OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

terça-feira, 30 de outubro de 2018

AS CONDIÇÕES DE TRABALHO no séc XIX

A industrialização expandiu-se no século XIX. E esse desenvolvimento se tornou a marca do “mundo civilizado”, chegando a um nível diferenciado em comparação com os séculos anteriores. O desenvolvimento industrial foi uma verdadeira revolução não só no meio produtivo, mas nos comportamentos, os costumes e na maneira de se encarar a vida. E se por um lado a industrialização trouxe muitos benefícios também trouxe consequências, como:

EVASÃO DO CAMPO


Até o final do século XVIII, 85% da população vivia no campo. Lá a vida era dura. Embora plantassem, o dinheiro era pouco, porque como já vimos, o transporte dos produtos era ruim. 

Transportados por carroças puxadas a cavalos, os produtos alimentícios chegavam às cidades em más condições e muito caros, porque mais da metade dos produtos já estavam estragados.

Os produtores estavam sempre endivi-dados porque recebiam muito pouco. Nas cidades, o custo dos alimentos era escasso, caro e de qualidade ruim. 

Havia fome, na cidade e no campo. Por isso, muita gente que vivia no campo migrava para as cidades. E em pouco tempo, as cidades estavam abarrotadas de gente, que procuravam uma ocupação nas indústrias para sobreviver.

JORNADA DE TRABALHO

Nas indústrias, a jornada de trabalho era dura e desumana. Os chefes de famílias trabalhavam de 12 a 18 horas diárias e seus salários eram baixíssimos. Dessa maneira, os trabalhadores não tinham vida fora do trabalho e continuavam não podendo garantir o sustento e a sobrevivência familiar.

Desse modo, os chefes de famílias permitiram que suas mulheres tralhassem nas indústrias para tentarem ter uma condição de vida um pouco melhor. E elas foram. Faziam o mesmo trabalho que os homens, com a mesma jornada, mas recebiam a metade do salário dos maridos.

ACIDENTES

Muitas mulheres casadas não tinham com quem deixar os filhos. Na época e com essa justificativa, era permitido que elas os levassem para o trabalho porque não haviam leis que regulamentasse o tra-balho e protegesse a classe operária.

Criança é criança, indepen-dente da época em que vivem. E como toda criança, não passavam o dia todo quietas. Elas queriam brincar, correr por entre as máquinas e mexer nelas. Embora a vigilância fosse intensa por parte das mães, bastava um momento de distração, que as crianças aprontavam alguma arte. Muitas se machucavam. 

Alguns acidentes eram leves, outros mais perigosos como perder um dedo, a mão, arrancar os cabelos até a raiz. Algumas outras, perdiam a vida. Nestes casos, os proprietários das fábricas não se responsabilizavam por pequenos ou grandes acidentes que as crianças sofriam, e ainda descontavam dos salários, as horas paradas e gastas no socorro das crianças.

TRABALHO INFANTO-JUVENIL


Para prevenir acidentes, as indústrias passaram a contratar as crianças e adolescentes. A justificativa era a de que trabalhando as famílias poderiam ter mais um dinheirinho com qual contar. E era comum ver-se famílias inteira nas fábricas. 

Os adolescentes recebiam metade do salário das mães e as crianças (dos 9 aos 14 anos) recebiam metade do salário dos irmãos adolescentes para o mesmo trabalho e o mesmo tanto de horas trabalhadas. O dinheiro era pouco, mas ajudava.O trabalho era insalubre, sem cuidados de segurança, pesado e duro.

REGRAS X LEIS


Embora não houvessem leis que regu-lassem o trabalho dos adultos e do traba-lho infanto-juvenil, as fábricas tinham regras. 

Era eram regras rígidas e cada fábrica tinha as suas próprias regras. Por exem-plo: tinham hora de entrada no trabalho, mas variava de acordo com cada proprie-tário. No entanto, não tinham uma hora certa para deixar o trabalho. 
Em muitas indústrias, cada operário tinha uma tare-fa a cumprir e podiam deixar o trabalho depois de cumprí-la. Outras, deixavam os operários trabalharem até a exaustão para liberá-los.Essas regras podiam ser modificadas a qualquer momento, visto que nessa época, não haviam leis que regulamentasse o trabalho ou o direito dos trabalhadores.

FISCALIZAÇÃO DO TRABALHO


Quando a indústria era pequena, normalmente o proprietário fiscalizava seus operários.
Quando era uma fábrica maior, em geral, o proprietário indicava um filho, um parente ou na falta deles, um empregado mais antigo para fiscalizar os demais. Essa fiscalização era mais em relação ao comportamento do que apenas sobre o serviço realizado. 

