OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A PERSONALIDADE PODE MUDAR?

Falar sobre este assunto é bastante complicado. Teria que tratar com termos da psicologia e, poucos poderiam entender. Portanto, tentarei traduzir em linguagem bem simples para que todos entendam. Ok?


Imagine abrir uma caixa com algumas coisas dentro. Mas, não podemos vê-las porque são invisíveis aos nossos olhos, no entanto, sabemos que estão lá. Assim é o nosso corpo, um invólucro que contém a mente e o psiquismo. Duas coisas contidas no corpo, que não podem ser vistas, mas que estão lá.

Estas duas coisas influenciam os atos que praticamos a todo instante. Na mente estão a razão com suas análises, conceitos, julgamentos e a tomada de decisão no cotidiano. A mente é o resultado do funcionamento cerebral, portanto, mais concreto. Já no psiquismo estão coisas mais subjetivas: como a consciência e o inconsciente quer pessoal, quer coletivo.

A consciência é o que sabemos de nós. Como somos, do que gostamos, do que detestamos, das coisas que nos incomoda, que nos dá prazer, do que e como pensamos, das decisões tomadas, as lembranças do que vivemos e experimentamos etc.

No inconsciente pessoal, guardamos o que não foi assim tão bom, que nos desagradou de alguma forma e que nos fizeram sofrer. Esse guardar é chamado de reprimir. A maioria dessas coisas ficam esquecidas. Porém, algumas delas, as mais doídas, essas não esquecemos e, volta e meia, insistem em nos atormentar por meio das lembranças.

No inconsciente coletivo estão imagem ancestrais da caminhada da humanidade até o momento. Imagine um papel com um monte de pequenos pontos pretos espalhados numa folha. Imagine ainda que cada pontinhos  tem uma força emocional (energia) e que age como se tivessem vida própria. Ou seja, tem seu próprio jeito de ser, de ver a vida, de se comportar, de pensar, de sentir, de agir diferentes uns dos outros. 


Chamaremos a cada um desses pedacinhos de papel de “COMPLEXOS”. Os complexos mais distantes não nos incomodam. Mas, quando um deles se aproxima da consciência (ponto maior ao centro) ganha mais energia, força sua entrada, mas não conseguem entrar. Então, exerce sua influência.

A nossa personalidade é uma mistura de todas essas coisas da mente, da consciência e do inconsciente pessoal e coletivo misturados e nos influenciando a cada escolha e tomada de decisão no cotidiano. Como assim? Explico melhor:



 
Veja esta garrafa. Ela está enfeitada com pedacinhos de papel de todas as cores: pretos, marrons, vermelhos, vinho, verdes, laranjas, amarelos e brancos. Todos bem juntinhos e misturados. Depois de pronta, ficou com um visual bonito.

Assim é a personalidade. Formada de pequenos fragmentos (papéis) compostos por complexos (pretos), lembranças e experiências vividas (marrons), valores sociais e morais (vermelhos), valores pessoais e familiares (vinhos), regras sociais e familiares (verdes), conceitos políticos de relacionamento e modos de agir (laranjas), conceitos filosóficos e religiosos (amarelos), todos juntos, unidos, misturados e em harmonia.

Mas, na vida não é assim. Ninguém é perfeito. A harmonia é aparente, pois a todo instante temos que fazer escolhas e tomar decisões.  Estamos sempre entre duas forças opostas: o bem e o mal, o certo ou errado, fazer algo ou não fazer, dormir ou acordar, comprar ou não comprar, etc. Cada escolha e tomada de decisão tem uma consequência que pode ser boa ou ruim, levar a um ganho e perca, a um prazer ou dor.

Se a consciência estiver bem resolvida, amadurecida, integra e forte saberá decidir sempre pelo melhor, apesar da insistência dos complexos que atuam no sentido oposto. Podemos ficar confusos ou desorientados, mas ultrapassamos as barreiras e permanecemos firmes, pois tudo foi observado, analisado em todos os pontos de vista, julgado, escolhido e decidido.

Mas, se a personalidade não estiver bem resolvida, ainda instável e frágil, cedemos a influência dos complexos. A razão não tem a mesma força e agilidade para analisar e julgar de forma coerente, permanecendo confusa e desorientada e a tomada de decisão é equivocada, as ações decorrentes são instintivas e as consequências são nefastas, fazendo com que a consciência se dissocie, como se os pedacinhos de papel começassem a descolar e cair.

A personalidade de uma pessoa não muda. O que pode ocorrer é que os valores, os conceitos políticos, filosóficos e religiosos influenciados pela razão, imponha a essa pessoa um controle interno (autocontrole) diante de uma situação. Esse controle se torna consciente e ela passa a agir de um modo mais coerente e adequado dando a impressão de uma mudança. Mas, a mudança ocorreu na ação e não na personalidade.

Fonte:

JUNG, Carl G. o desenvolvimento da personalidade. RJ, Vozes,1986

STEIN,Murray. Jung:o mapa da alma –uma introdução. SP, Cultrix, 1998

3 comentários:

  1. A personalidade, diante do que li em tua postagem e de algumas parcas leituras sobre o assunto, parece ser estruturada a partir de elementos psíquicos alimentados no contexto familiar até sete anos de idade. Não é isso? É uma marca complexa de cada um de nós...
    Me explica um pouco sobre esta imutabilidade da personalidade, por favor.
    Abraços!

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