É através do observar sua
imagem refletida no espelho que os iniciantes da adolescência notam os
primeiros indícios das mudanças corporais que estão ocorrendo em seu corpo.
Essa
descoberta os encantam e os deixam curiosos, razão pela qual, não saem da
frente do espelho. Apenas sabem que deixaram de ser crianças e, quando tudo
terminar, serão adultos. Por isso, admiram a rapidez das mudanças, e ficam
ansiosos por querer que logo cheguem ao final. Ao mesmo tempo, que desejam que
as mudanças ocorram, sentem muito medo.
Por
isso, olham-se e examinam-se atentamente. Primeiro, porque as mudanças
refletidas no espelho lhes causa um estranhamento. Já não são como eram.
Até
este momento, a imagem construída na infância (nos primeiros anos de suas
vidas) e que, por tanto tempo era a que vista refletida no espelho apesar do
crescimento, já não existe mais. Embora saibam que a imagem que agora vêem é a
de si próprios, o espelho lhes mostra que estáo “estranhamente” diferentes.
Deixar
de ser criança implica numa série de percas e ganhos. Perdem as facilidades da
infância e ganham autonomia. Perdem a proteção dos pais, mas ganham o cuidar de
si mesmos. Perdem o descompromisso natural da infância e ganham em
responsabilidade. O que antes era só pedir para ter, agora é necessário
conquistar pelo próprio esforço.
Deixar
de ser criança é perder as gracinhas tão decantadas por familiares e
conhecidos. os beliscões na bochecha; os comentários (sempre elogiosos)
exaltando suas inteligências em função das boas notas que tiravam na escola ou
sobre uma habilidade qualquer, para ganhar a admiração e o respeito pelas
próprias conquistas alcançadas com esforço e determinação, É perder uma vida de
proibições e dependências para ganhar a liberdade de alçar novos vôos.
Na
verdade, a entrada na adolescência garante a diferença entre o não posso e o eu
posso. Mas, eles ainda não percebem isso, embora seja um desejo universal e
inconsciente. Ficam fragilizados. A estranheza do novo corpo precisa ser
desvendada para que seja reconstruído um novo "Eu", mais de acordo com todas as
mudanças. Mas, o antigo corpo tem forte peso emocional.
É,
nesta fase, que os pais descobrem que o filho cresceu e que deixaram de ser a
criança sonhada e idealizada de antes. Essa descoberta ocorre bruscamente, como
se o tempo saltasse os anos. Ontem, o bebê e, hoje, um novo adulto. E então, se dão conta de que devem colocá-los para enfrentar a vida. Passam a deixá-los saírem com os amigos, ir sozinhos à escola, tomar
condução, cobrar responsabilidades, exigir perfeições nas tarefas, nas
atitudes, nos gestos e nas relações. E tudo ocorre de uma só vez e, muitas
vezes, cobram o que não ensinaram.
Fragilizada
e sem qualquer preparação anterior, a criança sente medo porque se vê largada, abandonada à própria
sorte e sem saber o que e como fazer para cumprir essas exigências. É por essa
razão que muitos jovens passam a dar problemas em casa e na escola. As notas
caem e os problemas de disciplina e de rebeldia ocorrem.
Essa
preparação para a vida adulta deve começar com a entrada na escola. Uma
preparação que ocorre aos poucos e não de sopetão. Uma preparação passo a passo
de forma que a criança possa assimilar cada ensinamento.
È uma época em que os
pais devem continuar sua acolhida, com carinho e muitas conversas sobre todos
os assuntos, inclusive, sobre a sexualidade e sobre o sexo, comportamentos e
atitudes. Uma época em que pais e filhos devem continuar unidos aos filhos pelo amor.
O grande medo da criança no início da puberdade é de se sentir só e abandonado.
obrigada a todos pela participação neste espaço
ResponderExcluirLindo e edificante o seu texto! Adorei!
ResponderExcluir