No início da República, as diferentes propostas das reformas educacionais procuravam atacar as consequências de um modelo socioeconômico estrutural que não foi modificado na mudança de regime governamental.
Terra onde tudo o que se planta, nasce.
O Brasil sempre teve um sistema socioeconômico baseado na agricultura. Porém, uma agricultura com meios de produção manual, simples e básico. Com isso, do roceiro de quintal ao agricultor mais rico latifundiário corria um único pensamento: “Já sabemos tudo o que é preciso: sabemos quando e onde plantar, quando e como colher, como acomodar o colhido e ensacar para vender e pronto”. Esse era o pensamento de quem praticava a agricultura naquela época. Inovações e novos conhecimentos não interessavam porque o novo causava medos e inseguranças. Por isso faziam as coisas sempre do mesmo jeito para obterem sempre o mesmo resultado.
Plantação de café
Conhecendo o pensamento dos agricultores (que dominavam as elites na época), os políticos não tinham o interesse e não se empenhavam em fazer leis que atingisse a todos. E esse pensamento se mantinha e perpetuava nas Escolas Públicas de Ensino Secundário.
Assim quando as reformas propunham um Ensino Secundário que funcionasse e estimulasse o contrário, ou seja, como mudança desse pensamento estático para um outro mais progressista, a elite ruralista (riquíssima) reagia com veemência negativa.
O Imperador agia como o fiel da balança tentando o
equilíbrio das forças políticas.
E tudo continuava na mesma, privilegiando as elites em detrimento dos pobres. Mas chegaram a um ponto em que as elites começaram a perceber e entender que era preciso “ser mais letrada”, que precisava de “mais conhecimentos e mais informações sobre os negócios e sobre os contratos de compra e venda, para que continuassem tocando seus negócios”. Portanto, precisavam de “filhos cultos” para sucederem os pais nos negócios.
Conhecedores do baixo nível das escolas oficiais, as elites matriculavam seus filhos em escolas particulares que ofereciam um “ensino de qualidade”. Para a elite, colocar e manter os filhos numa escola particular (em qualquer nível) não era problema, porque eram muito ricos. Mas isso, não era possível para os mais pobres, cujos filhos precisavam ajudar a sobrevivência familiar.
Colégio D.Pedro II
Entre 1920 a 30, um grupo de políticos tinha pensamentos e ideologias a favor da industrialização como “modelo econômico de desenvolvimento do país. Esse grupo queria que a industrialização crescesse e alegava que a política em vigor estava impedindo o setor. Por outro lado, as elites estavam de olho nesse grupo visto que a velha economia estava baseada no modelo agrário-comercial-exportador.
Mas não teve jeito. Os políticos aderiram ao avanço da industrialização e as elites começaram a declinar, fazendo com que os oligarcas deixassem de influenciar nas decisões do governo.
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