OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

OS ADOLESCENTES E O SEXO



O ingresso na vida sexual ativa sempre foi, é e continuará sendo um processo delicado e complicado em qualquer geração. Com relação aos adolescentes a pressão é grande, o que os deixa ainda mais confusos, angustiados e curiosos.

Até bem pouco tempo atrás, os jovens reclamavam que havia falta de informações sobre sexo. Hoje os jovens obtêm facilmente todas as informações necessárias, seja na escola, em revistas, em programas de televisão ou na Internet. Mas, tanta informação pode ser mais um risco do que uma ajuda.

De tanto ouvirem falar em sexo, muitos jovens podem acreditar que, pelo simples fato de terem crescido precisam ter relações sexuais. Esta falsa ideia os assusta, os divide e os angustia. Mas, ainda assim, muitos adolescentes acabam tomando uma decisão precipitada e arcando com as responsabilidades advindas desse ato.

Dados da UNESCO revelam que, apesar de tanta informação, os jovens têm ingressado na atividade sexual cada vez mais cedo e o número de nascimento de bebês, cujas mães são adolescentes, continua numa escalada vertiginosa (mais de um milhão, só no Brasil). Isto porque, ainda não estão suficientemente amadurecidos para tomarem uma decisão tão importante.

Além da informação e do amadurecimento, falta os empecilhos sociais que as gerações anteriores enfrentaram. Tudo está escancarado e livre demais. E curiosos a respeito da vida amorosa e do sexo e, desejosos de experimentar novas sensações, acabam por ceder a esses desejos.

O namoro tradicional exige compromisso, fidelidade e responsabilidade. Seguir as etapas desse compromisso (namorar, noivar e casar) para praticar o que sabiam por informações, leva um tempo demasiado longo para que possam matar a curiosidade.

Dessa maneira, os jovens desenvolveram uma estratégia para beijar e abraçar mais audaciosamente e sem que o compromisso seja firmado. Essa estratégia é o “ficar”.

Os “ficantes” escolhem o parceiro (conhecido ou não) e, juntos, experimentam sensações que antes só ouviam falar. Para muitos desses jovens, o “ficar” termina com a relação sexual. Depois, cada um segue seu rumo e sem compromisso algum para nenhuma das partes. A consequência desse ato de curiosidade pode ser uma gravidez inesperada.

Por isso, é necessário que os pais orientem os filhos em cada etapa do desenvolvimento sexual dos filhos. Uma orientação que vai além da informação do que é o sexo e a relação sexual. Mas, uma orientação que fale também de comportamento, valores, consequências dessa tomada de decisão. Mas esta orientação não precisa ser em tom de ameaças ou de broncas. Os adolescentes detestam broncas e, em especial, broncas sobre sexo.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

MASTURBAÇÃO


Segundo os dicionários, “a masturbação é um vício solitário que busca o orgasmo através do estímulo manual do órgão sexual e que pode ser praticado por homens e mulheres” (dicionário virtual). Mas, este é um conceito arcaico e preconceituoso.

Se observarmos um bebê, percebemos que levam as mãos e objetos à boca. E fazem isto sem qualquer conhecimento do que seja “orgasmo”. Fazem porque a boca é uma zona que proporciona um enorme prazer. E este ato é uma “forma rudimentar de masturbação”, já que ela é uma zona erógena primária. Mais tarde, entre 1 a 3 anos, podemos observar ereções penianas durante o sono ou quando os órgãos genitais são tocados nas trocas das fraldas ou durante o banho. Já por volta dos 3 ou 4 anos, podemos observar que durante as brincadeiras, as crianças disfarçam e manipulam os órgãos genitais.

Na puberdade e na adolescência, por causa do amadurecimento dos órgãos sexuais, um leve roçar provoca uma sensação prazerosa e que desperta a curiosidade. A repetição do “roçar” faz com que os púberes e adolescentes descubram e aprendam técnicas de tornar esse prazer mais duradouro. E com isto, ensaiam a relação sexual dos adultos. Mais tarde, aprendem a obter o prazer na relação com um(a) parceiro (a) através do coito. Mesmo assim, a masturbação ainda está presente como forma de regular o desejo sexual. Na velhice, é costumeira e saudável.

Como vimos, a masturbação é um comportamento normal e que acontece em todas as idades servindo como fonte de autogratificação sexual e de liberação de tensões provocadas pelo desejo sexual.

A masturbação vem cercada de fantasias. Nas crianças, as fantasias surgem pela curiosidade em saber o que os pais fazem ao fecharem a porta do quarto. Na puberdade e na adolescência, as fantasias são simulações do ato sexual com a namorada, com uma paquera ou com um astro da televisão ou do cinema. São essas fantasias que determinam a variedade do tema, dos participantes envolvidos e do número de ocorrências.

PRECONCEITOS, CRENÇAS E MITOS


Há séculos a masturbação tem sido vista com muito preconceito e como algo ultrajante e vergonhoso. Crenças religiosas viam na masturbação um pecado grave contra Deus. Isto porque para a maioria das religiões a finalidade do ato sexual é a procriação. No caso específico da masturbação, o pecado estaria ligado ao desperdício do sêmen ou esperma.


