OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

sexta-feira, 29 de março de 2019

O CENÁRIO MUNDIAL DE 1930



Enquanto as mulheres se tornavam cada vez mais femininas, por conta dos discursos médicos da Frenologia, o mundo fervilhava. 

Desde 1929, os EUA viviam um período de crise econômica, iniciada com a Grande Depressão. A fragorosa queda da bolsa de valores dessa época foi considerada a “pior crise econômica” vivenciada por esse país. 



Os esportes, a vida ao ar livre e os banhos de sol foram descobertos nos anos 30, como benéficos para a saúde. Os mais ricos procuravam os lugares a beira-mar para passarem as férias e os banhos de mar começavam a ser incentivados como saudáveis pela medicina. Os menos abastados procuram clubes para as práticas esportivas. 


O modelo de beleza era as mulheres magras e bronzeadas, com visual sofisticado. Sobrancelhas e pálpebras bem marcadas com lápis em contraste com pó de arroz claro. Nas praias a moda era o maiô cavado e decote baixo (muitos até a cintura) mas com uma saia curta (chamada “saiote”). Estes decotes foram estendidos para os vestidos de noite e que, na minha opinião, ficavam muito charmosos. 

Muitos modelos novos e requintados de roupas femininas e masculinas surgiram nessa época. Esses modelos atingiam os esportivos (surgimento dos calções masculinos), os cotidianos e os de noite. Chapéus, casquetes e bolsas compunham o visual dos modelos cotidianos. 


O cinema estava em alta. E foi o cinema o grande referencial para a influência dos novos costumes. Em Hollywood, nomes como Marlene Dietrich, Edith Head, Gilbert Adrian entre outros eram considerados “astros e estrelas” das telonas. 

A música do momento era o Swing, a partir de 1935, em substituição do Jazz. Época também do surgimento das “Big Bands” que se torna popular nos EUA. 


Na Europa, movimentos totalitários nos governos de alguns países começam a ser notados como: o de Salazar (Portugal); o de Mussolini (Itália), o de Franco (Espanha), Stalin (na União Soviética) e Hittler (Alemanha) todos baseados nas ideias de Marx, Engels e Lenin. 

terça-feira, 19 de março de 2019

A FAMÍLIA E MUNDO DOS NEGÓCIOS


Na postagem anterior falamos das barreiras que as mulheres passaram a sofrer em relação ao seu trabalho fora de casa. No entanto, essas barreiras nada tinham a ver com o cargo ocupado, nem porque elas cediam ou não ao assédio sexual, nem pelo processo de produção. Mas a hostilidade em relação ao trabalho feminino tinha outras forças mais inflexíveis: a da própria família.


Sim. A família foi o grande obstáculo para o trabalho feminino no mundo dos negócios. Os pais queriam que as filhas fizessem um bom casamento. Queriam para elas um marido que lhes garantisse um bom e seguro futuro e isso, dito diariamente, foi minando nas moças as aspirações e o desejo da obtenção de êxito profissional.



As unidades familiares queriam ainda redefinir os papéis sociais para homens e mulheres, voltando ao "status quo" de antes da guerra, onde a mulher deveria não ter outros anseios e desejos que não fossem os do matrimônio. Que fossem servis e submissas aos maridos e aos filhos, atuando como reservas morais da família e dos bons costumes na educação dos filhos. E suma, as mulheres deviam voltar a ser submissa ao homem.


A Medicina fundamentava suas ideias e concepções baseadas na Frenologia, um termo de origem grega (phrēn= mente + logos= lógica, estudo, ou seja, estudo da mente). A Frenologia era uma teoria que determinava o caráter, as características da personalidade e o grau de criminalidade. Esta teoria antecedeu a Psicanálise e desenvolvida pelo alemão Franz Joseph Gall sendo muito usada no século XIX. Contudo, deixou como legado: o estudo do cérebro como órgão da mente, lançou um olhar para as faculdades mentais e sobre os comportamentos.


