O ENSINO PRIMÁRIO
O ensino elementar passou a ser chamado de “ensino primário” e deveria durar 4 anos (mas variava de aluno para aluno) sendo dividido em duas partes: elementar (que cuidava do ensino da leitura, escrita, instrução moral e religiosa) e do conhecimento superior (com conhecimentos mais avançados sobre a língua (gramática) e a aritmética (cálculos fundamentais, conhecimento de pesos e de medidas mais os cálculos de ambos) e mais oito disciplinas regulamentadas. Só lembrando que o termo “superior’ se referia que era maior que o elementar e não ligado ao “Ensino Superior, como conhecemos hoje).
D. Pedro II
Após o curso primário, a pessoa recebia um diploma
e poderia ingressar no ensino secundário. Garantia também aos diplomados, o
direito de lecionar no ensino primário. O objetivo dessas escolas era o de garantir
profissionais que aceitassem o salário oferecido pelo Estado ou, por falta de
outra opção. No entanto, as escolas particulares existentes (a
maioria, de curso primário) não empregavam esta mão de obra. Muitas vezes, seus
profissionais tinham o curso secundário completo.
O ENSINO SECUNDÁRIO
O ensino secundário tinha a duração de sete anos e composto por professores que dominavam as disciplinas a serem ministradas, como a história sagrada, geografia, aritmética e geometria no 1º ano. Português, francês, latim e matemáticas elementares no 2º ano.
Português, francês, latim, matemáticas elementares, aritmética e álgebra no 3º ano. No 4º ano um aprofundamento de português, francês, latim, geografia e cosmografia, e matemáticas elementares. O currículo do 5º ano envolvia português, inglês ao invés do francês, latim, história geral, física e química; no 6º ano, era estudado: alemão, grego, história natural e higiene, retórica, poética e literatura nacional, além de filosofia. E, finalmente, no 7º ano era oferecido os estudos de: italiano, alemão, grego, português, história literária, filosofia, corografia (estudo da genealogia Real) e história do Brasil. E no final do curso, mediante a prova de capacitação, e do juramento perante o Ministro do Império, a pessoa recebia o grau e a carta de “bacharel em letras”.
E aos estudantes deste curso estava garantido o direito de lecionar na escola secundária, além de outras profissões que necessitasse da língua mãe ou estrangeira e dos conhecimentos matemáticos.
Colégio Pedro II - MG - Museu Mariano Procópio
O Colégio Pedro II, fundado em 1837, servia de modelo para a criação de novas escolas com a mesma programação de cursos e de iguais conteúdos e que foram se espalhando não só pela província do Rio de Janeiro e sede do governo imperial, mas por todo o país. No entanto, a profissão docente era extremamente masculina.
O Colégio Pedro II também foi um grande estímulo para a criação de liceus. Era prerrogativa do Governo Nacional criar escolas de Nível Superior (aí sim, universidades), mas as Províncias não podiam, embora precisassem de muitos profissionais qualificados. Foi então que tiveram a ideia de criarem os LICEUS, uma escola que misturava o ensino primário e o estudo de uma profissão com o objetivo de formar técnicos.
Uniformes Escolares: O da
esquerda era do Colégio D. Pedro II e
o da direita, das escolas particulares.
Nos liceus o ensino era gratuito, mas o material
didático era pago pelos estudantes. E não era apenas os cadernos, livros, lápis
ou as famosas “penas”. Alguns materiais eram caríssimos e outros precisavam ser
importados da Europa (como máquinas e ferramentas que não eram fabricadas por
aqui). Imaginem uma pessoa pobre tendo que importar um torno ou um tear da
Europa para frequentar um determinado curso no liceu. E assim, ao contrário de
ter falta de professores, os liceus enfrentavam a falta de alunos.
Com exceção de uns poucos mais abastados e/ou
medianos que frequentavam os liceus, a maioria que gostaria de frequentar as
aulas para adquirirem uma posição melhor na vida, ou não podiam custear os
materiais ou não podiam deixar seus empregos. Esses cursos também eram vedados
para as moças porque acreditavam que eram destinadas ao casamento e, por isso,
não precisavam de uma profissão. Mas, se fosse do seu interesse, podiam fazer o
ensino primário elementar.
No segundo Império, as coisas começam a mudar. As
mulheres podiam frequentavam escolas particulares mistas desde que fossem em
salas especiais, segundo as recomendações do tempo do Marquês de Pombal. As
moças recebiam ensinamentos diferenciados dos rapazes, pois seus curso eram
voltados para a vida doméstica, a maternidade e um pouco de leitura e escrita
que pudessem para copiar ou seguir uma receita culinária.
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