OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

CRISE A DA DÉCADA DE 20

Nesse período, as elites se revoltaram contra a perda de influência. Esse período ficou conhecido como “República das Oligarquias” e foi uma época onde alguns fatos importantes aconteceram:

a) O TENENTISMO

O Tenentismo foi um movimento político-militar promovido pelos tenentes das forças armadas. Esses tenentes tinham posição conservadora e autoritária, eram a favor no modelo “agrário-comercial-exportador”, mas combatiam o coronelismo das oligarquias cafeeiras. Lutavam pela moral política e pelo voto aberto (eram contra o voto de “cabresto” intimado pelos barões do café), por reformas do Sistema Educacional Púbico e contra a corrupção no país.

b) SEMANA DE ARTE MODERNA

A Semana de Arte Moderna foi uma manifestação artístico-cultural que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em fevereiro de 1922. Nessa manifestação haviam várias apresentações de dança, música, recitais de poesias, exposição de pinturas, esculturas e palestras. Os artistas propunham uma nova visão de arte, com uma nova estética inovadora, inspiradas obras de vanguarda europeias, com o objetivo de uma renovação social e artística no país. Com isso, propunham um rompimento com a arte acadêmica com uma apresentação que chamaram de “arte mais brasileira”. A maioria dos artistas que participavam do evento eram descendentes das oligarquias cafeeiras de São Paulo ou dos fazendeiros de Minas Gerais perdiam seu poder de influência junto aos governistas. Dessa união, surge a manifestação política conhecida como “Política do Café com Leite”, exatamente no ano em que o país completava o 100º aniversário da Independência (1922).


Política do Café com Leite

As manifestações como o Tenentismo e Semana de Arte Moderna tinham ideias positivistas e contrárias à Escola Nova, que começava a tomar corpo. A industrialização exigia dos jovens mais conhecimentos e mais informações. Portanto, era preciso que o país tivesse uma educação voltada para as aprendizagens e para as potencialidades dos estudantes. E para isso, se tornava necessário quebrar o conceito da elite que era a do “eu sei porque faço sempre do mesmo jeito” e transformar em no conceito do “eu sei porque estudo sempre e me informo mais possível”.



Esse pensamento não era tão inovador quanto parecia ser. Lá no século XVIII, mais ou menos de 1738 a 1778, Jean Jacque Rouseau afirmava que “os seres humanos precisavam de quatro coisas na vida: comer, abrigar-se, defender-se e produzir”. Ainda afirmava que para produzir, era necessário “desenvolver a intelectualidade”. Mais tarde, outros estudiosos como Bergson, Dewey, Claparède, Maria Montessori, Jean Piaget e Decroly chegaram a mesma conclusão e teceram suas próprias teorias.



No entanto, conhecedor da literatura de todos estes estudiosos e ferrenho defensor dessa ideia, o belga Adolphe Ferrière que, a partir de 1880, cria a “Escola Nova ou Escola Ativa” para experimentar as teorias de seus estudos e conseguir resultados positivos que pudesse divulgar. E foi o que Ferrière fez na Europa e na América do Norte.

domingo, 19 de janeiro de 2020

EDUCAÇÃO: causa ou consequência?



No início da República, as diferentes propostas das reformas educacionais procuravam atacar as consequências de um modelo socioeconômico estrutural que não foi modificado na mudança de regime governamental.


Terra onde tudo o que se planta, nasce.


O Brasil sempre teve um sistema socioeconômico baseado na agricultura. Porém, uma agricultura com meios de produção manual, simples e básico. Com isso, do roceiro de quintal ao agricultor mais rico latifundiário corria um único pensamento: “Já sabemos tudo o que é preciso: sabemos quando e onde plantar, quando e como colher, como acomodar o colhido e ensacar para vender e pronto”. Esse era o pensamento de quem praticava a agricultura naquela época. Inovações e novos conhecimentos não interessavam porque o novo causava medos e inseguranças. Por isso faziam as coisas sempre do mesmo jeito para obterem sempre o mesmo resultado.

Plantação de café


Conhecendo o pensamento dos agricultores (que dominavam as elites na época), os políticos não tinham o interesse e não se empenhavam em fazer leis que atingisse a todos. E esse pensamento se mantinha e perpetuava nas Escolas Públicas de Ensino Secundário. 

Assim quando as reformas propunham um Ensino Secundário que funcionasse e estimulasse o contrário, ou seja, como mudança desse pensamento estático para um outro mais progressista, a elite ruralista (riquíssima) reagia com veemência negativa.


O Imperador agia como o fiel da balança  tentando o 
equilíbrio das forças políticas.


