OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

sábado, 18 de abril de 2020

A NOSSA EDUCAÇÃO NA DÉCADA DE 1950.


Os anos de 1950 a 60 foram de preocupação e de desenvolvimento da Educação no Brasil. 
Juscelino Kubstcheck de Oliveira

Nesta época, o mais importante é que voltaram a se debater sobre a Educação no país. Mas não era assim tão fácil. Tinha de um lado, os educadores militantes da Escola Nova e defensores da escola privada, que queriam e defendiam as escolas particulares que tinham um ensino de qualidade e o direito das famílias poderem escolher o melhor ensino para seus filhos. Do outro lado, estavam os bispos da Igreja Católica que defendiam a escola pública de qualidade e acusavam essa militância de extremistas, solicitando constantemente ao Governo Federal de JK (Juscelino Kubstcheck de Oliveira) que os demitisse da Coordenação do Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP) o que gerou uma série de protestos evitando a demissão de inúmeros cientistas e professores por todo o país. 


Essa discussão toda trouxe frutos positivos através de experiências e ensaios escolares exitosos, singulares e inspiradores em todos os níveis de ensino e por todo o país. Era verdadeiramente a busca da qualidade do ensino baseada nas propostas do Manifesto dos Pioneiros estabelecido nos anos de 1920 a 30 e defendida pela Escola Nova de 1932. Se dúvida alguma, essas experiências trouxeram uma renovação das práticas educativas. 

Vejamos algumas dessas experiências: 

1- Na cidade de Salvador, em 1950, a criação do Centro Educacional Carneiro Ribeiro (conhecido como Escola Parque), idealizada por Anísio Teixeira e se tratava de uma escola pública de qualidade. Essa escola chegou a ser visitada por representantes da UNESCO, que ficaram impressionados com o trabalho desenvolvido. 

Anísio Teixeira

2- Ainda sob p comando de Anísio Teixeira (diretor do INEP), a criação do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais (CBPE), no Rio de Janeiro (Distrito Federal), em 1955, contando com a parceria da UNESCO com o MEC-INEP. Essa parceria visava a produção de pesquisas educacionais para a modernização do sistema público de ensino e, principalmente, para o curso de formação de professores. O CBPE era formado por centros regionais com núcleos em Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte, Salvador e Recife. 

3- Autorizado pelo MEC, em 1959, o professor Luís Contier criou um ensaio educacional fundamental inspirado nas “classes nouvelles francesas”: as “classes secundárias experimentais” que levava professores brasileiros para fazer estágios no Centro Pedagógico de Sévres. Esse experimento propunha inspirar os professores do ensino secundário a praticar as “inovadoras práticas francesas” em detrimento da história educativa brasileira. 

Paulo Freire

4- No final dos anos 50, surge Paulo Freire, com um trabalho criativo e politizado na Educação de Adultos. No final do Governo de João Goulart ( Jango), Paulo Freire assume a coordenação do “Plano Nacional de Alfabetização”. Já na década de 1960, Freire se torna numa referência brasileira e mundial da “Educação Libertadora”.

fonte de imagens

https://static.todamateria.com.br/upload/im/ag/image6-0-cke.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/db/An%C3%ADsioTeixeira.jpg
https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/21240251-7879ca/materia/Paulo_Freire.jpg



terça-feira, 7 de abril de 2020

OS ANOS DE 1940 E A EDUCAÇÃO BRASILEIRA

O Estado Novo se estabilizou no início da década de 40 devido ao populismo de Vargas, a intensa repressão e da política de conciliação entre as classes. Foi um período em que as atenções do governo estiveram voltadas para a Educação, e com os olhares voltados para a educação primária e secundária. Já o ensino superior não teve a menor atenção. 



