OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

domingo, 22 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL!

A todos os meus caros leitores, amigos, seguidores, pais e professores que acompanham este blog.

É com o coração feliz por poder contar com sua presença neste blog, seja por uma simples passagem, por comentários ou por perguntas que tanto me fazem aprender. Afinal, estamos sempre aprendendo, não é mesmo?

Também é, com o coração feliz e emocionado, que desejo a todos um Natal muito feliz, cercado de muito amor, de paz, de tranquilidade e de harmonia. Que o Cristo Menino espalhe bênçãos de fé e de esperança sobre vocês e suas famílias. 


Estes são os votos do "EDUCANDO ADOLESCENTES" e os meus.


Sueli Freitas

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

DINAMISMO DA PERSONALIDADE

Na postagem anterior, vimos que introvertidos e extrovertidos ficam sujeitos a ação de funções psicológicas como as de pensamento, sentimento, sensação e intuição.

Jung observou ainda que uma dessas funções ficam mais evidentes (prevalecem) mais que as outras. Sendo assim, chamou-a de “função dominante” ou “principal”, porque e ela quem exerce maior influência sobre a personalidade dos indivíduos. Enquanto isso, as outras não desaparecem. Apenas se desenvolvem com menor intensidade, como se fossem auxiliares desta, foram chamadas de “funções secundárias”. A última, denominada por Jung de “função terciária” ou “inferior”, geralmente em oposição a função dominante, permanece no inconsciente sem que se desenvolvam.

Um sujeito introvertido ou extrovertido, por exemplo, poderá ter suas atitudes voltadas para o sentimento (função principal), tendo a sensação e a intuição como funções auxiliares e a função pensamento (inferior) não desenvolvido.

Isto parece complicado, mas não é tanto assim. Vejamos:

A função dominante é sempre inata ao sujeito, ou seja, já vem estabelecida no momento do nascimento e, com o decorrer do tempo, ela vai se mostrando mais evidente ou, frequentemente utilizada por ele. Por isso, dizemos que é a mais marca do sujeito.

Observando as pessoas, podemos verificar que umas pensam mais antes de agir, outras são mais impulsivas, outras que são dadas a seguir o “coração” (sentimento) ou as suas intuições. Por outro lado, existem aquelas que preferem viver ao ar livre ou escolhem profissões em que usem mais os sentidos (sensações). Para Jung, a função dominante ajuda os sujeitos na luta pela própria existência e adaptação ao meio.

Já as funções secundárias é para Jung, uma função diferenciadora e, por isso mesmo, possuem um desenvolvimento menor. Mas, são importantes porque são elas que mantém o equilíbrio entre a introversão e a extroversão. Por isso mesmo, há introvertidos que conseguem falar em público ou escolhem profissões em que conseguem expor seus pensamentos, como por exemplo: cantores e atores.

Como vimos, a função terciária tem um desenvolvimento bastante rudimentar. Ela também é importante porque estabelece o equilíbrio entre o consciente e o inconsciente já que é oposta a função dominante.

Se tivesse algum desenvolvimento, a carga energética dispendida faria com que a pessoa entrasse em choque com o tipo dominante. Assim, por exemplo, o sujeito estaria constantemente em dúvida em ter autonomia ou dependência. Isto causaria personalidades patológicas e colocaria em risco a sanidade mental.

É preciso citar que não existem sujeitos de um tipo psicológico único ou puro. Todos os seres humanos são uma mescla destes tipos, onde inúmeras combinações são possíveis.


Fonte:
JUNG, C.G. Tipos Psicológicos. RJ, Editora Vezes, 1971
SILVEIRA, Nise da. Jung, vida e obra. RJ, Ed. Paz e Terra, 1998
STEIN, Murray. Jung: o mapa da alma – uma introdução, SP, Cultrix, 1998

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A PERSONALIDADE E SEUS TIPOS

