Na
minha adolescência li um livro chamado “O PROFETA” do poeta e filósofo libanês
Gibran Khalil Gibran e editado em 1923.
Um livro fácil e gostoso de ler, que fez e ainda me faz refletir muito. E embora tenha-se passado quase um século desde o seu lançamento, os ensinamentos desse filósofo são atemporais. Portanto, atualíssimos.
Alguns
capítulos são especiais para mim. Eles influenciaram não só a mim como pessoa,
mas também como profissional e, principalmente, como mãe. E é justamente o capítulo
em que o Gibran fala sobre relação entre pais e filhos que quero compartilhar
com vocês.
No
livro, Gibran vive o personagem do sábio AL-MUSTAFÁ que espera pacientemente a
chegada de um navio que o levará de volta para sua cidade natal. Enquanto espera
é reconhecido por diversas pessoas que pedem que fale sobre sentimentos,
atitudes, ações do cotidiano e profissões. Em certo momento, aproxima-se uma
mulher com um filho ao colo e lhe pede para falar sobre os filhos. E ele diz:
“Vossos filhos não são vossos filhos. São os
filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas
não de vós. E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos
pensamentos, porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas; pois
suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo
em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós, porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são
arremessados como flechas vivas. O arqueiro mira o alvo na senda do
infinito e vos estica com toda a sua força para que suas flechas se
projetem, rápidas e para longe. Que vosso encurvamento na mão do arqueiro
seja vossa alegria: pois assim como ele ama a flecha que voa, ama
também o arco que permanece estável”.
Espero
que reflitam sobre isso. Será importante para compreendermos o próximo tema que
pretendo desenvolver.