Somente no Segundo Império é que, por força de lei, as mulheres puderam completar o ensino primário elementar. Mas não conseguiam cursar o Ensino Secundário, porque era uma preparação exclusiva para os homens.
Mesmo assim, por diferentes motivos (casarem muito cedo, terem que trabalhar ou encontrar dificuldades nas aprendizagens) muitas mulheres não completavam o primário elementar e muitas, mal conheciam as letras.
Mas, mesmo com estes poucos estudos recebidos, muitas mulheres viam o mundo de uma maneira diferente e o interesse em prosseguir nos conhecimentos aumentava. Mas as leis impediam
prosseguirem nesse interesse.
Após muitos pedidos para que o Império olhasse de forma mais realista em relação aos interesses femininos, em 1835, foi criada a primeira Escola Normal do país, em Niterói, Rio de Janeiro, para a formação de professores. Mas, devido a morosidade das leis, os primeiros anos de funcionamento dessa escola, as matrículas de moças não eram admitidas. Mais tarde, foram admitidas, mas sua atuação era a de tutoras do ensino, (espécie de acompanhante ou monitora), por não poderem receber o diploma de professoras.
Vários grupos de religiosos passaram a se dedicar pala luta para que a Educação Feminina acontecesse. Devemos a esses grupos espalhados por todo o pais, pela dedicação com que lutaram pela Educação Feminina. Primeiro, no Rio de Janeiro, fundando o Colégio Imaculada Conceição, mantido pela Companhia das Filhas de Caridade de São Vicente de Paula, desde 1854. Quando começou a funcionar, este colégio tinha como objetivo principal a educação das filhas da elite carioca, dentro dos rígidos padrões morais da Igreja Católica Romana.
Escola alemã no Brasil, em 1870
Segundo, a partir de 1870, escolas protestantes, especialmente metodistas e presbiterianas, foram fundadas, quebrando o monopólio religioso do catolicismo. Estas escolas traziam uma novidade ao Brasil: as “primeiras classes mistas”, ou seja, alunos de ambos os sexos estudando e interagindo juntos formando uma única turma e dentro de uma mesma sala de aulas. Uma novidade que trouxe alguns conflitos, apreensões e inseguranças. Mas por pouco tempo, porque:
1- As escolas e classes mistas começaram a pipocar na rede pública de todas as províncias. E a partir desta novidade, outra se tornaram possíveis.
2- As mulheres que recebiam seus diplomas nas escolas normais recebiam a autorização para lecionarem para ambos os sexos, porém os meninos deveriam estar na faixa de 12 a 14 anos.
3-Este fato abria o campo para o magistério feminino.
4-A partir da nova abertura de campo trabalho, as moças já puderam ingressar nos cursos normais.
5- O magistério feminino ganhou força no final do século XIX em virtude da crescente demanda e da falta de professores que novamente rondava o país.
6- A vocação natural da mulher ao magistério era construído e divulgado em todos os cantos e por médicos, pais, clero e governantes.
7- Ressaltavam a ternura e outras qualidades “naturais” das mulheres para o exercício da profissão.
É preciso destacar que, os cargos superiores da educação pública, os postos de comando nas escolas e instituições das províncias e do Estado e da diretoria das escolas ainda eram privilégios reservados aos homens. No entanto, estes privilégios masculinos deixavam explícita a continuidade da discriminação das mulheres na profissão do magistério.
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