Na questão do comportamento os operários não podiam deixar o serviço para bater papo, brincar com o colega, tomar um café ou água, comer alguma coisa ou ir ao banheiro mais que duas vezes ao dia. Até olhar para o lado por alguns minutos, olhar pela janela, dar uma volta pelo local de trabalho, reivindicar melhorias do trabalho ou de salário, não podia, porque tudo era proibido.

Mulheres gestantes não tinham folga. Só paravam para dar à luz e tinham apenas um dia de recuperação sem desconto. Do contrário, era considerado falta e descontada do salário. Enquanto isso, os proprietários enriqueciam a olhos vistos.

ASSÉDIO SEXUAL e MORAL


                                       
Muitas crianças de 14 anos ou mais, adolescentes jovens, mulheres solteiras ou casadas eram assediadas sexualmente por seus patrões sob a ameaça da perda do seu emprego ou por promessas de melhoria dos salários. Muitas viviam em extrema pobreza e se sujeitavam acreditando nas promessas feitas. Mas depois, compreendiam que isso não aconteceria.

As que se recusavam eram perseguidas pelos patrões, xingadas e depreciadas em seu trabalho diante de todos colegas. Muitas chegavam a serem espancadas pelos patrões por sua recusa. Na maioria das vezes, este comportamento patronal era usado para servir de exemplo para as outras operárias e para que eles pudessem assediá-las com mais facilidade.

Muitas vezes, a situação ficava tão insuportável, que elas desistiam do emprego sem dar satisfação à ninguém. E mesmo que dissessem o que lhes acontecia, sairiam sem receber seus salários por não haver leis que regularizassem as “indenizações” como existe hoje.

terça-feira, 16 de outubro de 2018

AS MULHERES DO SÉCULO XIX

Até meados do século XIX, as pessoas ainda conservavam os padrões sociais dos séculos anteriores. O objetivo das mulheres continuava sendo o casamento, ter muitos filhos e cuidar da casa e da família. E para isso eram educadas.


As solteironas viviam às custas dos irmãos, mas eram consideradas pessoas “non gratas”. Eram tratadas como um “peso morto”, mas que tinham de suportar. No entanto, as que resolviam se sustentar sozinhas e trabalhar para sobreviverem, eram mal vistas. A estas, restavam duas opções: ser governanta e receber um salário irrisório ou trabalhar nas indústrias e ser a “chacota” de todos, principalmente, de outras mulheres (beneficiadas pelo “casamento”). 


Naquele tempo, mesmo sendo permitido, qualquer trabalho realizado pelas mulheres fora de casa era um “ultraje social”, uma afronta aos costumes e uma quebrava os padrões sociais. O único trabalho feminino reconhecido era o de “dona de casa” e aos homens cabia o trabalho fora de casa.


Se por acaso, uma mulher fosse vista próxima a uma máquina em funcionamento, já era motivo para muitos comentários. Se operasse uma máquina então, logo sentiam os olhares de reprovação, de desdém, ouviam as zombarias e comentários sarcásticos ditos cara a cara ou pelas costas, por outras mulheres. Algumas mulheres, mais inflamadas, incontidas e indignadas com a visão de uma mulher trabalhando, atiravam-lhes ao rosto uma série de insultos, como por exemplo, dizendo-lhes que aquele trabalho era contrário aos “instintos naturais femininos” e que elas eram as culpadas dos homens perderem a admiração pelas mulheres. 

Outro ultraje social era ver uma mulher ganhando um salário (mesmo que irrisório) por trabalhar como enfermeira. Isto porque essa função era exercida pelas esposas gratuitamente. 


Ultrajante também, era saber que as mulheres estavam estudando. Foi um tempo de muita desconfiança, principalmente das mulheres que sabiam ler, escrever e fazer contas. E, por isso, eram alvos de mexericos e ofensas. Essas coisas sempre haviam sido redutos masculinos no consenso geral.

No entanto, muitos pais procuravam ensinar as filhas a ler, escrever e contar ás escondidas. Sabiam que elas precisariam das letras para melhorarem a vida delas e de suas famílias. Esses pais, muitas vezes, não conseguiam diferenciar o “a” do “o”, mas tinham uma visão além de seu tempo e não queriam que suas vivessem ou levassem a vida que sempre levaram.

E o tempo foi passando. As coisas começaram a melhorar para o setor da enfermagem após a segunda metade do século XIX. Nos Estados Unidos, em 1860, FLORENCE NIGHTINGALE trabalhando como enfermeira percebe as contradições que esse trabalho oferecia. Por isso, funda a “Nightingale School of Nursing” (Escola de Enfermagem Nightingale) e regulariza a profissão. 


