OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

sexta-feira, 23 de março de 2018

A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA MEDIEVAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Para entender como os padres da Idade Média pensavam e agiam é preciso que se saiba como o clero era organizado, sua influência na sociedade e as consequências disso tudo. Então, vamos lá.

A volta ao campo, o aumento da população de fiéis e o aumento de pessoas que queriam ingressar na vida religiosa com medo do inferno fizeram com que a Igreja se organizasse.

A presença dos padres nos feudos

Apesar de ainda apresentar uma estrutura simples, os fiéis de cada região escolhiam um bispo para dirigir todas as Igrejas da região (conhecida como diocese) e várias dioceses eram administradas pelos arcebispos e ambos obedeciam diretamente ao Papa. que comandava tudo e a todos, dentro ou fora da Igreja. Já os padres ficavam responsáveis por dirigir as paróquias (como um pequeno distrito) e pelo ensino da religião, pelas cerimônias religiosas e dar assistência á população. A parte administrativa ficava a cargo dos diáconos (aspirantes a padre).

A fé dominava a vida do homem medieval e determinava todos os seus atos do dia a dia. Os padrões morais e éticos eram vistos como exclusividade dos cristãos. E para que a população aplicasse esses padrões, os padres alimentavam o medo do castigo que os pecadores viriam a sofrer depois da morte no inferno e com muito tormentos. O medo do inferno agindo sobre a imaginação das pessoas, servia como forma de controle sobre as atitudes imorais e, impedia que os fiéis “pecassem”. Por medo, muita gente procurava a vida religiosa, mesmo sem ter vocação. Portanto, como a demanda era enorme, começarem a surgir várias ordens religiosas na Europa.

A vida nos mosteiros

Para abrigar toda essa demanda de novos religiosos foram construídos os primeiros mosteiros. Mas a vida lá dentro não era nada fácil. Haviam muitos períodos de oração e de aprendizado dos dogmas e de trabalho duro: de construção ou ampliação dos mosteiros, da higiene do local, do cuidado com os doentes, socorro a população mais pobre, o ensino da religião, as cerimônias religiosas e eclesiásticas, o cuidado dos animais e o plantio de subsistência. Tudo com regras rígidas que deveriam ser cumpridas a risca. Muitas dessas ordens religiosas optaram pelos votos de pobreza, de obediência e de castidade em separado ou todos ao mesmo tempo.

Além do controle sobre os sobre os monges, padres, paróquias e dioceses, competia à Igreja, era de sua competência a administração da justiça sobre os casos em que seus membros e civis da região estivessem envolvidos. E esses julgamentos eram baseados no Direito Canônico, cujas leis eram muito severas.

O Papa e assessores

Assim, a Igreja foi ficando cada vez mais rica. Fosse pela cobrança do dízimo, por donativos ofertados pelos senhores feudais ou por soberanos convertidos, vendendo indulgências que prometiam amenizar os martírios dos pecadores ou por monges e bispos que se tornaram senhores feudais, enquanto os pobres ficavam cada vez mais pobres. E também ficava cada vez mais poderosa. O poder da Igreja era quase ilimitado. Tanto que chegou a instituir uma norma, conhecida como a “TRÉGUA DE DEUS”, que proibia qualquer tipo de combate em determinados dias do mês e nas principais datas religiosas.

A vida cotidiana da população era impregnada de pequenos rituais religiosos. Se alguém ficasse doente, houvesse uma epidemia ou ocorresse uma catástrofe a culpa era do demônio e resolvidas com exorcismos, sinais da cruz e outros rituais e símbolos católicos.
A importância da Igreja na vida do povo medieval

E o poder da Igreja só aumentava. Além do poder espiritual e dos julgamentos, em quase toda a Europa, a Igreja também tinha o poder político. Nenhum rei ou rainha era coroado ou se casava sem o aval da Igreja. E foi mais longe ainda.
Com a justificativa de que precisavam salvar os pagãos do inferno, a Igreja decretou as chamadas “Guerras Santas” e a mais famosa delas foram as “Cruzadas”. Por causa da dependência com a Igreja, muitos soberanos, nobres e senhores feudais apoiaram essas guerras enviando dinheiro (ouro e outros metais preciosos), com suas guardas e que foram formados muitos exércitos. No entanto, nessas guerras fez com que os novos interesses econômicos e sociais fossem maiores que os interesses religiosos.

