OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

quarta-feira, 9 de maio de 2018

OS REFLEXOS DA MISOGINIA (cont).

5- O PATER FAMÍLIAS

Um novo código governamental fez com que as mulheres tivessem um novo golpe em sua liberdade: o PATER FAMÍLIAS. Por esse código, os homens se tornavam definitivamente o “chefe do lar”.

De modo simplificado, ser o “chefe do lar” significava que as mulheres e filhos passavam a ser propriedade dos pais ou dos maridos e que eles tinham pleno poder sobre a vida ou a morte das mulheres e dos filhos, caso cometessem uma falta grave.

O pater famílias também aumentou a idade da maioridade dos filhos de de 17 para 25 anos. Com esse aumento da maioridade, os filhos e filhas ficavam mais tempo sob a influência dos pais.

O pai ou os maridos administravam tudo (do andamento da casa, da educação e dos bens familiares), cabendo às esposas a obediência das ordens do marido.

No século XVI, em 1593, por um DECRETO DO PARLAMENTO FRANCÊS, as mulheres francesas perderam o direito opinar, de dirigir negócios ou instituições e de participar da política local. Como obrigações sociais, as mulheres voltavam a condição de serviçais dos maridos, da casa e dos filhos. Vale lembrar que naquela época, o que acontecia num país era copiado por todos os outros países.

6-  A MEDICINA

A Medicina também contribuiu para a desvalorização das mulheres. Ao longo dos tempos, sempre houve quem cuidasse dos doentes, que conhecessem ervas naturais que agiam como remédios etc.


Qualquer doença, mesmo as mais simples como uma febre ou dor de garganta, era curada com as famosas “sangrias”, ou seja, deixava-se o sangue escorrer do corpo por meio de um corpo numa das veias do braço. Isto porque os conhecimentos sobre os corpos humanos e de alguns sintomas eram muito pequenos. Conhecia-se pouco o corpo humano por dentro. E os estudos feitos até então, eram realizados com cadáveres. Portanto, não conheciam o funcionamento dos órgãos. E somente eram permitidas as dissecações em corpos masculinos, retratados pinturas de pintores  famosos.

 Portanto, não conheciam os corpos ou os órgãos femininos. Tanto a Medicina como a Igreja acreditavam que os corpos femininos eram obscuros, enigmáticos e cheios de mistérios no qual Deus e o Diabo tentavam conquistá-lo. Daí ,a proibição da dissecação.

Do corpo feminino, os médicos conheciam apenas a “madre”, nome dado ao órgão que gerava a vida humana, ou seja, ao útero (como é conhecido hoje). Para eles, a madre era um receptáculo sagrado com a função da procriação. Um lugar onde Deus fazia frutificar a vida que o homem colocava na mulher. No entanto, por serem frágeis e vulneráveis às ações demoníacas e por não poderem gerar sem a participação do homem, as mulheres estavam sujeitas a várias doenças como a angústia, a histeria, a loucura, a ninfomania.


7- A HERESIA

No final da Idade Média Clássica e na etapa seguinte, a Igreja Medieval se reergueu novamente e se firmou como uma grande e influente instituição. A autoridade do Papa e de seus representantes voltou a ser indiscutível e suas decisões eram aceitas, apoiadas e rapidamente aplicadas pela sociedade masculina. 

Arquitetonicamente, as Igrejas Medievais eram belíssimas. Por dentro, enfeites nas paredes e altares, candelabros e instrumentos religiosos feitos em ouro maciço. Pura ostentação de seu poder. 

Assim como a misoginia nada tinha a ver com as práticas religiosas ou da doutrina cristã, o reerguimento da Igreja também não tinha. O motivo dessa “volta por cima” da Igreja estava baseado nos interesses particulares dos membros da Igreja, que era o de conseguir o maior número de terras e riquezas possíveis. E para isso, precisavam arrebanhar e influenciar o maior número de pessoas que colaborassem nessa conquista, por meio de doação de privilégios.

Mas, mesmo com toda a diplomacia do clero, uma parte da população arrebanhada, passou a desconfiar e a discutir os propósitos pelos quais a Igreja ficava cada vez mais rica, enquanto a população ficava cada vez mais pobre. A população vivia de modo miserável mesmo.

A Igreja percebeu isso e passou a usar uma prática chamada HERESIA, ou seja, é quando uma pessoa (ou um grupo) expressa uma ideia contrária sobre a doutrina. Mas não era isso que estava acontecendo. As pessoas não estavam contra a doutrina, mas a forma como a Igreja vinha acumulando suas riquezas.

Para evitar que o povo não se manifestasse contra o que a Igreja estava fazendo, os chefes da Igreja mandavam prender essas pessoas. As cadeias estavam ficando lotadas e as pessoas continuavam criticando. Sinal que somente a prisão não estava surtindo efeito. Os padres então permitiram que os presos fossem torturados para servir de lição aos outros. Depois os soltavam. Mas também não resolveu.

Era preciso uma atitude decisiva, que impusesse medo e respeito indiscutível à Igreja. Então, o Papa e seus representantes resolveram criar uma espécie de tribunal para julgar esses casos. E esse tribunal foi chamado de “Santa Inquisição”.


Esse tribunal, formado por bispos, arcebispos e duas ou três pessoas influentes da Igreja (claro), que percorreria toda a Europa quando alguém era denunciado e sua função era a de investigar, julgar e punir os culpados.

Mas não era isso o que ocorria. Mesmo se declarando inocência e explicando com todas as letras os motivos pelos quais não deviam estar presos, as palavras do preso eram deturpadas ou modificadas a favor da Igreja. Isto quando o sujeito tinha a chance de se explicar.

Algumas das muitas formas de tortura aplicadas aos hereges.



Muitos sofreram tantas torturas que confessavam qualquer coisa, apenas para se livrarem das dores. Outros tantos, mesmo confessando-se inocentes eram julgados porque inventavam provas ou por qualquer outra coisa. Ninguém saia livre desse tribunal. E a punição era sempre o confisco dos bens e a morte do denunciado.
E desta vez, o povo ficou com medo. Claro, não é mesmo? E as práticas da heresia continuavam fazendo novas vítimas, agora, como norma da Igreja.


Essa prática chegou a tal ponto, que bastava um pequeno deslize (por exemplo, fazer um chá de uma erva desconhecida pela maioria e dada a um doente) ou uma conduta incompreendida (como dar de comer ou recolher um gato preto ou tê-los como animais de estimação) para que homens e mulheres fossem denunciados hereges por familiares, vizinhos ou pessoas amigas. 

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