Foi uma atitude ousada essa de Florence. Mas trouxe uma perspectiva nova para o trabalho feminino. Além desta escola, os Cursos de Enfermagem foram abertos pelo mundo afora. E elas, agora, podiam estudar e exercer a profissão mais abertamente. Mas por que não ir além? Por que não alçar novos voos? Quem sabe talvez... frequentar os cursos de MEDICINA? E para surpresa geral, algumas mulheres se inscreveram no Curso de Medicina. No começo eram poucas, mas muito ousadas. E sofreram muito por tal decisão. 


Os cursos de Medicina (assim como outros cursos) eram essencialmente redutos masculinos. Os professores, vendo uma mulher na turma, davam a elas os piores e os trabalhos mais difíceis com o intuito de provar sua incapacidade, de humilhá-las e fazê-las desistir. 

Durante as aulas, as mulheres não podiam opinar, sugerir ou discordar, sem que ouvissem inúmeros comentários desagradáveis e frases cheias de segundas e terceiras intenções. As menos ofensivas é que “deveriam estar em casa lavando pratos”, “que estudar não era coisa para mulheres”, ou “que as mulheres preferiam e confiavam mais em médicos (homens) do que em médicas”. E muitos outros comentários iguais ou piores que estes, eram ditos por seus colegas e professores.

As resistências eram enormes pela simples presença feminina e que não conseguiam suportar e desistiam. As desistências estimulavam a professores e colegas a serem mais rudes e deseducados com as que ficavam. Poucas chegavam até o final do curso, pela força de vontade, fazendo-se de surdas, aguentando as agressões e os impropérios, marcaram a vida das mulheres do mundo todo com a esperança de novos rumos e mostrando que as mulheres eram capazes de ir mais longe.


Uma dessas poucas mulheres corajosas e audaciosas foi a italiana Maria Montessori, que depois de formada se especializou em deficientes intelectuais (outra ousadia, já que os deficientes intelectuais não tinham a mínima condição de sobreviverem). Montessori fundou uma escola para eles (A CASA DEI BAMBINI) e criou um método especial que, além de ensinar os conteúdos escolares, ensinava também a aquisição de hábitos de higiene pessoal, do ambiente e a autonomia dessas crianças. 

Historiadores contam que, em 1881, no reinado da rainha Vitória, a Grã-Bretanha sediou um Congresso Internacional de Medicina. Vários médicos de renome foram convidados como palestrantes sobre seus estudos e descobertas na área médica. Porém, as inscrições femininas foram proibidas. A justificativa foi, que a rainha e sua corte, não viam com bons olhos o fato de mulheres estudarem Medicina ou exercerem qualquer tipo de profissão.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

O LIBERALISMO DO SÉCULO XIX (1800 a 1900)

Apesar das dificuldades que as pessoas do século XIX viviam, o LIBERLISMO foi o grande marco desse século. O liberalismo foi um movimento iniciado por um grupo de pensadores europeus. Baseados na observação de como os burgueses da Revolução Francesa iam em busca dos seus interesses e de como progrediam na vida. Esses pensadores percebiam nessa busca de um objetivo por meio de suas próprias inciativas ou por seus próprios recursos, Com isso, modificavam o ambiente a sua volta e criavam muitas possibilidades na relação dos homens com o mundo. Os pensadores percebiam uma certa “felicidade” nessa busca e nas suas conquistas.


Os pensadores perceberam que esse comportamento dos burgueses era completamente diferente do comportamento das pessoas de épocas anteriores. As pessoas corriam atrás de seus objetivos e interesses pessoais e não estavam mais submissas às vontades das igrejas ou dos monarcas. Descobriram também que a individualidade de cada um, com seus desejos e interesses diferenciados, trazia uma nova maneira de encarar o mundo.

Era uma ação que envolvia uma certa RAZÃO de ser e de se comportar dessa maneira. E quanto mais buscavam, mais queriam conhecer, melhorar e modificar o mundo. E isto fazia a sociedade local se desenvolver, progredir e melhorar junto. Perceberam que, quanto mais liberdade e igualdade havia, mais queriam que o coletivo melhorasse.

Comparando esse comportamento com o das pessoas de épocas anteriores chegaram à conclusão de que, homens e mulheres, deviam ser livres e iguais. E que os governos deveriam permitir essa igualdade e liberdade em benefício da própria sociedade, já que um mundo de oportunidades se descortinava. No entanto, nem todos pensavam dessa maneira, apesar do senso comum quanto aos valores, a liberdade, a razão, a individualidade e a igualdade.


