Por
mais segura, tranquila e emocionalmente estável que tenha sido a infância, nenhum
adolescente passa incólume por esta fase agitada e confusa. Todo adolescente
estanha as mudanças físicas e psicológicas que ocorrem nesta fase e sente-se
perdido. Estranham-se porque já não reconhecem a criança que foram. Sentem medo
porque não sabem o que vai acontecer porque mudanças são radicais.
Os
jovens agitam-se por conta dos hormônios que começam a funcionar e passam a
sentir sensações e desejos que não sentiam antes. As novidades, idealizações,
esperanças e desejos são muitos.
A
família que sempre fora seu alicerce, sua segurança e seu apoio já não são
suficientes para aplacar os seus anseios. E começam os atritos. A comunicação com
a família diminui e o jovem se distancia, seja por isolamentos voluntários
passando horas trancado em seu quarto, seja por saídas com os amigos e voltando
para casa cada vez mais tarde.
Os
pais percebem o afastamento dos jovens e tentam frear esse distanciamento. Mas,
os jovens reagem com a rebeldia, e muitas vezes, com agressividade.
Os
jovens precisam encontrar alguém com que possam se identificar. Precisam de
apoio, de companhia, de alguém que seja ouvinte de suas queixas e conselheiro. E
quem melhor para isso do que os amigos?
Os
amigos estão passando pelos mesmos problemas, conflitos e confusões. São
pessoas que melhor os compreendem porque experimentam as mesmas novidades, dividem
as mesmas angústias e compartilham as mesmas ideias, pensamentos e sentimentos.
Na
puberdade os amigos pertencem ao mesmo sexo. Repudiam e hostilizam
declaradamente os grupos do outro sexo. Reúnem-se para brincar, falar de
amenidades e coisas supérfluas e para contar vantagens sobre as pequenas
aventuras que vivenciam.
Um
pouco mais tarde, ocorre o entrosamento com o sexo oposto. Meninos e meninas passam
a fazer parte do mesmo grupo de amigos. È uma época esquisita esta: pois cada
um procura chamar a atenção para si. É por isso que falam alto, gritam os nomes
dos outros na rua, riem, gargalham ou choram à toa. Ás vezes se parecem com as
crianças que foram, mostram-se dependentes e carentes. Outras vezes, portam-se
como pessoas adultas e experientes. Mas, é uma fase de alguns poucos meses de
duração. Depois se aquietam, ficam mais centrados em si mesmos. O grupo se
afina envolvidos por desejos comuns.
Algum
tempo depois, o grupo se desfaz motivados por laços amorosos ou pela busca dos
horizontes profissionais. E a cada etapa vencida, o jovem se torna cada vez
mais independente.
A
família e os amigos possuem papéis importantíssimos na vida dos adolescentes,
pois suas influências ajudam a consolidar os valores morais e sociais que
perdurarão para a vida toda.
(Fierro,1995).
O autor ainda afirma que, alguns valores que o grupo considera como importante
se chocam, muitas vezes, com os valores que a família preza. Mas, que este
choque não influencia de maneira decisiva na vida dos jovens. Mas, que vai depender
da escolha voluntária de cada jovem, manter ou não os valores do grupo.
O
carinho, a amorosidade e segurança que os pais proporcionam, é importante em qualquer
idade. Embora os jovens saibam e gostem disto, muitas vezes, se rebelam contra
atitudes superprotetoras que os progenitores insistem em manter.
Fonte:
FIERRO, Alfredo. Relações sociais na adolescência in COLL, César; PALACIOS, Jesus; MARCHESI, Álvaro. Desenvolvimento psicológico e educação: Psicologia evolutiva. Artes médicas. V.1. Porto Alegre: 1995.
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