E tudo continuava na mesma, privilegiando as elites em detrimento dos pobres. Mas chegaram a um ponto em que as elites começaram a perceber e entender que era preciso “ser mais letrada”, que precisava de “mais conhecimentos e mais informações sobre os negócios e sobre os contratos de compra e venda, para que continuassem tocando seus negócios”. Portanto, precisavam de “filhos cultos” para sucederem os pais nos negócios. 

Conhecedores do baixo nível das escolas oficiais, as elites matriculavam seus filhos em escolas particulares que ofereciam um “ensino de qualidade”. Para a elite, colocar e manter os filhos numa escola particular (em qualquer nível) não era problema, porque eram muito ricos. Mas isso, não era possível para os mais pobres, cujos filhos precisavam ajudar a sobrevivência familiar.

Colégio D.Pedro II


Entre 1920 a 30, um grupo de políticos tinha pensamentos e ideologias a favor da industrialização como “modelo econômico de desenvolvimento do país. Esse grupo queria que a industrialização crescesse e alegava que a política em vigor estava impedindo o setor. Por outro lado, as elites estavam de olho nesse grupo visto que a velha economia estava baseada no modelo agrário-comercial-exportador.

Mas não teve jeito. Os políticos aderiram ao avanço da industrialização e as elites começaram a declinar, fazendo com que os oligarcas deixassem de influenciar nas decisões do governo.


quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

A REPÚBLICA E O FESTIVAL DE “REFORMAS EDUCACIONAIS”


No início do século XIX (1800 a 1899) o mundo vivia influenciado por uma corrente teórica de pensamento denominado de “POSITIVISMO”, que tinha como objetivo principal o progresso contínuo da humanidade. Ou seja, um pensamento que acreditava que a humanidade e seus feitos seguiam uma marcha ininterrupta, progressiva e comprovável. 



Influenciado por esse pensamento positivista nosso país viveu momentos importantes de sua História, como a Independência, a Abdicação, o início do Segundo Reinado e no seu término, a Lei Áurea e a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, quando o Marechal Deodoro da Fonseca colocou um ponto final no regime imperial e nascia a República sob a aura do positivismo. 

O Brasil era, agora, uma República e precisava organizar suas estruturas de acordo com o novo regime. E também deveria organizar um Sistema Educacional condizente a teoria que norteava o pensamento republicano. 


Muitas reuniões, debates e discussões acaloradas, muitas propostas foram apresentadas para a Educação. Os mais conservadores não queriam mudanças na forma imperial, os liberais queriam reformas mais para a economia do que para a educação e os progressistas, influenciados pelo positivismo, sonhavam com um Brasil desenvolvido em todos os setores. 




Para as reformas da Educação não faltavam propostas. Propostas ousadas como a de Benjamin Constant, incluindo várias disciplinas científicas nos currículos e maior organização do sistema educacional em todos os níveis, mas que faltavam: infraestrutura institucional para sua implantação e o apoio político das elites. Em 1901, uma nova reforma foi proposta: o Código Epitácio Pessoa, que retirava as disciplinas de Biologia, a Sociologia e a Moral e colocava o ensino da Lógica.                                                                                                                                         Benjamin Constant



Em 1911, a “Reforma Rivadávia” apresentava uma proposta totalmente positivista, com o objetivo de aplicar e ampliar o princípio de liberdade espiritual através da “liberdade de ensino”. Mas que liberdade era essa? 


deputado Rivadávia da Cunha Correia


Por “Liberdade de Ensino” entendia-se que: 

a) cada escola poderia ter seu próprio currículo; 

b) que não era obrigatória da frequência nas aulas e que não seriam contadas as faltas;
c) que não haveria diplomas no final do Ensino Secundário, mas teria só na Faculdade; 

d) extinguia os ensinos técnicos, mas quem quisesse aprender uma profissão poderia ter um profissional que o acompanhasse instruindo-o e avaliando-o. 

E nessa “montanha” de propostas, uma mais doida do que as outras, as elites ficavam em dúvida. Na verdade, o que a eles queriam, era deixar tudo como estava, os jovens estudantes da aristocracia-rural já estavam acostumados com os valores e padrões antigos e, seria muito difícil convencer os ricos fazendeiros a apoiar os reformistas com essas propostas. 
E nada era feito. E quando tentavam, era um fiasco. Em 1915 e em 1925, novas reformas foram apresentadas. E como sempre, nenhuma delas foram aprovadas e nenhuma tinha o apoio das elites porque nenhuma tinha uma proposta pedagógica boas e capazes de resolver os problemas educacionais que o Brasil precisava na época.