O liberalismo foi uma ótima oportunidade de desenvolvimento dos povos e das atitudes masculinas mais arrojadas. Porém, essa parcela da sociedade tinha uma grande dificuldade de entender a liberdade feminina, apesar de vê-las de modo diferente: como companheiras de jornada e não mais como um ser submisso. Os homens aceitavam que as mulheres podiam escolher casar ou ficarem solteiras, sem que fossem rebaixadas ou condenadas por isso.

A ala mais conservadora da burguesia passou a ficar incomodada com uma porção de coisas que as mulheres podiam fazer uma porção de coisas que não faziam antes, como estudarem e trabalharem fora de casa. E muitas vezes as mulheres eram recriminadas ou mesmo impedidas de fazer o que desejavam. Diante das liberdades femininas os homens mais conservadores perdiam o rumo e ficavam indecisos sobre o seu papel na sociedade e na família.


E eles pensavam: Se antes o homem eram o provedor da família e agora com elas trabalhando fora, o provedor é quem? Elas ou eles? ou, se perguntavam quem era o chefe familiar: elas ou elas? Quanto a autoridade a quem cada um devia obedecer? E como ficaria se os homens tivessem que obedecer às ordens femininas?

Pois é. O liberalismo deu um nó na cabeça dos homens do século XIX. Os homens temiam que as mulheres passassem a dominá-los  e tomassem os seus privilégios. Em outras palavras estava em jogo o papel do homem e o papel das mulheres numa sociedade ainda muito machista. E houve uma grande e demorada discussão a esse respeito.

Finalmente, concluíram que:
1- Às mulheres cabia o papel de esposas e, consequentemente, da maternidade era ponto indiscutível e definitivo.
2- Homens e mulheres poderiam escolher seus parceiros e as relações sexuais passariam a ser importantes entre o casal.
3- Ter filhos se tornou algo muito importante.

Dessa discussão toda resultaram em consequências que não ajudaram muito às mulheres, tais como: as esposas deviam acatar as ordens dos maridos que permaneciam como chefe familiar. O cuidado com o marido e com os filhos e a educação destes ficava a cargo da mulher. Quanto dessas mulheres estudarem e trabalharem fora, dependeria de um acordo entre o casal. As mulheres estéreis passaram a ser repudiadas. O adultério feminino era desabonador por serem consideradas “complemento do homem”.


Na sociedade, apesar dos direitos que lhes eram conferidos, as mulheres que saíam sozinhas para passearem, davam margem à fofocas e comentários desagradáveis. O voto era indiscutivelmente próprio do comportamento masculino, com a desculpa de as mulheres não entendiam de política. Nas Artes, podiam até aprender e fazê-las como passatempo ou para decorar a casa. Viver de sua arte, não podiam.

Como vimos, poucas coisas mudaram no século XIX. As mulheres cerceadas em muitas coisas e a maioria se acomodou nos novos papéis sociais. Mas algumas se rebelaram.

Destacaram-se na pintura: (usando apenas o sobrenome como forma de driblar a sociedade que permanecia sobre o domínio masculino), porque de outra forma não vendiam seus quadros: HARRIET POWER (1837 a 1910), EUA, especializada em retratando os escravos africanos de seu país, em aquarela; BERTHE MORISOT (1941 a 1895) – FRANÇA - pintura a óleo; EVELIN B. LONGNAN (1845 a 1890), EUA – pintura a óleo; MARY CASSAT (1845 a 1926), esposa de Degás – pintura a óleo; TINA BLAU (1847 a 1916) – ÁUSTRIA - pintura a óleo; ELISABETH T. BUTLER (1848 a 1920) -  INGLATERRA - pintura a óleo; OLGA LAGODA SHISHKIN (1850 a 1881) -  RÚSSIA - pintura a óleo; HERMINE von PREUSCHEN (1854 a 1919) – ALEMANHA - pintura a óleo; MARY E. DIGMAN (1857 a 1938) - CANADÁ - pintura a óleo; LOUISE ABLEMA (1858 a * ) - FRANÇA - pintura a óleo e aquarela; CAMILLE CLAUDEL (1863 a 1943) -  FRANÇA - pintura a óleo; LOUISE DE HEM (1866 A 1922) – BÉLGICA - pintura a óleo; dentre outra.

Na fotografia destaque para: JULIA MARGARET CAMERON (1815 a 1879) – EUA. Na escultura, destaque para: HARRIET HOSNER (1830 A 1908) – NORUEGA; BEATRIZ POTTER (1866 a1943) – EUA; ADÉLIA JONHSON (1895 a 1941) – EUA, dentre outras. Na moda, a estilista ROSA BONHEUR (1822 A 1899) – FRANÇA é o destaque.