Carl Gustav Jung, renomado médico, psicólogo e psiquiatra do século XX, sempre se interessou em estudar as pessoas, seus relacionamentos e suas reações. Interessava-se, particularmente, pelas relações das pessoas com o mundo e pela comunicação entre elas.
Jung gastou mais de 20 anos observando as pessoas, registrando, estudando e analisando os dados obtidos. O resultado foi um trabalho completo, original e bastante interessante sobre a personalidade. E esse trabalho foi publicado num livro que intitulou como “TIPOS PSICOLÓGICOS”, onde Jung traçou um perfil da personalidade.
No entanto, preferiu usar o termo “TIPOS PSICOLÓGICOS”, porque para Jung, a personalidade se trata de uma disposição geral, ou seja, um estado da psique que se organiza para agir e reagir de determinada maneira diante das situações. Ao se referir a essa disposição, o autor lembra deve-se levar em conta: a genética, as referências familiares, as experiências, os interesses individuais e as aptidões e habilidades pessoais. Lembra ainda que essas ações e reações podem ser conscientes ou inconscientes e que funcionam como atitudes ou preferências natural das pessoas diante de qualquer tipo de situação.
Baseado em seus estudos, Jung (1967) determinou dois tipos básicos da personalidade: a extroversão e a introversão.
Na extroversão, as pessoas se mostram mais preocupadas com objetos, pessoas e situações do mundo externo. São mais decididas e confiantes, tomam mais iniciativas para alcançar seus objetivos, são mais comunicativas, mantém boas relações sociais e maior facilidade na expressão oral. No entanto, são mais impulsivas (agem primeiro e pensam depois).
Na introversão, ocorre o oposto. As pessoas se preocupam mais com o mundo interno, ou seja, são mais introspectivas, reflexivas, hesitantes e pensam muito antes de agir. São mais reservada e discretas, retraídas socialmente, guardam suas emoções para si próprias e apresentam ótima comunicação escrita.
Jung adverte que nenhum ser humano é apenas introvertido ou apenas extrovertido. Ao contrário, ambas estão presentes em cada ser humano. O que ocorre é que uma foi mais desenvolvida que a outra. Por isso, o tipo que não foi desenvolvido adequadamente perde força, mas ainda assim continua influenciado o sujeito.
Outra influência importante é a das funções psíquicas ou psicológicas. Essas funções nada mais são do que atividades da psique que estão intimamente ligadas com nossas percepções, pensamentos, afetividade, habilidades, aptidões e tendências e que atuam sobre nossas ações e reações diante dos fatos apresentados pela vida e pelo mundo. São elas que diferenciam as pessoas que se encontram em cada um dos dois grupos citados acima. Funções que estão presentes em tudo o que fazemos diariamente e cada momento de nossas vidas.
Para Jung, quatro são as funções psíquicas ou psicológicas: pensamento, sentimento, sensação e intuição. Funcionam como pares opostos e quando um dos pares é mais acentuado, o outro é mais fraco. Mesmo sendo fraco, não deixa de existir. Ao contrário, continua influenciando. As duas primeiras são mais racionais e ligadas aos julgamentos, enquanto que as outras duas são mais irracionais e ligadas as percepções e informações.
A função PENSAMENTO é mais lógica. Liga as percepções com a razão. Separa as percepções umas das outras, classifica, faz sua análise por meio da reflexão e sem deixar que os afetos e emoções se envolvam, conclui e emite um julgamento que determina a ação.
Oposta a anterior, a função SENTIMENTO desempenha as mesmas tarefas, mas avalia e se preocupa com a harmonização do ambiente, incentivando as ações sociais. Para isso, vale-se dos valores pessoais e morais para tomar suas decisões. Embora tenha uma lógica diferente, não exclui a razão.
A função SENSAÇÃO é a função dos sentidos, do real, da que traz as informações do mundo por meio dos órgãos sentidos. A pessoa com esta função mais desenvolvida, dão valor aos fatos, lembram-se deles com mais facilidade e são mais preocupados com o aqui e o agora. São mais realistas, seus pensamentos são mais concretos e mais práticas, dedicam-se ao bom funcionamento das coisas e evitam seguir ou criar um novo caminho.
O oposto da função sensação é a da INTUIÇÃO. Uma função onde o inconsciente atua mais que o consciente. As percepções se formam por meio de “pressentimentos”, de “palpites” ou “inspirações”. As pessoas com esta função mais desenvolvida buscam os significados, as relações e as possibilidades das coisas. Tendem a ver o todo em detrimento das partes, razão pela qual encontram mais dificuldades em perceber ou reparar nos detalhes.
Resumindo, as pessoas do tipo Pensamento tendem a não dar valor aos sentimentos (valores pessoais) ao contrário das pessoas do tipo Sentimento que insistem em não dar crédito ao que não gosta ou ao que não lhe é prazeroso. Da mesma forma, as pessoas do Tipo sensação ignoram a intuição e o intuitivo, despreza o presente e o que está diante dos olhos.
CONTINUA
Fontes:
JUNG, C.G. Tipos Psicológicos. Tradução Álvaro Cabral. Rio de Janeiro, Editora Vozes,1971aª
_______. O eu e o inconsciente . Petrópolis: Editora Vozes, 1985.
_______. O homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1977.
SILVEIRA, Nise da. Jung: vida e obra. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.