Em 1942, os políticos acharam que precisava de uma nova reforma educacional e fizeram a “Reforma Capanema”. Esta reforma estava repleta de ideais nazifascista, com ideologia voltada para o patriotismo e o nacionalismo nos moldes da Alemanha e da Itália, que antecediam a segunda guerra mundial. E, para difundir essas ideologias? Nada melhor do que as escolas secundárias. Ministrariam aulas de moral e civismo e de educação militar para os alunos do sexo masculino, onde aprenderiam a ter “ordem e disciplina”. 

Como o ensino secundário era o mais visado, precisavam de uma boa estruturação. E propunham o seguinte: deveria ser feito em 2 ciclos: o primeiro de 4 anos (que correspondiam ao ginasial) e o segundo, de 3 anos (correspondendo ao colegial, hoje o Ensino Médio). Este com duas opções: o “clássico” (com caráter humanístico, enciclopédico e aristocrático) e o “científico” (voltado para as áreas industrial e comercial). Os cursos científico-industrial era estruturado sob a forma de dois ciclos: a) “cursos industriais básicos” dados pelas escolas industriais e que com objetivo de formar artífices especializados. b) “cursos comerciais”, com duração de três anos, com objetivo de formação de técnicos especializados e ministrados por escolas técnicas. Era, sem dúvida, cursos que preparavam para o trabalho.

no serviço hoteleiro

Os idealizadores dessa reforma planejavam ainda cursos de formação e preparo de professores e administradores a nível superior. O primeiro, realizado em dois anos e estágio correspondente aos cursos industriais básicos. O segundo em cursos de um ano em cursos pedagógicos. A reforma ainda estabelecia a denominação de “escolas artesanais” mantidas pelos estados

no serviço industrial

A reforma Capanema pretendia que cursos secundários fossem tão rigorosos e inflexíveis para preparar os alunos para o ingresso aos cursos superiores de cada setor. Mas na realidade apenas o ensino secundário do setor comercial é que foi executado através da Lei Orgânica do Ensino Comercial (Decreto-Lei nº 6141 de 28 de dezembro de 1943. 
no comércio
O que se pode perceber é que as reformas educacionais que foram propostas, até este momento, nenhuma delas apresentava mudanças essenciais. Da mesma forma a Reforma Capanema apenas reafirmou alguns pontos da reforma anterior (de Francisco Campos) mas também foi um recuo a alguns princípios propostos pelo Manifesto dos Pioneiros. 

Em 1945, Getúlio Vargas é derrubado do poder e o Brasil passa por um período democrático, com eleições livres que colocam no poder, como Presidente da República, o General Eurico Gaspar Dutra.

Getúlio Vargas em seu discurso de renúncia, em 1946

Foi neste período que o ensino primário não tinha uma boa reestruturação, já que a última havia sido em 1827, com a reforma de Cunha Barbosa. E foi no governo de Eurico Gaspar Dutra que, através do decreto-lei, conhecido como Lei Orgânica do Ensino Primário, que "renovava" os princípios estabelecidos pelos pioneiros no seu manifesto de 1932. Outro ensino que recebeu uma atenção especial foi o Ensino Normal para a formação de professores (que até então, era responsabilidade dos Estados) passa a ser centralizado através da Lei Orgânica do Ensino Normal. 

O ensino Brasileiro ganha o ensino profissional: o SENAC - Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial - criado pelo decreto-lei no 8621, de 10 de janeiro de 1946, cuja estrutura era semelhante a do SENAI. Porém, o decreto-lei nº 8622, de 10 de janeiro de 1946, obrigavam as empresas comerciais a empregar menores e matriculá-los nas escolas de aprendizagem do SENAC. 
SENAI
SENAC - o logo mais antigo que achei.


No entanto, foi por intermédio do Ministro da Educação a época, Clemente Mariani, que propôs as reformas mais profundas da História da Educação Brasileira. Mariani constituiu uma comissão formada por educadores que deveria propunham um projeto para uma reforma geral na Educação do país. 

Lourenço Filho - 1928

E essa equipe foi presidida por Lourenço Filho, apresenta em 1948 um anteprojeto para à votação na Câmara e no Senado, sendo que, somente em 1961 (13 anos depois) é transformado em lei.