Muitos mitos também estão envolvidos. Como por exemplo, de que a pessoa que se masturba fica louca, passa a sofrer de esquizofrenia, tem epilepsia, que há um crescimento anormal de pelo nas mãos, de que o sexo gasta e outros tantos por aí a fora. Mas, nada disto é verdade. Nada disto acontece.


COMO OS PAIS DEVEM PROCEDER EM QUALQUER IDADE

1- NÃO FAÇA ESCÂNDALO, NEM DRAMAS AO SURPREENDER SEU FILHO (A) NESSE ATO – a masturbação faz parte do desenvolvimento sexual, portanto, é um comportamento normal. Está presente em todas as gerações, em todas as idades e em todas as partes do mundo. Escândalos e dramas fazem com que a criança ou adolescente fique envergonhado, o que pode impedir um desenvolvimento sexual normal

2-  BRIGAS, ESPANCAMENTOS E XINGAMENTOS não resolvem, ao contrário, só trazem problemas para o desenvolvimento sexual da criança e do adolescente. Uma dessas consequências é a agressividade. No caso das meninas, os escândalos, dramas, brigas, espancamentos e xingamentos são mais frequentes e só servem para inibir o desenvolvimento sexual e tornando-as passivas e submissas. Pais que agem dessa maneira acreditam que assim podem impedir que suas filhas iniciem na vida sexual e engravidem precocemente.

3-  ORIENTE SEU FILHO - sobre o que é isso, porque acontece e para que serve. Explique ainda que esse ato está sujeito á normas sociais, portanto, não deve ser realizado na presença de outras pessoas e indique o lugar mais adequado para essa prática.

4-  RESPEITE as necessidades do desenvolvimento do seu filho (a), mas, exponha (com clareza e sem imposição) suas crenças religiosas e deixe que ele (a) decida o que fazer.

5- EXPLIQUE QUE TODO EXAGERO TRAZ CONSEQUÊNCIAS. A função da masturbação é a de liberar tensões expressas pelo desejo sexual, por isso, depois de praticada uma vez, o desejo passa. Mas, que ele volta num outro dia. Sexo não gasta, nem diminui, nem enfraquece.

6-  ENSINE OS HÁBITOS DE HIGIENE RELACIONADOS – lavar as mãos antes e depois. Antes, para evitar irritações e infecções nas áreas genitais.

7-    EVITE PROPAGAR OS MITOS

Fonte:

sábado, 10 de novembro de 2012

O DESENVOLVIMENTO SEXUAL: do nascimento à velhice.


Nas primeiras postagens deste blog afirmamos que a sexualidade existe nos seres humanos desde o momento de nossa concepção quando nos definimos como homens ou mulheres. Porém, após o nascimento, se torna realidade visível. E deve ser desenvolvida da mesma maneira que o físico, o andar, a fala, a inteligência etc porque a sexualidade nos acompanhará até a morte. O sexo, como prática de relação entre duas pessoas, é parte do processo de desenvolvimento da sexualidade e, portanto, depende de maturidade física, psicológica e emocional.

Para que os pais (e outros responsáveis) possam orientar os filhos é preciso que compreendam como se dá esse desenvolvimento.

1ª ETAPA: Após o nascimento, o recém-nascido precisa se alimentar. Colocado ao peito, ele procura avidamente o seio. Usa para isso a boca. Isto porque, nesta época, a boca é a região mais sensível. Ao encontrar o seio materno, a criança sente um prazer incrível. Ao sugar o leite, além de saciar a fome, o prazer se prolonga. Freud definiu esta etapa como “fase oral da sexualidade”. Aos poucos, essa região vai perdendo força de prazer e gozo e se torna neutra.

2ª ETAPA: Por volta dos dois anos de idade, a zona sensível muda de lugar. Até então, defecar era uma ação meramente física e sem que a criança o percebesse. Podemos dizer que era uma ação inconsciente. Mas, ao defecar pela primeira vez no peniquinho, o prazer volta. Defecar se torna importante, pois a criança entende que as fezes é uma produção sua, independente dos adultos que a amparam em tudo ou quase tudo. É a época da retirada das fraldas, porque o ânus passa a ser a zona sensível e prazerosa. Freud a denomina de “fase anal”. É uma fase importante, que deve ser passada sem traumas e bloqueios, pois dela depende e muito do como a criança entenderá as produções que faz na vida.

3ª ETAPA: Dos 3 aos seis anos, assim como aconteceu com a boca, a sensibilidade anal perde força. A criança entra numa fase que Freud a chamou de “latência”. É uma fase neutra, sem grandes sensibilidades desse tipo. Isto porque a criança entra numa fase de descoberta do próprio corpo e de situar como pessoa no mundo. Nesta fase, a observação do seu próprio corpo é muito prazerosa. Aprende a conhecer as possibilidades de seu corpo como correr, pular, saltar, dançar, subir em árvores, escadas, muros etc. É uma fase de inquietação, de agitação, na qual parece nunca se cansar.