STEIN, Murray. Jung: o mapa da alma - uma introdução. Editora Cultrix, São Paulo, 1998.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O QUE É PERSONALIDADE?

Personalidade é o conjunto de características psicológicas  e que nos torna quem somos. Essas características determinam nosso modo de agir, de pensar e de sentir. É, portanto, a individualidade de cada sujeito e engloba o ser pessoal e o ser social. Todas as pessoas a tem. Portanto, afirmar que uma pessoa não tem personalidade é uma inverdade.
Muitas pessoas acreditam que nascemos com uma determinada personalidade. Mas, não é bem assim. A personalidade é formada ao longo do tempo e de acordo com as experiencias e vivências de cada um. Por isso, a formação da personalidade é única, gradual e complexa.
O bebê não nasce com personalidade, embora tenha predisposição para isso. Ela ainda não tem consciência de quem é e por que está neste mundo. Por isso, levará algum tempo para que isso aconteça.
O primeiro passo para essa consciência é dado pelos cuidados maternais. A alimentação, a sede, o banho e a troca das fraldas exigem um contato sensorial com o bebê e é fonte de inúmeras experiências prazerosas ou não. Mas, o bebê, devido a sua relação de dependência com a mãe, ainda sente como se fosse uma extensão dela. Por isso, essa relação é tão forte.
Com o crescimento do bebê e com os afazeres maternos,  a mãe provoca um afastamento natural. Espera um pouco mais para levar o alimento, demora (ou atrasa) o banho ou a troca de fralda, ou então, deixa o bebê sozinho no quarto para pegar alguma coisa. É por meio destes pequenos afastamentos que o bebê adquire a noção de que ele e a mãe são pessoas diferentes.
O sentar e o andar são fontes de autonomia para o bebê e provocam uma ampliação de suas percepções. Ao  final do primeiro ano de vida, o bebê já sabe que ele e a mãe são pessoas distintas e com necessidades diferentes.
Dos 2 aos 6 anos, o bebê entra numa fase de imitação dos adultos para que ele compreenda como a vida funciona. Nesta fase, a criança imita tudo: o jeito de falar, de fazer as coisas e o modo de se comportar dos pais. Isto porque os pais são modelos (exemplos) que devem ser copiados.
Crianças teimosas, briguentas, birrentas, agressivas não possuem personalidade forte. Da mesma forma, a criança calma, tranquila e obediente não possuem uma personalidade passiva.  Elas apenas repetem e refletem a atitude dos pais. Carl Gustav Jung costumava dizer que: “até os 6 anos de idade, os filhos são o que os pais fizeram dela”. Reparem bem e percebam com Jung estava correto em sua afirmação.
Por volta dos 6 anos, alguns comportamentos imitativos se fixaram na forma de ser da criança. É a época em que despontam as primeiras tendências de comportamento. Tendência porque a criança pode apresentar um certo comportamento hoje e daqui a uma semana ter outro completamente diferente. Comportamentos que ainda variarão por meio de e novas e importantes experiencias.
Por volta dos 7 anos, começa a despontar a personalidade baseada nas tendências comportamentais que se fixaram. Mas, a personalidade ainda é um pequeno embrião e ainda levará um bom tempo para que se fortaleça.
Por volta dos 11 ou 12 anos, já com uma compreensão maior de si mesmo e dos outros, a criança define certos comportamentos que serão marcantes em sua vida. As tendencias deixam de existir e passam a ser traços de personalidade. Mas, esses traços ainda podem sofrer alterações.
Somente a partir dos 18 anos é que a personalidade se forma completamente. Então,
durará a vida toda.


Fonte:

apontamentos de aula