Além das
mudanças físicas, a puberdade também é marcada por mudanças psicológicas. E uma
dessas mudanças é uma nova forma de se perceber. Na verdade é uma reformulação da imagem que já possuíam de si
mesmos, ou seja, até agora tinham uma
imagem de crianças que eram e, agora, de um adulto em formação.
As
modificações físicas que ocorrem os forçam a fazer novas percepções de si
mesmos. Um exemplo disso é que um belo dia, percebem que a carteira escolar ficou
pequena para acomodar suas pernas, agora já mais longas, quando antes cabiam
perfeitamente. Ou, já mais altos, a mãe pede que pegue algo num lugar mais
alto, onde antes não conseguia. São essas pequenas atitudes diárias que vão
aguçando sua curiosidade sobre si mesmos.
De repente,
as meninas percebem os botões mamários e os meninos algumas penugens que
aparecem no rosto, nas axilas e na região genital. Ficam curiosos e compreendem
que estão se tornando diferentes. A curiosidade inicial vai pouco a pouco se
transformando em ansiedade em saber como ficar quando todas as transformações
cessarem. E com essa ansiedade, vem também a impaciência porque percebem que as
mudanças são rápidas, mas não tão velozes quanto desejam.
Enquanto
isso, percebem-se como estranhos. Uma
nova pessoa, desconhecida de si mesmos, embora esteja no mesmo corpo. Nesta
fase, o espelho é muito procurado. Passam horas diante dele, mirando-se,
observando-se de todos os ângulos e posições. E, pouco a
pouco, vão fazendo novas descobertas.
Surge então
uma nova preocupação: a de como os outros os estão vendo. A princípio, o “outro” é indefinido. Pode ser
o pai, a mãe, os irmãos, os amigos. Pouco depois, esse “outro” toma a forma do
sexo oposto.
Surge
então a vaidade. As roupas da moda são as preferidas, assim como o corte e as
cores dos cabelos, a preocupação com as
unhas, Os materiais escolares deixam de lado as figuras bonitas e graciosas da
infância. As fotos de artistas masculinos, famosos no momento, novos e bonitos
constituem a preferência das meninas. Já a dos heróis mais extravagantes mostram
forças e transformações corporais passam a ser a preferência dos meninos.
Apesar de
tudo, o corpo é o grande segredo a ser desvendado. E aqui entra um poderoso
fator social: a mídia.
De tempos em tempos, a sociedade escolhe um biotipo
humano e passa a considerá-lo como um modelo a ser seguido. A mídia divulga
esse modelo a cada momento e em todos os tipos de meios comunicativos de que
dispõe. Pouco a pouco, a sociedade vai se acostumando com esse modelo e passa a
segui-lo. Examinando a história percebemos que na antiguidade o corpo atlético
era o preferido. Mais tarde, os corpos de formas mais arredondadas (gordos) eram
o modelo de beleza da Idade Média. Com a revolução industrial, os corpos mais
longilíneos e mais ágeis foram cultuados. E hoje em dia, o padrão é o corpo
magro, de barriga sarada, musculatura aparente para os meninos e os ossos
aparecendo para as meninas.
Já se deram conta de como ficam os pensamentos
de um jovem na puberdade, cujo corpo está com sobrepeso para suportar o
crescimento e ouvindo e vendo constantemente que o modelo ideal é o corpo magro
e esquelético? E como fica essa percepção de si mesmo? Trataremos disso, na próxima
postagem.
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