OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

sábado, 30 de maio de 2015

DESCOBRINDO A HOMOSSEXUALIDADE

Sempre que procuramos algum artigo sobre homossexualidade, encontramos duas versões: a “técnica”, que define o que isso é e a do “sofrimento dos pais” ao receber a notícia de que o filho é gay. Porém, muito raramente, encontramos algum texto que expresse claramente todo o processo pelo qual os adolescentes passam para se descobrirem gays.

A descoberta da sexualidade é um fato importante e marcante na vida de todo adolescente.  Essa descoberta ocorre através de um processo longo de maturações fisiológicas, mentais e emocionais. Fisiológica porque seus órgãos, embora estejam prontos, não entram em funcionamento e ficam prontos de uma hora para outra. Mental, porque precisa se conhecer bem para poder tomar consciência de que está num novo estágio de sua vida e criar uma nova autoimagem. Essas maturações mexem com a maneira de se ver e de compreender a vida e o mundo. As variações de humor na adolescência são prova de como tudo isto mexe com o emocional nessa fase.

É em meio a tudo isto que alguns jovens de ambos os sexos descobrem um fato novo e estranho em suas vidas. Sentem-se atraídos sexualmente por pessoas do seu próprio sexo e descobrem das mais variadas formas. E seja lá de que forma for, o fato é que ficam muito assustados.


A partir o susto inicial, a observação do comportamento dos amigos é inevitável. Percebem os olhares que eles lançam para as meninas do grupo ou da classe, ouvem com mais atenção as conversas nas rodinhas que promovem, observam as brincadeiras, os trejeitos e as paqueras do grupo. Observa e faz comparações. É uma comparação silenciosa, apavorante e secreta. Mas, é ela quem lhes dá a real dimensão de seus sentimentos desejos e fantasias sexuais. Descobre que são realmente diferentes daquelas que os amigos expressam. É quando o susto se transforma em pavor e medo do “ser diferente”.

É claro que ninguém quer isso para si. Quem quer andar na contramão da maioria? E a primeira reação é a de negar para si mesmo o fato. Lutam ferrenhamente para serem iguais aos companheiros. Algumas vezes, são mais radicais e impiedosos do que os companheiros de turma nas brincadeiras, nas chacotas e injúrias dirigidas a outros gays. Saem e ficam com várias meninas e tentam desesperadamente encontrar o encantamento tão propagado pelos amigos heteros. Mas não consegue porque tudo lhes soa falso. Nada o satisfaz.


A segunda reação é a de reprimir ou suprimir esses os sentimentos, desejos e fantasias. Ficam mais caseiros, não saem mais com os amigos, ficam absorvidos pelos próprios pensamentos. Na escola, as notas despencam e as reclamações de desatenção, falta de estudo e a da presença-ausente aumentam. Na verdade, estão decidindo como lidar com a nova descoberta. A repressão dos desejos e das fantasias se torna uma carga difícil de carregar porque o corpo reage insistindo no oposto de suas tentativas. Procurar ajuda? Falar para alguém? Mas quem?

Sabem que se contarem para um amigo, a novidade se espalhará como um rastilho de pólvora e, em pouco tempo, a turma do grupo ou colégio toda ficará sabendo. E aí virão as piadinhas, os olhares e risinhos, os cochichos, os comentários. Sabem que serão discriminados ou rejeitados pelos amigos e pela sociedade. Que sofrerão preconceito.

Contar para os pais? Imaginam a mãe chorando desesperada, a cara brava do pai, o estranhamento dos irmãos... Sentem medo, culpa e muitas dúvidas com relação à reação deles. Será que os continuarão amando e os protegendo como antes? Sentirão vergonha? Deixarão de amar e os colocarão para fora de casa? E se isto acontecer, o que farão? Para onde vão? E então, se atormentam com os próprios pensamentos porque não queriam ser assim e causar sofrimento aos familiares.


A terceira reação é descobrir onde tudo começou. A cabeça dá voltas e reviravoltas na tentativa de lembranças da infância. E quando surgem algumas imagens, notam que já naquela época, tinham comportamentos atípicos. E isto os machuca ainda mais. Sentem-se como se fossem seres estranhos ou verdadeiras aberrações da natureza. E o sofrimento se torna maior.

Uma quarta reação é a de procurar modelos de conduta. A mídia e a internet geralmente, são fonte de pesquisa. E o que encontram?  Essas mídias, infelizmente, mostram os homossexuais como bufões (palhaços). Figuras caricatas, de modos extravagantes e afeminados. Não existem outros modelos mostrados. E a forma que alguns encontram é a adequação ao modelo heterossexual.

A descoberta, a diferença, o medo, a insegurança, a frustração de não corresponder às suas próprias expectativas e da família, a culpa, o medo da rejeição, da discriminação e do preconceito social rebaixam a autoestima desses jovens que, por sua vez, colaboram para uma fragilidade emocional. Muitos, não aguentam tanto sofrimento e tentam o suicídio.

Sobrevivendo a isto, partem para a prática sexual com parceiros distantes dos grupos a que pertencem, encontrados ao acaso ou não. Se essas experiências forem positivas e satisfatórias, a construção de sua autoimagem se dará de forma mais saudável e os ajudará a assumir sua homossexualidade.

A aceitação da homossexualidade vem aos poucos. Mas garante que sua orientação sexual se integre e se consolide. Só então estará pronto para revelar aos familiares que é homossexual. Se forem negativas e frustrantes tendem ao isolamento, a sublimação dos sentimentos e desejos e guardam para si todo esse sofrimento.

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