Paulo Reglus Neves Freire, mais conhecido como Paulo Freire, pernambucano de Recife, nascido entre os de classe média, mas que vivenciou a pobreza e a fome na infância durante a depressão de 1929, que de certa forma nortearia sua vida, seu trabalho de escritor e a sua preocupação com os mais pobres.
Paulo Freire era advogado, mas nunca exerceu a profissão. Dedicou-se ao estudo da filosofia da linguagem e optou por ser professor. Escreveu livros, desenvolveu um método de alfabetização que fazia seus alunos lerem em 45 dias, mas que influenciou pedagogos, cientistas sociais, teólogos e militantes políticos no Brasil, na Europa e na África. Mas, principalmente, foi militante de partidos de esquerda, como por exemplo, o PT.
Em 1946, Freire foi indicado ao cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no onde iniciou o trabalho Estado de Pernambuco com analfabetos (adultos e pobres).
Em 1961 tornou-se diretor do Departamento de Extensões Culturais da Universidade do Recife e, no mesmo ano, realizou junto com sua equipe, as primeiras experiências de alfabetização popular que levariam à constituição do “MÉTODO PAULO FREIRE" e publicado em 1963, como consta de documentos históricos.
Em 1964, alguns meses após ter iniciado a implantação do Plano nacional de Alfabetização, ocorre o Regime Militar. Freire foi preso como traidor da Pátria por 70 dias. Passado esse tempo, Freire foi exilado para a Bolívia. No Chile, trabalhou para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização das Nações Unidas (ONU) para a Agricultura e Alimentação, por 5 anos.
Em 1967, ainda durante o exílio no Chile, publicou seu primeiro livro “EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DA LIBERDADE”. Para escrevê-lo, Freire se baseou fundamentalmente na tese “Educação e Atualidade Brasileira” (de sua autoria) com a qual havia concorrido a uma vaga na cadeira de História e Filosofia da Educação, na Escola de Belas Artes, na Universidade Federal do Recife.
Em 1968, concluiu sua segunda obra, “PEDAGOGIA DO OPRIMIDO” (sua obra mais famosa e publicada em espanhol (1968), inglês (1970) e hebraico (1981).
Em 1969, é convidado para ser professor visitante na Universidade Harvard.
A divergência política entre o socialismo cristão de Freire e o Regime Militar, o livro “Pedagogia do Oprimido” não podia ser publicado no Brasil.
Freire que vivia em Cambridge (Reino Unido), muda-se para Genebra (Suiça) para trabalhar como consultor educacional do Conselho Mundial de Igrejas. E também atuou como consultor em reforma educacional nas colônias portuguesas na África (Guiné-Bissau e Moçambique especialmente).
Enquanto vivia na Europa, recebeu vários prêmios e títulos de Doutro Honoris Causa de Universidades Europeias e Americanas.
Em 1979, Freire pôde voltar ao Brasil, mas só o fez de fato em 1980. É quando ele se filia ao Partido dos Trabalhadores, em São Paulo, atuando como supervisor no programa do partido.
De 1980 a 1986, Freire se dedicou ao trabalho de “Alfabetização de Adultos” por acreditar numa educação popular, com formação de consciência política.
Em 1986, recebeu o prêmio de Educação para a Paz, dado pela UNESCO.
De 1989 a 1991, foi Secretário de Educação da Prefeitura de São Paulo, na gestão de Luíza Erundina. Foi ainda o Presidente da 1ª Diretoria Executiva da Fundação Wilson Pinheiro, hoje da Fundação Perseu Abramo.
Como Secretário da Educação, criou o MOVA (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos) que serviu de modelo de programa público para as salas comunitárias da Educação de Jovens e Adultos, adotadas e incentivadas por numerosas prefeituras e instancias governamentais.
Em 1991, é fundado o Instituto Paulo Freire com o objetivo de estender e elaborar as ideias de Freire. O Instituto ainda mantém os arquivos do educador, bem como numerosas atividades relacionadas com o legado de Freire seja em temas educacionais do Brasil e do Mundo
Freire faleceu em maio de 1997, vítima de ataque cardíaco. O Ministério da Justiça, em nome do Estado Brasileiro, conferiu-lhe o perdão post mortem, em 2009.
Em 13 de abril de 2012, pela Lei nº 12.612, Paulo Freire passou a ser o Patrono da Educação Brasileira.
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