCE NIGHTINGALE trabalhando como enfermeira percebe as contradições que esse trabalho oferecia. Por isso, funda a “Nightingale School of Nursing” (Escola de Enfermagem Nightingale) e regulariza a profissão. 


Foi uma atitude ousada essa de Florence. Mas trouxe uma perspectiva nova para o trabalho feminino. Além desta escola, os Cursos de Enfermagem foram abertos pelo mundo afora. E elas, agora, podiam estudar e exercer a profissão mais abertamente. Mas por que não ir além? Por que não alçar novos voos? Quem sabe talvez... frequentar os cursos de MEDICINA? E para surpresa geral, algumas mulheres se inscreveram no Curso de Medicina. No começo eram poucas, mas muito ousadas. E sofreram muito por tal decisão. 


Os cursos de Medicina (assim como outros cursos) eram essencialmente redutos masculinos. Os professores, vendo uma mulher na turma, davam a elas os piores e os trabalhos mais difíceis com o intuito de provar sua incapacidade, de humilhá-las e fazê-las desistir. 

Durante as aulas, as mulheres não podiam opinar, sugerir ou discordar, sem que ouvissem inúmeros comentários desagradáveis e frases cheias de segundas e terceiras intenções. As menos ofensivas é que “deveriam estar em casa lavando pratos”, “que estudar não era coisa para mulheres”, ou “que as mulheres preferiam e confiavam mais em médicos (homens) do que em médicas”. E muitos outros comentários iguais ou piores que estes, eram ditos por seus colegas e professores.

As resistências eram enormes pela simples presença feminina e que não conseguiam suportar e desistiam. As desistências estimulavam a professores e colegas a serem mais rudes e deseducados com as que ficavam. Poucas chegavam até o final do curso, pela força de vontade, fazendo-se de surdas, aguentando as agressões e os impropérios, marcaram a vida das mulheres do mundo todo com a esperança de novos rumos e mostrando que as mulheres eram capazes de ir mais longe.


Uma dessas poucas mulheres corajosas e audaciosas foi a italiana Maria Montessori, que depois de formada se especializou em deficientes intelectuais (outra ousadia, já que os deficientes intelectuais não tinham a mínima condição de sobreviverem). Montessori fundou uma escola para eles (A CASA DEI BAMBINI) e criou um método especial que, além de ensinar os conteúdos escolares, ensinava também a aquisição de hábitos de higiene pessoal, do ambiente e a autonomia dessas crianças. 

Historiadores contam que, em 1881, no reinado da rainha Vitória, a Grã-Bretanha sediou um Congresso Internacional de Medicina. Vários médicos de renome foram convidados como palestrantes sobre seus estudos e descobertas na área médica. Porém, as inscrições femininas foram proibidas. A justificativa foi, que a rainha e sua corte, não viam com bons olhos o fato de mulheres estudarem Medicina ou exercerem qualquer tipo de profissão.

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