OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

sexta-feira, 7 de março de 2014

TRANSTORNO DE DEPENDÊNCIA (I)

Antes de falarmos do transtorno em si é preciso refletir um pouco sobre o que é dependência, como e porque se forma e quando se torna um transtorno.

Segundo os dicionários, o termo dependência significa “estar subordinado ou sujeito a outra pessoa”. Seu antônimo é “independência, autonomia, emancipação, autossuficiência”.


No início da vida e do desenvolvimento, todo ser humano passa por períodos de dependência. Após o nascimento, o bebê é totalmente dependente. Precisa dos adultos para que se alimente, para a higiene, para as trocas de fraldas, para um carinho ao adormecer e para que o levem de um lugar para outro.

Passados alguns meses, o bebê se vira no berço saindo da posição colocada pelos adultos. Este simples movimento nos mostra que a autonomia é inata nos seres humanos. Realizar coisas sozinho é sinal de que se desenvolvimento bem e de adquiriu uma certa maturidade.


Um pouco mais adiante, senta, engatinha, fica em pé e anda. Os adultos esperam ansiosos por estes momentos e, mesmo antes dessas conquistas, já nos estimulam bastante. Mas quando acontecem de fato, é uma festa com direito a beijos, abraços e muitos elogios.

Andar significa que a criança ganha autonomia para ir e vir dentro de um determinado espaço. E a partir daí, quantas coisas descobrem, experimentam e conhecem. Mas, andar é uma etapa. Muitas outras virão.


Em determinado momento, a criança deseja experimentar comer sozinha. Sem muita habilidade para levar a comida à boca, suja tudo a sua volta. E para evitar tanta sujeira, a mãe decide que é melhor continuar alimentando-a. Dessa forma, garante que a criança se alimente adequadamente, evita desperdício do alimento e trabalho redobrado. A criança chora, recusa a comida, faz birras. Mas, ainda tenta outras vezes. Diante do firme propósito materno de continuar alimentando-a, a criança cede.

Seguem-se outras situações para treino de habilidades e de aprendizado da autonomia ao longo do seu desenvolvimento e crescimento e, novamente, os impedimentos acontecem. O medo de que se machuquem, de que aconteça algo de ruim, a demora em realizar as tarefas que poderiam ser feitos rapidamente pelos adultos motivam esses impedimentos. As justificativas são as mais variadas: amor e proteção asseguram o topo da extensa lista de justificativas.
 

E assim, a cada novo impedimento a criança vai aumentando, renovando e reafirmando a sensação de ser incapaz de realizar coisas e tarefas sem a ajuda ou a supervisão de outra(s) pessoa(s). Mas, a natureza é sábia e garante a ela aprendizagens básicas para sua sobrevivência física e mental.

E ela cresce levando dentro de si a certeza de uma “incapacidade” que não é real, mas imposta pelos adultos. Seguem paralelamente sentimentos de pouca valia e de frustração intensa, medo de tudo o que é (ou acredita ser) novidade, ausência de iniciativas pessoais, sentimentos de insatisfação e de tristeza (muitas vezes, confundida com timidez) e submissão.


Na idade escolar encontram dificuldade em quase todas as disciplinas. Não entendem bem as regras e não se esforçam. Adoram fazer apenas o que é fácil. Ficam paralisadas ou evitam o que julgam ser difícil. Apresentam grande dificuldade em resolver problemas simples e práticos ou dos que exigem um raciocínio mais complexo. Não perguntam, não tiram dúvidas, evitam expor seus pensamento por sentirem-se envergonhadas. Apresentam dificuldade de manter a atenção e a concentração, acham que podem memorizar sem realizar os trabalhos e desconhecem qualquer tipo de esforço. Desconhecem o que seja responsabilidade.

Também são inadequadas socialmente.  Apresentam dificuldade de relacionamento, adaptação aos grupos que se formam e isolamento voluntário. Não sabem se colocar no lugar do outro ou reconhecer os sacrifícios que fazem, as dores ou incômodos que sentem. Acreditam que os adultos existem para servi-las, ampará-las e protegê-las. Quando isto não acontece, ficam tristes e infelizes porque não se sentem amados.
Estas crianças foram e continuam sendo vítimas de um tipo educacional equivocado. Porém, tudo pode ser revertido desde que os adultos mudem seu comportamento para com ela. Mas, a reabilitação não é simples nem rápida.


Muitas vezes, esta situação perdura durante a puberdade e a adolescência. Mas, este é assunto para a próxima postagem.

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