Mas, também é uma fase de muita curiosidade. E chega um tempo em que observar somente o seu próprio corpo não é mais suficiente e a criança necessita observar o corpo do “outro”. E é assim, por meio da curiosidade e da observação que meninos e meninas se descobrem como seres diferentes. E nisto não maldade, nem intenções imorais. Apenas, curiosidade e descobertas. Por isso, não há necessidade de escândalos. Trate de maneira natural e chame a criança, mostrando algo mais interessante. Broncas, gritos, tapas nesta época só trazem traumas e bloqueios que levarão para a vida toda.

4ªETAPA: Dos 6 aos 10 ou 11 anos.  As manipulações e apalpações da região genital podem acontecer.  Elas anunciam que uma nova área sensível e prazerosa está se instalando. É a “fase genital” descrita por Freud e que permanecerá por toda a vida. Esta fase é importante porque meninos e meninas passam a assumir a identidade de homens e mulheres.
 

5ª ETAPA: Dos 11 ou 12 anos, começa uma época de transformações físicas, psicológicas e emocionais. È a “puberdade”, já especificada em outras postagens deste blog.

6ª ETAPA: dos 15 aos 21 anos mais ou menos. Época da maturidade dos órgãos sexuais, de curiosidades e da experimentação do ato sexual. E dura a vida inteira. É uma época de impulsividade e de certos exageros.

7ª ETAPA: Juventude. Época do refinamento sexual, da escolha de um parceiro fixo com quem irá compartilhar o restante da vida.

8ª ETAPA: Idade adulta. As relações sexuais têm como objetivo a procriação.

9ª  ETAPA: Maturidade. As relações sexuais são mais conscientes, Visam o melhor entrosamento entre os parceiros.

10ª ETAPA: Velhice. As relações sexuais se transformam. O ato sexual é mais raro ou sublimado. No entanto, os parceiros encontram outras formas de fazer carícias, de encontrar prazer nos pequenos gestos e no olhar, no companheirismo e no respeito ao outro. Esta é uma  das  fases mais belas entre homens e mulheres.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

OS PAIS E A ORIENTAÇÃO SEXUAL DOS FILHOS

Como já vimos, a adolescência é uma fase de mudanças físicas, emocionais e comportamentais. É uma fase de conflitos internos e externos. É uma fase de muita curiosidade também.

Muitos pais se julgam modernos e abertos porque falam de política, de religião, sobre a escola e de assuntos diversos da vida com seus filhos. Mas, quando a conversa entra no campo do sexo e do namoro, eles se calam ou desconversam.

Falar sobre sexo e sobre o namoro deveria ser tão natural quanto falar sobre qualquer outro assunto. Mas, infelizmente, não é. Esses temas ainda encabeçam a lista dos assuntos proibidos em grande parte das famílias brasileiras.

“Tenho vergonha” dizem as mães. “É tarefa das mães”, dizem os pais. “É melhor deixar para a escola, afinal, eles sabem como falar”, dizem ambos. “Ainda é muito cedo. Aprenderão com o tempo”, dizem alguns pais. “Oriento sempre”, raramente dizem.

Analisemos rapidamente essas colocações. Em primeiro lugar, a orientação sexual deve iniciar cedo e é tarefa de pai e mãe e não deve ser delegada a terceiros. 

Deixar para a escola parece ser uma boa, mas não é. Com certeza, terão uma orientação mais “científica” e com “obrigatoriedades”. Por serem mais científicas são mais corretas e como fazem parte de uma disciplina são cobradas como outras obrigações escolares: provas, notas, exames, aprovações e retenções. Quem gosta de ser orientado para a vida e para as relações dessa maneira?

Os adolescentes não gostam. Apenas, toleram. Essa tolerância tem a ver com três coisas: a impessoalidade, a vergonha e o medo. Como disciplina escolar é passada da mesma forma para todos igualmente, pois, consta de um programa e tem um texto no livro. Embora estejam curiosos sobre o assunto, não perguntam por vergonha e medo que seus colegas de turma os considerem “babacas” e “ignorantes” no assunto. Temem as gozações, fofoquinhas e más interpretações do que dizem.

Fazer o filho (a) assistir a programas onde médicos discursam sobre doenças é bom para conhecimento dos adultos, mas não para orientação de jovens. Isto porque o tempo disponível é curto demais e as informações são as essenciais, mas sucintas. Isto pode provocar mais dúvidas e incertezas do que respostas e certezas, o que pode levar a novos medos. E é muito mais impessoal que as obtidas na escola.

Para os adolescentes, só restam os amigos. Eles estão no mesmo “barco” e o que sabem, é porque ouviram dizer, porque ouviram parte de “conversas sussurradas” dos adultos, por pesquisas em revistas ou sites duvidosos e resultado de suas próprias experiências. São, portanto, pouco confiáveis. No entanto, é o que possuem no momento.

E quando algo acontece, os pais são os primeiros a culpar a irresponsabilidade dos filhos. 


PARA PENSAR E AGIR:

A adolescência é uma época em que o diálogo, a sinceridade e a empatia devem ser uma constante.