Na nossa
caminhada pela história das mulheres, chegamos aos anos de 1453, quando começa
uma nova era: a IDADE MODERNA.
Nos
séculos XV, XVI e boa parte do século XVII da nova era, quase nada havia
mudado. As mulheres continuavam sendo culpadas por qualquer coisa e a sociedade
continuava tão machista quanto na Idade Média. Continuava o controle sobre a
sexualidade, o prazer sexual ainda era ilegal, bem como as demonstrações de afeto
entre os casais e familiares continuavam sendo consideradas imorais e os
instintos deviam ser contidos. As mulheres continuavam submissas aos pais e aos
maridos e tinham por obrigação, o
reconhecimento dessa “proteção” por financiá-las e por dar-lhes um sobrenome.
O
casamento nessa época era coisa séria e importante, pois visava principalmente
a questão econômica das famílias e da sociedade. Para as famílias, o casamento
era um negócio. Para os homens, o casamento visava apenas a procriação. Para as
mulheres, era uma forma de mudarem de vida. Mas para isso, deviam ser
obedientes, companheiras e dar aos maridos uma prole saudável como forma
retribuição por tê-las escolhido como esposas. Todas queriam uma vida melhor do
que a viviam.
Muitas
mulheres ainda eram chamadas de bruxas e condenadas por isso. Geralmente essas
mulheres pertenciam às classes mais pobres e eram condenadas por crimes
sexuais, acusadas de enfeitiçarem e seduzirem os homens, especialmente pelo
clero.
Uma
coisa havia mudado em termos: a educação dos filhos que passou a ser
responsabilidade única e exclusiva das mães. Por que “em termos”? Porque a orientação dessa educação deveria seguir os
padrões da época, do lugar e do sexo dos filhos. Os meninos deviam ser
preparados para lidarem com as questões cotidianas e de como enfrentar o mundo,
ou seja, para os negócios da família. Já as meninas eram preparadas para cuidar
das obrigações e tarefas domésticas e de como deveriam se apresentar nas
diferentes ocasiões.
A
vida dessas mulheres continuava não sendo fácil. Continuavam casando cedo e com
homens mais velhos indicados pelos pais. Mas era ainda pior para as mulheres
das classes mais pobres. Casavam-se entre 10 e 12 anos e com homens bem mais
velhos, também indicados por seus pais. O sonho dessas meninas era o de sair da
miséria em que viviam e desfrutarem uma vida mais tranquila. Algumas até
sonhavam em conseguir juntar algum dinheiro para suas velhices.
Na
alta sociedade, as tarefas das esposas eram: cuidar do marido, zelar pela
educação dos filhos, administrar a casa e as propriedades com ajuda dos
feitores e agentes.
Mas,
para muitas moças pobres, o sonho terminava em pesadelo, pois além das tarefas
domésticas, do cuidado e educação dos filhos, dos cuidados com o marido, de
ajudar nos negócios deste, ainda tinham que trabalhar fora para garantir o seu
sustento e o da família. Trabalhavam onde podiam: numa quinta leiteira fazendo
queijo e manteiga por ser próximo da sua moradia ou por ser a única coisa que
sabiam fazer. E ganhavam pouco por esse trabalho.
Outras
se aventuravam nos grandes centros urbanos para buscarem trabalho, no entanto,
dependiam do conhecimento e do contato que suas famílias ou marido mantinham
com os comerciantes locais.
Boa
parte delas, por causa dos contatos, trabalhavam como: criadas, cozinheiras,
ajudantes de cozinha, lavadeiras, criadas de quarto, damas de companhia em
casas de famílias mais abastadas. Embora o desejo fosse o de subir na
hierarquia dos serviços domésticos, era bastante difícil e nem sempre conseguiram
porque as tarefas femininas eram sempre as de nível mais baixo. E continuavam
ganhando pouco.
Ricas
ou pobres ainda cuidavam dos pobres, dos doentes e dos idosos porque tinham “doçura, compaixão e amor maternal”.
Como mães
deviam cuidar dos filhos, alimentá-los, vesti-los e mantê-los limpos e bem
apresentáveis (para os padrões da época). A amamentação com o leite materno ia
até os dois anos. E ainda eram responsabilizadas pelas doenças (mesmo as
infantis), pelas deformidades no nascimento, pela morte prematura, ou pelo
desvio de caráter dos filhos já crescidos. Naquela época, as doenças e as
mortes prematuras de bebês e de crianças pequenas, fosse lá qual fosse o
motivo, tudo era diagnosticado como “sufocação”.
Só para
se ter uma ideia, um ensaísta publicara o seguinte pensamento: “Uma mulher é uma filha, uma irmã, uma esposa
e uma mãe: um mero apêndice da raça humana”.
Mas tudo
começa a mudar no início do século XVIII.
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