Politicamente, o Brasil veria na década de 30 a 40 o agravamento do conflito entre a oligarquia cafeeira e a burguesia industrial, resultando na queda do setor agrário-comercial-exportador e no fim da chamada Velha República (1889 a 1930) com a chegada de Getúlio Vargas ao poder.
Nessa ocasião, o pensamento filosófico da Escola Nova estava em alta. De um lado, os conservadores católicos queriam impedir a todo custo as propostas inovadoras que vinham desse pensamento. Do outro lado, a aristocracia rural querendo tomar conhecimento sobre o capitalismo dependente, sobre a interferência do Estado na Educação e sobre a importância da educação na reconstrução do país.
oligarquia ruralista
Os conservadores católicos enxergavam a crise do país como uma decorrência de uma visão ultrapassada, vendo o progresso como o fator “que fazia o homem se afastar de Deus” por causa do desmantelamento das instituições em vigor. Essa visão equivocada, buscava soluções para esses problemas. Com relação à Educação, os conservadores católicos tinham uma filosofia pedagógica coerente com suas convicções: a) tinham uma visão de mundo cristã, b) defendiam o ensino religioso para a formação da fé, c) consideravam a criança como objeto central da educação, d) defendiam a educação em separado por sexo e f) currículo diferenciado para cada sexo.
oligarquia industrial
Já os pioneiros da Escola Nova propunham reformas pedagógicas, tais como:
a) Escola Primária Integral com o objetivo colocar em prática nos alunos os hábitos de educação e raciocínio,
b) as noções de literatura, história e língua pátria, c) o desenvolvimento do físico e da higiene;
d) o Ensino Médio integrava os antigos Primário e o Superior, com o objetivo de desenvolver o espírito científico oferecendo com vários tipos de cursos;
e) defendiam a Organização Universitária com o objetivo de formar profissionais através do ensino, da pesquisa e formação de uma carreira profissional além da criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras para a formação de professores.
Do início ao final da escolaridade seria proposto um desenvolvimento intelectual com dificuldades crescentes a serem vencidas, permitindo que o curso anterior fosse a base de construção de conhecimentos necessários que garantisse a entrada e a continuidade do curso seguinte. Garantiam também que esses cursos seriam oferecidos pelo Estado (gratuitos) e válidos para todo o país.
E para organizar tudo, foi criado o Ministério da Educação e Saúde em 1930. As reformas começariam do sistema universitário para o curso básico. Mas estas não são reformas simples. Eram amplas e necessitavam medidas que incluísse todos os três níveis.
Estas reformas careciam de uma organização. A nível universitário a reforma foi mais administrativa e foram criados: a reitoria, o conselho universitário, a assembleia universitária e a direção de cada universidade.
No secundário definiram: o currículo por séries, a obrigatoriedade da frequência e a divisão em dois ciclos (o fundamental com duração de 5 anos e o de habilitação (profissional) e o complementar (como preparatório para o curso superior) ambos com duração de 2 anos. Já o curso primário tinha a duração de 4 anos sem os dois primeiros voltados para a alfabetização e os 2 anos restantes, para noções básicas e preparatórias par o secundário.
A situação política ficou muito confusa, a população estava insatisfeita e os setores políticos divergiam em tudo. Diante dessa situação, o governo federal foi obrigado a abrir mão das medidas acordadas para tomar outras que visavam organizar o próprio governo.
O cancelamento das reformas educacionais gerou um descontentamento nos educadores que participaram e aguardavam as modificações no ensino. Os que haviam assinado o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932, também não estavam nada contentes. Embora as divergências no setor da Educação fosse uma pequena ponta do problema, agravava a crise política com o aumento dos ânimos em vários setores. Na verdade, cada setor queria benefícios para seus próprios interesses. Dessa maneira, eram tantas as reinvindicações antagônicas que ninguém mais sabia o que fazer. E, para que permanecesse no poder, Getúlio Vargas procurou atender a todo mundo.
E como não conseguiu agradar a todos, propôs que fosse feita uma Nova Constituição.
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