No começo do século XX, a Frenologia ainda era usada pela Medicina em alguns casos de “convencimento”. E foi o que fizeram. Mediante a “concepções cientificas” a Medicina mostrava que o crânio e toda a constituição física e biológica das mulheres, as destinava para a maternidade, para viverem em seus lares e dedicar-se à família.

Era a velha e bolorenta cultura que estava de volta: a) da ideia do sexo frágil; b) da dedicação ao trabalho doméstico; c) dos cuidados com a família; d) da submissão ao marido; e) de repressão sexual. Mais uma vez, as mulheres se viam às voltas com um destino sombrio, preconceituoso e dominador.


As experiências, os anseios por uma nova visão de mundo e o desejo de independência conquistados no período da guerra, caíam por terra. E ainda tinham que ouvir que o trabalho feminino era degradante. Que mulher não precisava de dinheiro por ser um “objeto sujo, degradante, essencialmente masculino e contrário à natureza feminina”.

Todas estas barreiras serviram para restringir as mulheres ao seu espaço natural (lar), evitar toda espécie de contato além de sua casa e evitar atividades que pudessem atraí-las para o mundo público.

Felizmente, foi desacreditada e deixou de ser usada.

sexta-feira, 8 de março de 2019

A DESCONSTRUÇÃO DO HOMEM-HERÓI



Como já vimos, o homem sempre foi uma espécie de herói, fosse por sua força física ou por sua coragem. Por isso, sempre galgou por caminhos de austeridade, de autoridade e onipotência. A eles cabiam tudo: estudos, carreiras, dinheiro e poder. Porém, com o fim da guerra, os homens que voltavam do front estavam doentes dos nervos, feridos e amputados, com problemas emocionais e mentais. Mas outros tantos continuavam saudáveis.

As mulheres haviam provado que eram hábeis e valentes em outras coisas que não só o casamento, as atividades domésticas e para o cuidado e educação dos filhos. Com a guerra assumiram as funções dos maridos e com habilidade, coragem e garra. E se destacaram com distinção no que fizeram.

No final da guerra, quando os homens sãos voltaram, queriam seus empregos de volta. Tinham prioridade por serem os provedores familiares. Razão pela qual, inúmeras mulheres foram demitidas.

A economia de vários países estava em baixa, principalmente, onde as batalhas foram mais ativas. O desenvolvimento industrial, tecnológico e as economias estatais estavam deficientes, pois havia muito a ser reconstruído.
 

Dois fatores surgiram para auxiliar na recomposição do trabalho e recolocação dos trabalhadores masculinos: a criação do “setor terciário” para o surgimento de novos empregos e o “serviço burocrático” que incluía a educação, saúde e comércio. Porém, os novos empregos tinham salários mais baixos por exigirem pouca escolaridade. Embora estes novos empregos tivessem uma chefia ou gerência (visando os homens), não promoviam acesso de novos cargos mais altos tanto no serviço público como no privado.


Acostumados com mordomias e muito poder, poucos homens aceitaram os novos empregos. Porém, os cargos não foram extintos, mas ocupados por mulheres. E assim, elas continuaram se multiplicando no mundo do trabalho, fosse nas indústrias de todos os tipos, no comércio ou na prestação de serviços. A consequência foi a melhoria da condição de vida das famílias, pela socialização feminina e pela independência financeira do marido. Assim, segundo alguns escritores em 1921, haviam 1.220.000 trabalhadoras e, em 1926, já eram 1.470.000.

Apesar do elevado número de trabalhadoras no mundo do trabalho, podemos supor que elas iam aos poucos substituindo os homens, não é? Mas não foi isso o que aconteceu. Aos poucos, as mulheres iam sendo expulsas das fábricas e os homens as substituíam. Essa substituição não foi por incapacidade ou desobediência. Ou por lutarem por melhores salários, pela diminuição das horas trabalhadas, por insalubridade, por serem contra o assédio sexual ou pelo controle disciplinar. Nada disso. o que causou sua substituição foram as barreiras que o mundo dos negócios impunham a elas.