Quanto mais rica a Igreja ficava, mais jovens ricos se interessavam em entrar na vida religiosa. Não porque tivessem vocação, mas porque enxergavam uma possibilidade de enriquecerem ainda mais ás custas dos donativos e tributos pagos pelos camponeses, comerciantes e artesãos à Igreja.

Só os padres podiam ler e escrever

Outro poder importante que a Igreja medieval detinha era o controle do saber. Ou seja, somente os padres, bispos, abades e monges podiam saber ler e escrever. Muitos padres escreveram pergaminhos, cartas, livros e formaram grandes bibliotecas. Porém, os padres mais pobres e que, embora não soubessem ler, mas tinham habilidade para a escrita, tornavam-se copistas (ou copiadores) dos livros dos padres autores.

Naquela época, homens e mulheres viviam num mundo pequeno, não só geograficamente, mas principalmente, na parte intelectual. As notícias sobre outros lugares, sobre outros povos e seus costumes eram demoradas, esparsas e contraditórias. Por exemplo, ninguém sabia que o continente americano existia, por isso, não apareciam nos mapas.

Os mercadores

Os mercadores viajantes que traziam informações desses lugares, tinham suas informações censuradas pela Igreja e só permitia a divulgação das informações que interessavam a ela, como por exemplo, as riquezas de um determinado lugar ou das práticas pagãs dos povos visitados. Por que? Com segundas intenções: continuar com as Guerras Santas e, como desculpa, a “salvação” dos infiéis.

Martinho Lutero e a Reforma Protestante

Mas, por outro lado, a Igreja passou a sofrer alguns ataques. Reis, príncipes e senhores feudais passaram a discordar das atitudes da Igreja, dos Papas ou de seus comandados. Mas no fim, a Igreja sempre terminava como vencedora. E foi assim até o século XVI, quando Martinho Lutero organizou a Reforma Protestante.

As Guerras Santas

Um outro conflito veio atrapalhar os planos da Igreja e abalar seu prestígio. As Guerras Santas custavam muito caro para a Igreja. E a Igreja já havia gasto o que tinha ganho e o que não tinha também. Também não podia mais contar com a ajuda dos reis, príncipes e senhores feudais que andavam descontentes e discordando das atitudes Papal. Só lhe restava pedir emprestado para os banqueiros. E isso foi feito. Recebeu o empréstimo, mas não tinha como pagar a dívida contraída, pois os gastos com as Guerras e o luxo com que os padres viviam era grande.

Naquela época, um empréstimo era entendido como a venda do tempo (prazo) para a quitação da dívida. Assim, quanto mais tempo levavam para quitar a dívida contraída, mais cara essa dívida ficava. Dessa maneira, as dívidas contraídas pela Igreja foram ficando astronômicas. Mais uma vez, a Igreja quis dar uma contornada na situação, mas... do seu jeito.

Os banqueiros medievais

A desculpa foi a revisão nos dogmas (as leis) que regiam a religião. E sabe-se lá onde, os arcebispos e bispos encontraram alguma coisa a ver com “pecado mortal”. E para o povo da época, pecar era a coisa mais terrível que havia por causa do inferno. Assim, o medo foi, novamente, a solução encontrada pela Igreja, que passou a divulgando que a “usura” (ganância) era um “pecado mortal”.

A Igreja esperava que os banqueiros, diante desta notícia, se arrependessem de cobrar a dívida e oferecessem-na como doação aos pobres ou á própria Igreja, aliviando os seus pecados. Mas não foi isso o que aconteceu. E a Igreja caiu do pedestal onde ela mesma se colocara.

quinta-feira, 8 de março de 2018

A MULHER NA IDADE MÉDIA

A Idade Média foi um período muito longo de 22 séculos, indo dos anos 800 a.C a 1500 d.C. Para organizar os eventos corridos nesse tempo, os historiadores dividiram a Idade Média em três grandes períodos: Idade Média Arcaica, a Alta Idade Média (séc V d.C ao século XIII) e a Baixa Idade Média ou Idade Média TARDIA (do século XIII a XV).

