João
Goulart, Presidente do Brasil à época, havia nomeado o deputado San Tiago
Dantas como Ministro da Fazenda. Mas, um tempo depois, o Ministro ficou muito
doente e deixou o cargo. Este fato contribuiu para a queda de Goulart.
A
influência de Leonel Brizola (cunhado do Presidente) foi implacável sobre
outros políticos, levando à preparação de um “golpe de estado” contra João
Goulart, justificando que estavam preocupados com as questões sociais”, pois o
presidente as não estava cumprindo. Mas não aconteceu o que pretendiam, porque Brizola
resolveu se preparar sua candidatura presidencial.
Mas
a Constituição da época não permitia que parentes próximos do presidente se
elegessem, e eles impediram a reeleição de João Goulart. Assim, dessa maneira,
Brizola não poderia se candidatar. Mas Brizola, muito esperto: criou o slogan: “CUNHADO
NÃO É PARENTE, BRIZOLA PARA PRESIDENTE” e saiu pelo país fazendo “acordos” com
políticos de um lado e de outro, para garantir uma modificação na Constituição
e, se eleito, garantir o poder.
Brizola
tinha muita certeza de vencer as eleições. Por isso, que envia seu aliado (Luís
Carlos Prestes) a Moscou, no final de 1963 e, para que entrasse em contato com
líderes soviéticos e afirmasse que “já
estavam no governo e faltava apenas, consolidar o fato”.
Faltavam
alguns meses para a eleição. Em março de 1964, espontaneamente, o povo se
organizou em enormes manifestações pacíficas e constantes. Essas manifestações
tinham por objetivo pautas como: a manutenção da família, a manutenção da fé em
Deus e a manutenção das liberdades individuais.
Milhões
de pessoas foram às ruas proferindo palavras de ordem. Pediam também: o fim da ação
comunista no país e impedimento do caos total. A ação da população era forte e
enérgica.
Enquanto
isso, nos quartéis, o alto comando da Marinha, Aeronáutica e Exército se viam
obrigados a discutirem a situação e encontrar uma solução possível visto que
tudo era muito inquietante.
Os
próprios generais estavam divididos: a) haviam os de direita (os gorilas, como eram chamados) que queriam
assumir o governo imediatamente; b) os legalistas (um tipo de Centrão)
que queriam que tudo ficasse como estava e achavam que não deviam se meter; e c)
os de esquerda, queriam assumir o poder para implantar o regime
comunista imediatamente, mesmo que fazendo uso da violência, se fosse preciso.
O
alto comando da FFAA se reunia frequentemente e concluíram que só interviriam
caso não houvesse outro recurso. Segundo o combinado, deveria ser uma intervenção
rápida (de uns 3 meses) e devolveriam o poder aos civis.
E
quem lideraria e assumiria o poder durante esse tempo?
Depois
de muito discutirem, concluíram que o grupo a assumir deveria ser aquele em que
a maioria dos seus subordinados em comando, estivessem mais alinhados a um dos
três estilos de pensamento. Após uma rápida pesquisa, o estilo de pensamento
vencedor foi o dos legalistas. Mas pediram um tempo para saber como se definia
a situação. Enquanto isso, direitistas e esquerdistas se preparavam para uma possível
batalha iminente.
Enquanto
as coisas estavam em compasso de espera, três fatos importantes levaram os
legalistas a uma tomada de decisão:
1- Como sempre, os adeptos da esquerda passaram a fazer comícios. No entanto, poucas pessoas paravam para ouvi-los. No dia 23 de março de 1964, eles marcaram um comício ao lado da estação ferroviária “Central do Brasil”, no Rio de Janeiro. O objetivo era que, o máximo de trabalhadores ouvissem suas propostas e aderissem ao movimento revolucionário. Prepararam o palanque e o ladearam com tanques de guerra, para chamar a atenção das pessoas e que elas parassem para ouvir. Mas não deu certo. Pouquíssimas pessoas pararam e ouviram seus discursos.
2-
Alguns dias depois, em 29 de março, João Goulart foi convidado a discursar no Clube
dos Sargentos (RJ). O Presidente estava
muito nervoso, tenso e preocupado. Ao ler seu discurso (naturalmente escrito
por assessores) o fez integralmente, embora tendo sido aconselhado a não fazê-lo.
Mas, a certa altura do discurso, leu o seguinte trecho: “Os sargentos não deveriam obedecer aos seus superiores, mas deveriam
seguir a sua própria consciência”. E nos parágrafos seguintes, acusava seus
adversários e prometia represálias ao povo. Todos nós sabemos que os militares
não gostam de nenhum tipo de indisciplina.
Portanto, a frase do Presidente foi a gota d’água.
3-
No dia 31 de março tem início, em Minas Gerais, um movimento de esquerda que pretendia
fazer com que João Goulart viesse a perder o poder. Nesse dia, o povo brasileiro
de norte a sul e de lesta a oeste vai maciça e organizadamente para as portas
dos quartéis, pedir a proteção das forças armadas.
faixas feitas pelo povo com as pautas de 1964
Com
estas três atitudes, os legalistas optaram em dar apoio ao grupo da direita.
Então, com maioria absoluta, as forças armadas invadiram o Palácio do Planalto,
o Presidente foi deposto e os generais do exército brasileiro assumem o poder em
oposição ao golpe esquerdista. E assim, começou um período de nossa história
que ficou conhecido como “Regime Militar”.
A
esquerda ficou inconformada. Passaram a espalhar aos quatro ventos que os
militares haviam dado um “golpe” e que iriam manter os trabalhadores cativos dos
capitalistas. A esquerda jamais aceitou e muito menos perdoou, o fato de ter
levado um contragolpe e prometeu que haveria um revide.
Continua
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