A automutilação é mais uma das tentativas de controlar as dores emocionais que são incontroláveis. Trata-se de um comportamento e intencional silencioso que envolve uma agressão direta contra o próprio corpo. Os usuários desta prática querem se livrar das sensações de fracasso e de insignificância que geram essa dor. Em nenhum momento passa em sua mente a ideia de suicídio, no entanto, pode ser que venha a acontecer.
Esta prática atinge 20% de crianças e adolescentes do
Brasil e do mundo. É mais comum em jovens e adolescentes (principalmente entre
as meninas). Embora essa prática seja uma constante em pessoas esquizofrênicas,
também atinge pessoas com problemas emocionais menos severos.
Os
adeptos deste comportamento sabem o que estão fazendo e, por isso mesmo, tentam
esconder de todas as formas possíveis as feridas e as cicatrizes com as roupas.
Quando são descobertos tentam justificar as cicatrizes ou machucados como se
fossem “acidentes”.
Este
comportamento não começa na adolescência cujo pico de incidência é maior, mas
na infância. As causas são variadas e podem ser por rejeição/abandono, por
mimos excessivos (superproteção ou simbiose), bullying, ou por crianças que
passam muito tempo hospitalizadas por problemas físicos demorados e dolorosos que
causam muito sofrimento e terminam associando dor com prazer. Muitos indícios
que as crianças revelam como a falta de adaptação ao meio, agressividade ou
formas de arredio, baixa autoestima e autoconfiança, insegurança ou de
sentir-se inferiores aos demais e de infelicidade crônica passam despercebidos
pela família e pela escola. É verdade que nem todos os que apresentam estes sintomas
irão se auto-mutilar. Mas eles se encaixam num volumoso “grupo de risco”.
PERFIL
DO AUTO-MUTILADOR
1- O automutilador é INTROSPECTIVO. Isto significa
que são aqueles jovens muito calados que encontram muita dificuldade em
expressar verbalmente seus sentimentos e emoções ou que sentem vergonha de chorar
diante de outras pessoas, mesmo que sejam da família. Isto acontece porque
sentem medo de serem julgados ou de que os outros não compreendam sua dor.
2- Por ser um ATO INTENCIONAL, depois que
se machucam, sentem culpa por terem trocado a dor emocional pela dor física.
3- Os automutiladores gostam de escrever
sobre o que sentem. Antes ou depois de se autoagredir, muitos escrevem textos,
poemas, contos, letras de músicas onde revelam seus medos e falam dos seus
sentimentos e dores e as escondem em lugares de difícil acesso. Poucos preferem
desenhar ou pintar, pois acreditam que seria mais difícil de guardá-los ou de escondê-los.
4- São pessoas que se enxergam como FRACASSADOS
ou como CRIATURAS INSIGNIFICANTES e que não merecem viver / conviver com os
demais.
5- Seu refúgio é o ISOLAMENTO, seja da
família ou dos amigos pois acreditam que estão fazendo um bem para eles não
impondo a sua presença.
6- Apresentam FALSA AUTOSSUFICIÊNCIA. Procuram
fazer tudo sozinhos para não incomodar os outros.
7- NÃO PLANEJAM O FUTURO. Acham-se tão
incapazes que acreditam que o futuro nada lhes trará de bom. Por isso, se surpreendem
quando tiram alguma nota alta, passam no vestibular ou arranjam um emprego. Mas
estas conquistas não são capazes de interromper suas práticas autoagressivas.
ESTEJAM ALERTA PARA:
- Está calor e seu filho está de agasalho
ou gostava de piscina e de repente, diz que não gosta mais – ele pode estar escondendo ferida e
cicatrizes.
- Vive no quarto sempre de portas
trancadas a chave – pode estar se
cortando ou escondendo textos.
- Gavetas e armários que nunca estiveram
trancados e de repente estão – escondem o
objeto de corte ou os textos que escreve.
- Choros incontidos sem motivo aparente –
revelam sentimento de culpa.
- perda do brilho nos olhos – problemas à
vista.
CONTINUA
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