IDADE MÉDIA ARCAICA (800 a.C a 600 d.C)

A vida das mulheres durante os primeiros 14 séculos da Idade Média Arcaica não mudou quase nada da idade antiga. As mulheres continuavam sem instrução, sem poder ansiar por cargos de mandos e não participavam da política local. Continuavam não sendo cidadãs, propriedade dos pais e depois, dos maridos. Mas continuavam cuidando da casa e de todas as tarefas domésticas, dos filhos e do marido. 

Por isso, não se conhecem mulheres que se projetaram na vida pública ou na vida social. No entanto, no período de ano 69 a 30 a.C, uma mulher se destacou pela sua importância na vida e no destino do Egito: Cleópatra VI, a rainha do Egito. Antes dela, outras cinco Cleópatras existiram, mas ninguém soube de suas existências.

Seu nome era Cléopatra Tea Filopátor, cujo significado é “aquela que faz o pai feliz”. Cleópatra era filha do rei egípcio Ptolomeu II, que fez questão que ela fosse muito bem educada e instruída, sabia e dominava 12 idiomas estrangeiros em sua época. Com a morte do pai e por um costume egípcio, Cleópatra, casa-se aos 15 anos com seu irmão mais velho, Ptolomeu XIII. Pouco depois, o marido foi assassinado pelo irmão Ptolomeu XIV, que também queria ser rei. Cleópatra se casou com ele também pela mesma razão: manter o trono. Reinaram juntos por algum tempo. Supõem-se que ela o tenha envenenado para reinar sozinha. Como rainha, foi hábil estrategista, diplomata e administradora das questões do reino. Seu governo foi próspero até a invasão dos Romanos.

Nessa invasão, conhece e apaixona-se por Marco Antônio, o general romano que comandou a invasão. Sem poder ficar com ele e para não ser transformada em escrava (atitude comum entre os romanos), suicida-se com picadas de uma serpente (naja) muito venenosa.

A SOCIEDADE FEUDAL

Durante esta primeira fase da Idade Média, o trabalho migrou das cidades para o campo. E por volta dos anos 800 a.C surgem os feudos, uma estrutura política para garantir a ocupação do território e segurança do reino. Possuir um feudo era sinônimo de poder econômico e de prestígio social e político. Portanto, eram comuns as batalhas entre nobres pela conquista de um feudo.


Os feudos eram grandes propriedades de terras distribuídas a senhores de posses, nobres locais ou generais que destacavam nas guerras em troca de serviços (impostos, apoio político (lealdade) e serviços militares (segurança) contra possíveis inimigos ou invasores.

Cena do filme Hobin Hood.

Nessa época, Igreja decidiu acompanhar o movimento de volta para o campo. E enquanto a sociedade feudal se organizava com suas bases militares, a função da Igreja era a de manter a ordem e a paz.

AS MULHERES NESSA SOCIEDADE

A sociedade feudal era extremamente patriarcal, ou seja, dominada pelos homens e, principalmente pela Igreja Católica. Se a vida das mulheres na Antiguidade e nos séculos iniciais da Idade Média eram difíceis, com o cristianismo ficou ainda pior.


As mulheres se tornaram cada vez mais invisíveis. Eram menosprezadas em suas necessidades e desrespeitadas como pessoas. Só para exemplificar: enquanto os homens tinham plena liberdade para circular por todas as dependências dos castelos e pelos arredores dos feudos, as mulheres eram obrigadas a circular e permanecer em áreas restritas e (seus quartos e algumas áreas privativas) ou circular apenas dentro da casa de seus pais ou dos conventos.


Enquanto os maridos e filhos mais velhos ficavam aquartelados no castelo e suas fortificações (pois a destreza no manuseio das armas e a valentia nas batalhas ou nas estratégias de guerra, eram consideradas grandes virtudes) cabia às mulheres pobres o trabalho no roçado, nos moinhos, no estábulo, no celeiro ou na feira, vendendo o que era produzido para sustentar a família. Outras, conseguiam trabalhar como servas no castelo


O CLERO








Tudo era muito simples. Os padres não tinham formação religiosa. Bastava se converterem ao Cristianismo, saberem um pouco da religião e peregrinar ensinando o que aprenderam, converterem os pagãos, dar assistência á população pobre e realizar casamentos. E eram respeitados pela população.