Falar
sobre sexualidade é sempre muito complexo porque pode ser vista por vários
ângulos e em diferentes situações da vida humana. Além do mais, a sexualidade é
um processo progressivo e em constante transformação. Não tenho a intenção de
fazer um tratado sobre sexualidade. Apenas reunir informações que mostrem o
início dos mitos sobre ela e que afetam a todos nós nos dias de hoje.
No
início do aparecimento do homem, naquela fase em que era meio humano e meio
macaco, seu comportamento ainda se assemelhava ao dos animais. Por isso,
procuravam as fêmeas quando estas estavam no cio para o acasalamento, eram escolhidas ao acaso e a relação sexual se dava com ou sem o seu consentimento.
Era a lei do mais forte guiada pelo instinto.
Nessa
época, as fêmeas tinham suas “crias” uma vez a cada quatro anos, porque a
gravidez, o parto e carregar os filhotes às costas durante a caça e coleta de
outros alimentos era muito dificultoso. Assim, após o período de amamentação do
filhote, começava um novo ciclo.
Na
era dos hominídeos, as fêmeas perderam o cio. Começou, então, a formação de
pares fixos. E isto trouxe algumas vantagens: a mulher ajudava o companheiro na
coleta do alimento e cuidava dos filhos, o que facilitava o trabalho. Mas,
cabia ao homem a maior parte dessa coleta, visto que o objetivo era o de prover
o grupo familiar. No entanto, o relacionamento entre homem e mulher tornou-se
mais agradável, as relações sexuais deixaram de ocorrer num único período,
tornaram-se mais prazerosas e a ter o consentimento da parceira. E o grupo familiar
tornou-se mais forte na luta pela sobrevivência e na manutenção da espécie.
Nessa
época, havia uma exaltação do corpo feminino. Não somente pela capacidade de
procriar e de gerar vida, mas como um algo divino cheio de poderes e mistérios.
Por isso, as tribos se reuniram e fizeram um acordo para evitar a consanguinidade,
isto é, evitar relações entre parentes. Assim, inventaram o primeiro tabu: o
incesto.
Na
idade antiga, os padrões sexuais não eram tão restritivos embora existissem
regras e, até mesmo, algumas restrições. No entanto, o prazer sexual era
reconhecido.
As
mulheres participavam mais ativamente. Suas vestimentas realçavam aspectos
sexuais como os decotes pronunciados que deixavam parte dos seios à mostra ou
enormes fendas nas saias que, além das coxas, mostravam também os pelos
pubianos. Lábios vermelhos conseguidos com uma tinta e que funcionava como
batom deixavam claro sua intenção sexual. A virgindade não era valorizada, nem
cobrada pelos parceiros. E uma mulher podia ter vários parceiros. As mulheres
já se precaviam contra uma gravidez indesejada, mas com métodos extremamente
naturais: amamentando seus rebentos até 6 ou mais, abstendo-se de relações
sexuais ou fazendo uso de chás ou infusões de ervas.
Já
a força e a virilidade masculina, comprovada no trabalho e nas lutas entre as
tribos, tornavam os homens mais atraentes, encantava as mulheres e aumentava
seus desejos eróticos.
Naquela
época havia muitos ritos sexuais. Um deles, era vestir-se com as vestes do sexo
oposto, o que para algumas sociedades tinha uma ligação com o divino, algo que
fazia transcendência do próprio sexo. Consideravam como detentores de grandes
poderes mágicos os homens que haviam sido criados como mulheres. Também era
comum, saudável e normal que os sacerdotes mantivessem relações sexuais como
pessoas de ambos os sexos. Assim, ser homo, bi ou heterossexual não importava,
pois eram comportamentos considerados normalíssimos.
continua
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