Passado
algum tempo da informação de que o filho apresenta algum tipo de deficiência,
os pais precisam agir com uma certa rapidez. A primeira ação é a busca por uma
opinião médica. O pediatra é o mais indicado num primeiro momento. Diante da
confirmação é ele quem passará a indicar os profissionais mais indicados para a
deficiência do bebê.
Por
que buscar essa opinião?
Primeiro,
porque os pais querem uma explicação mais segura para o problema do filho. E
quanto mais cedo tiverem essa “explicação”, melhor. Estamos falando de “diagnóstico
do problema”, ou seja, do nome do que a criança tem.
É
certo que algumas deficiências levam um tempo maior (anos) para serem
diagnosticadas. Porém estas são as que trazem a expressão “não especificada” no
rótulo (nome da síndrome).
Em
segundo lugar, é compreensível que os pais queiram saber o que o filho tem. E quanto
mais cedo souberem, mais rápido se acalmam e mais precoces serão realizados os
tratamentos necessários, e livrando os filhos dos efeitos nefastos que algumas deficiências
podem causar.
A
cegueira, a surdez e a deficiência física são pontuais. Ou seja, atingem um
órgão específico ou uma parte do corpo. Isto significa que estas deficiências não
trazem outras implicações para a saúde física e mental do bebê. Cegos, surdos e
deficientes físicos são pessoas inteligentes e que podem levar a vida normalmente
independente de suas limitações.
Mas,
a deficiência intelectual quase nunca vem sozinha. Dependendo do rótulo que lhe
é dada (Down, West, Rett, Esquizencefalia, Angelman etc), podem vir acompanhada
de uma série de outros sintomas (comorbidades) que, se não forem cuidados a
tempo, geralmente agravam os efeitos da deficiência, a saúde e colocar a
sobrevivência do bebê em risco. Um exemplo clássico dessa comorbidade é a Sindrome
Cri du Chat que apresenta microcefalia, malformação da laringe e das orelhas,
problemas na força muscular, retardo neuromotor e intelectual severo.
A
deficiência intelectual pode vir ou não com estigma. Estigma são sinais
visíveis e inconfundíveis da deficiência, como por exemplo, a Síndrome de Down.
Já a Paralisia Cerebral leve não apresenta esse sinal.
Por
outro lado, a deficiência nem sempre é descoberta no nascimento. Algumas são
descobertas algum tempo depois (de 1 a 3 anos) e, geralmente, são os próprios
pais quem percebe que a criança não está se desenvolvendo como as outras
crianças. Uma dessas observações é a de o bebê não conseguir manter a cabeça
firme sobre o pescoço após o terceiro mês de vida. E se isto passou
despercebido, não conseguir sentar sem apoio após os 7 meses. Se isto
acontecer, procure ajuda.
Outro
caso clássico é a do autismo. No autismo (Transtorno de Desenvolvimento Global)
a criança se desenvolve normalmente até um certo tempo (de 1 até os 3 anos) e
depois, inesperadamente, esse desenvolvimento cessa. E o bebê deixa de reagir
aos estímulos que reagia anteriormente.
Mas,
ainda assim, os deficientes intelectuais podem levar uma vida mais próximo do
normal possível, dependendo da comorbidade e das limitações impostas pela deficiência.
Portanto,
informado no nascimento ou se os pais notarem que algo não vai bem, devem procurar
ajuda profissional o mais rápido possível. Nada de ficar esperando porque a avó
disse, a vizinha falou ou porque a comadre conheceu alguém que tinha um
problema parecido e melhorou. Cada caso é um caso e com saúde não se brinca. O que
pode ser tratado hoje, pode não ter mais jeito amanhã.